capitulo vinte e seis.

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—— É tão bom quanto eu sabia que seria,
fique comigo, eu não quero que você vá embora.










O cheiro das panquecas com ovos mexidos do café da manhã feito por Suna, invadiu sutilmente as minhas narinas, me trazendo uma sensação boa de estar em casa. Pude me ver descendo as escadas, depois do banho que tomei, me sentia leve e confortável usando aquela camiseta preta com o cheiro de Rintarou, era uma mistura de menta deliciosa de sentir. Quando alcancei o último degrau, lá estava ele, virado de costas para mim, pude apreciar com atenção todos os músculos de suas costas, ele era lindo assim, tudo nele se encaixava perfeitamente.

—— Bom dia, amor - eu respondi me sentando a mesa.

Porém quando ele se virou tudo se transformou em cinzas, seu rosto não estava como antes, não tinha nenhum sorriso ali ou seus olhos travessos me olhando. Rintarou estava totalmente ensanguentado pela minha visão, o sangue escorrendo em cima de sua testa, descia até o nariz e pescoço, aquilo me traumatizou.

Eu me levantei tentando correr para ajudá-lo, porém eu não conseguia chegar, era como se ele estivesse ficando cada vez mais longe, estava parado na minha frente porém meu corpo não o alcançava, e quando eu estiquei meu braço para toca-lo, vi seus lábios silabar alguma coisa para mim, porém não fui capaz de entender.

E quando eu ia trazê-lo para mim, eu acordei.

Meus olhos se abriram assustados e ágeis, quando o sol escaldante invadiu me rosto, os fechei com força. Fiquei cega por uns segundos, mas quando minha visão começou voltar, estava atenta a tudo, tinha uma agulha em meus braços, sonda e soro. Eu estava no hospital.

Rolei meus olhos pela sala e avistei Osamu dormindo em uma poltrona a minha frente da maca em que eu estava.

— O-osamu? - a minha voz falhou, saiu mais como um sussurro inaudível.

Mas o platinado se remexeu na cadeira, e quando seus olhos pousaram em mim, ele correu para me ajudar. Vi suas mãos apertarem algum botão vermelho ao lado da cama.

—— [Nome]? - tocou em meus rosto e eu apenas fechei os olhos. —— Que bom saber que está bem, pensei que não acordaria hoje.

Hoje? Que dia era? O que aconteceu?

Minha mente rodava essas perguntas diversas vezes, chegava a doer minha cabeça por causa disso.

—— O que aconteceu? - perguntei segurando firme seus pulsos, mas tive que soltar quando uma dor insuportável invadiu a minha mente. Doía como se eu tivesse levado uma paulada de madeira bem no meio da cabeça.

—— Tente não fazer esforço, o doutor já vai chegar para te examinar. - me ajudou a reencostar no travesseiro.

—— O que aconteceu, Osamu? - disse dessa vez mais calma, por mais que eu tentasse pensar em algo a minha mente estava em um total branco.

—— Você e Suna caíram de moto.

Pronto.

Bastou aquela frase que tudo se transformou como um gatilho, foi um tiro bem na culatra, as imagens desde o momento que saímos do chalé até o momento em que eu senti meu corpo ser jogado da moto, atingiam a minha mente com força, quase como se fosse um trailer de filme, onde as cenas principais você não consegue descobrir o que vai acontecer. Mas uma coisa eu tinha nitidamente cravada em minha mente, Suna havia virado seus olhos felinos e amarelados para mim e disse que tudo iria ficar bem, logo depois disso um caminhão atingiu nossa direção sem controle algum.

 ━━━ 𝐅𝐄𝐓𝐊𝐒𝐇 | suna rintarouOnde histórias criam vida. Descubra agora