capitulo dez.

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— eu tenho medo de me doer demais nas suas banalidades irreais.












Eu não sei dizer em que momento da noite eu fui levada para a cama, mas acordei em um quarto com a janelas abertas deixando os raios solares baterem forte no meu rosto. Levantei o ededrom branco de cima de mim e percebi que eu estava apenas usando a camisa social que coloquei por baixo do vestido, meus coturnos estavam parados ao lado da porta.

Quando me levantei segui em direção do corredor, e um barulho do outro lado do apartamento me fez caminhar até lá, era estrondoso e parecia um som sufocante. Ao chegar na porta que escondia o barulho, eu a empurrei bem devagar, e para minha surpresa era Suna.

Ele estava tocando bateria.

Olhei o local e percebi que funcionava mais como um studio, tinha guitarras e microfones espalhados por toda parte. Rintarou estava sem camisa, seus cabelos suados pingavam sobre seu tronco, e suas mãos batiam desesperadamente com as baquetas nos discos da bateria que era totalmente preta de um tom metálico e o que chamava a atenção era o nome em branco escrito nela, SUNARIN.

Ele parecia estar mais vivo, enquanto a fumaça do cigarro deixava seus lábios, ele mexia a cabeça incontrolavelmente cada vez que um som mais alto saia de seu instrumento.

— Eu não sabia que tocava bateria - comentei assim que seu olhar parou no meu, deixando de tocar.

— Já faz um tempo, estava só testando.

— Você fica bonito assim, parece um baterista após um show incrível - comentei sentindo minhas bochechas esquentar, e ele sorriu.

— E você parece um anjo. - comentou se levantando, e eu tentei ignorar seu comentário enquanto observava ele.

— Você quer comer? Fiz café - concordei aliviada por ter um motivo para sair daquela sala que eu sentia que estava ficando pequena demais cada vez que Suna me olhava.

Eu segui ele até a cozinha, e me sentei de frente a ilha pro balcão, Suna começou a grelhar o peixe com kobachi e eu esperei ansiosa enquanto segurava minha tigela de arroz. Após ele me servir eu pude perceber que Rintarou era um ótimo cozinheiro, o café estava perfeito. Ele permaneceu na minha frente apoiado no balcão enquanto levava os hashi com arroz a sua boca, ficamos nessa troca de olhares até ambos terminam a refeição. Ele estava lavando a louça enquanto eu batucava meu dedos sobre a pedra de quartzo.

— Eu acho que preciso ir embora - comentei lembrando que tinha marcado uma entrevista para hoje.

— Por que? - eu arqueei uma sobrancelha.

— Porque sim? Para falar a verdade eu ainda não sei o por quê de estar aqui com você. - estalei meus dedos olhando para o teto.

— Porque eu pedi - fiz uma cara confusa para ele — Você, está aqui porque eu pedi, e você concordou em ficar.

— Isso eu sei, só não sei ainda porque concordei.


Ele parou o que estava fazendo e apoiou as mãos no balcão jogando o seu corpo próximo ao meu, estávamos tão perto que eu pude notar que Suna tinha uma pintinha próxima ao lábio, era quase nulo a sua aparência.



 ━━━ 𝐅𝐄𝐓𝐊𝐒𝐇 | suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora