-- O amor não tem meio termo, ou ele te salva ou ele te destrói querida.[...]
-- Quem é você?
Senti o mundo parar ao meu redor, minhas pernas fraquejaram, todo o meu ar abandonou o pulmão, e agulhas atingiram cada traço do meu coração. Doeu, quando eu olhei em seus olhos e não vi nada demais, aquele brilho que ele carregava toda vez que olhava, sumiu, nada estava mais ali.
-- O que? - eu perguntei tentando sorrir, eu não podia estar ouvindo o que ele acabou de dizer, certo?
-- Desculpe, mas quem é você? - a voz dele saiu mais alto.
Alto suficiente para que meu coração escutasse, e foi como se pegassem e amassassem meu peito, uma pressão dolorida se fez presente ali na região, e eu quis chorar. Levei minha mão até o começo da minha garganta me afastando do moreno que ainda me olhava com dúvida.
Perda de memória?
-- Sou eu, [Nome], sou sua.... - eu ia completar aquela frase, mas antes que eu terminasse, uma onda de dúvida invadiu o meu ser.
O que eu era dele? Eu nunca fui sua namorada, nem mesmo estabelecemos uma relação de amizade, as coisas só acontecerem do jeito que tinham que acontecer, eu não me lembrava de algum dia estabelecer rótulos, o que eu deveria dizer a ele? Sou a garota que você estava apaixonado e eu por você?
-- ...Minha? - quando ele perguntou aquilo, Osamu entrou no quarto e agarrou os meus ombros.
-- Ela é nossa amiga Suna, vocês eram próximos. - o gêmeo disse por mim.
E eu agradeci mentalmente, aquilo me deu um alivio, já que eu não sabia como responder de uma maneira correta, nada parecia certo responder agora, já que nunca tivemos uma conversa fixa sobre isso. Mas eu percebi que Rintarou ainda me olhava confuso e incertezas era o que corria o seu rosto.
-- Somos próximos? Por quê então, eu não me lembro? - perplexo era o seu olhar.
Não respondemos a sua pergunta, porquê finalmente o médico entrou e começou a examina-lo, Osamu comentou sobre o acaso da sua perda de memória e o médico apenas confirmou pedindo alguns exames. Eu estava sentada na poltrona ao lado, observei tudo calada, mas no momento eu me sentia estranha, era quase como se estivesse sendo indesejada ali, Rintarou não me olhou em nenhum momento dentre aquela sala, era quase como se ele não me visse ali, estava invisível na mente dele, e com isso eu me sentia deslocada, me sentia mal até para falar alguma coisa, então permaneci calada.
Quando os médicos se afastaram, e os gêmeos saíram do quarto, eu finalmente me vi apenas com ele naquele lugar. Rintarou mexia em algumas coisas do seu celular, parecia curioso e entredito. Já eu, estava perdida.
-- Eu tenho uma moto? Não consigo me lembrar disso. - ele comentou chamando a minha atenção. E eu sorri.
-- Você tem, era do seu irmão mais velho, ela tem até um nome, é neko. - respondi e vi um riso frustado brotar na garganta do moreno.
-- Está tudo confuso aqui dentro, sabe? Quase como se fosse um quebra-cabeça meu cérebro, e tá tudo bagunçando e faltando peças.
Eu apenas concordei sem saber o que dizer, me levantei novamente até o garoto, ele me mostrava algumas fotos de seu celular, e me contava sobre o que lembrava, as coisas na qual sua mente estava em branco eu tentava lhe dizer algumas coisas. Mas no fim, não era como se adiantasse muito. Então, eu ainda continuei ali do seu lado, tentando uma proximidade que já tínhamos, mas agora era como se nunca tivesse acontecido. Magoava o meu coração olhar para ele, mas ver seu olhar curioso sobre tudo, era o que me salvava no momento.
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━━━ 𝐅𝐄𝐓𝐊𝐒𝐇 | suna rintarou
Fanfic[...]𝐅𝐄𝐓𝐈𝐂𝐇𝐄 [+𝟏𝟖] "O pior de tudo era que, [Nome] funcionava para mim, como o inferno de Dante, ela havia se tornando meu apocalipse interno. Ela era a melhor pessoa que eu já conheci, e a pior coisa que já me aconteceu." [graphic by @yora...