A origem do mal

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– Veja, Sr. Brook. Como é lindo esse lugar! - Brook riu da empolgação da mulher ao seu lado. – Tudo é tão verde e brilhante, não?

– Realmente é um belo lugar. - Sentiu o coração apertar em saudade com o sorriso da bela mulher de olhos dourados, o lembrava do sorriso sempre animado de sua filha. – Perdoe-me a indiscrição senhorita, mas é seu filho?

– Oh, não. E-eu não tenho filhos. É só... Como eu imagino que seria meu filho se eu tivesse tido, digo, se eu me tornar uma mãe.

– Entendo. Realmente é um desenho adorável. - Observou mais uma vez os traços da criança de cabelos e olhos castanhos com pequenas sardas no papel amarelado.

– Sr. Brook, acha que realmente vamos poder nos reencontrarmos com nossos entes queridos? Acha que eles serão capazes de nos ajudar? - A mulher tinha um fio de esperança em seu olhar, queria realmente que fosse possível.

– Eu não sei, senhorita Monet, mas eu espero que sim. ‐ Brook possuía suas reservas com aquele grupo estranho que os ofereceu ajuda quando buscavam por algo que os ajudasse a ter contado com o além, porém eles eram sua única esperança depois de inúmeras tentativas falhas.

– Quem o senhor quer encontrar? - A jovem mulher perguntou curiosa, mas logo se deu conta de sua fala. – Oh, me perdoe a intromissão, isso foi insensível de minha parte.

– Não há problema algum. Eu quero reencontrar minha filha que perdi em um acidente. - Um sorriso triste dançou nos lábios do homem ao relembrar de sua fatídica perda.

– Eu sinto muito, sei como é doloroso perder um filho. Quer dizer, eu imagino o quanto seja ruim. - Brook a agradeceu com um sorriso. Era divertido vê-la tentar disfarçar sobre seu filho sem muito sucesso, mas ele não a julgava. Seria um problema para ela se outras pessoas soubessem de sua indiscrição naquela sociedade julgadora em que viviam. – É meu sonho ter uma família.

– Tenho certeza que você terá uma belíssima.

– Obrigada, Sr. Brook.

– Não há de quê YOHOHOHO.

– Perdão as palavras, mas sua risada é...

– Diabólica. - Ambos pularam de susto com a presença de Absalom. – Desculpe, não queria assustá-los.

– Está tudo bem, você só chegou de repente. Um pouco exagerado, mas descreve bem a risada do Sr. Brook.

– Muitas pessoas me dizem isso.

– Eu acredito que seja um belo elogio. - Disse sorrindo levemente. – Senhorita Monet, vim chamá-la para a preparação, hoje a Lua será regida pela Terra.

– Ah, sim. Vamos.

Brook observou eles adentraram a casa e os seguiu logo depois. Jamais imaginaria fazer algo tão desesperador quanto pedir ajuda a uma seita que diziam ser capazes de fazer contato com pessoas mortas, mas a terrível dor da perda e o arrependimento o corroeram à tal ponto, imaginava que com Monet não era diferente. 
Seus olhos percorriam o local observando a estranha moradia e o lago estonteante ao lado de fora. Havia uma energia terrivelmente assustadora no local.

– Algum problema, Sr. Brook? - A voz doce de Perona se fez presente.

– Não, não, senhorita. Apenas... Sente essa energia?

– É linda, não?

– Eu não usaria essas palavras. Ela parece... maligna.

– Por isso mesmo. Ao que parece esse local era usado para rituais antigos, mas foi demolido após muitos anos para essa construção. Dizem que as divindade se sentiram ofendidas por ter seu templo blasfemado então mataram todos os que trabalhavam na construção e todos os que foram enviados a seguir. Demorou muito tempo, mas a casa foi terminada, o dono dela, porém, assim como os construtores que ele sacrificou por sua ganância, morreu afogado no lago pelas forças soberanas.

A casa no lagoOnde histórias criam vida. Descubra agora