(Dia 4) - Ainda há esperança

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Enquanto via Sanji dar seu último suspiro uma lágrima solitária escorreu por sua face.



Os amigos já estavam extremamente preocupados. Zoro e Sanji haviam saído há algumas horas. Não sabiam se o atraso era devido ao péssimo senso de direção do esverdeado ou algo realmente ruim havia acontecido. Eles queriam ir procurá-los para conferir se estavam bem, mas era algo arriscado e além de poder colocar tudo a perder, poderiam prejudicar os amigos indo todos.

Luffy era o mais agitado do grupo. Ele confiava no melhor amigo, sabia que se Zoro dissera que conseguiria pegar os objetos, ele os traria até eles, mas a sensação ruim que estava sentindo em seu peito o deixava preocupado. Ele não suportava a ideia de não poder fazer nada e apenas ter que esperar, era extremamente angustiante.

Robin já havia concluído que algo ruim acontecera aos amigos, mas decidiu não externalizar os pensamentos dessa vez, devido ao estado de Luffy. Law seguia uma linha de raciocínio semelhante ao da morena, mas apenas tentou acalmar o pequeno enquanto ela e Franky decidiam se um deles deveria voltar para conferir o estado dos amigos.

O barulho entre as árvores chamou a atenção de todos e Luffy sorriu aliviado ao ver o esverdeado se aproximar. O sorriso que adornava a bela face rapidamente se desfez ao notar a ausência do loiro. Ninguém precisou perguntar o que havia acontecido, pois a feição de Zoro já informava o paradeiro de Sanji.

As lágrimas rolaram silenciosas pelo rosto dos amigos enquanto Zoro jogava o pequeno saco no meio de onde estavam e se sentava no chão. Todos compartilharam aquela nova perda em silêncio, cada um sentindo de forma diferente, mas ao mesmo tempo igual, aquela dor. Luffy caminhou apressado até Zoro enquanto o abraçava, pois sabia como o amigo estava se sentindo e que ele estava precisando daquilo. O restante se compadeceu pela dor do outro em silêncio, os dando espaço. Zoro não gostava de se sentir ou demonstrar vulnerabilidade, e em questão de respeito a isso, mantiveram-se sentados, com apenas Luffy, o único que Zoro permitia baixar a sua guarda e revelar todas as suas facetas, o consolando mais afastado.

Seguiu-se um longo tempo em silêncio antes de Franky quebrá-lo chamando a atenção de todos para si.

– É estranho pensar em como alguns acontecimentos podem mudar toda nossa perspectiva de vida. - Franky matinha um tom de voz sério e distante, quase como um sussurro. – Tipo, quando chegamos aqui nossos planos e interesses consistiam apenas em concluir nossos cursos e os nossos futuros empregos... Mas agora... Tudo que que estamos fazendo é lutar para sobreviver e sair desse lugar com vida.

– Isso parece algo tão distante agora. - Law também entrou no assunto. A vida de todos mudaram em questão de instantes para algo tão surreal que parecia mais um pesadelo do que a realidade. – Que nem importa mais.

– Mas não deveria ser assim. Nossos amigos perderam a vida e os sonhos por causa daquele desgraçado. - Luffy nem sabia descrever o sentimento ruim de raiva e desprezo que sentia sobre o responsável pela morte dos amigos. Tudo que queria era fazê-lo pagar por todo aquele transtorno, toda a sua atenção estava voltada a isso e no pensamento dos desejos de seus amigos.

– A Nami-kun pediu para vivermos por ela e o narigudo-kun também iria querer isso, assim como os outros. - Robin lembrou dolorosa. A perda dos amigos na noite anterior estava ainda muito recente e clara na mente da morena, como de todos.

– E é por isso que nós devemos sim nos preocupar com nossos sonhos e os sonhos deles. Se formos fazer isso temos que dar nosso melhor para valer a pena sobreviver. – Luffy voltou a falar com convicção. A nova perda foi o estopim que faltava para o pequeno Monkey levantar. Ele finalmente havia se dado conta de que se queria manter os amigo a salvo, eles teriam que fazer algo. Ele não queria perder mais ninguém e não podia deixar a tristeza o abalar agora, porque se ele queria os proteger teria que ser forte para isso e estar de pé, pronto para lutar.

As palavras dos irmãos voltaram a sua mente rapidamente, corroborando com aquela ideia que se formava. Ele tinha que honrar o que os irmãos queriam, uma vida livre e sem arrependimentos, fazendo tudo que eles tinham direito. Ele tinha que fazer isso pelos irmãos e os amigos, não poderia deixar a vida deles serem esquecidas assim.

– Mas não podemos ser tão otimistas ao ponto de achar que nenhum de nós irá morrer ou ter que ficar para trás. - O esverdeado falava com um pesar na voz. Ele não queria, mas aquela era a realidade. Era horrível, mas era a situação em que estavam.

– Eu sei, Zoro, mas precisamos tentar. - Na mente do pequeno Monkey se havia uma possiblidade, eles deveriam agarrá-la com todas as forças. E mesmo que não houvesse, eles teriam que criar uma com as próprias mãos. Se entregar e desistir não era uma opção, pois eles ainda tinham uma missão a cumprir. Eles tinham o desejo de Nami para realizar e a promessa a cumprir a seus irmãos. Eles ainda tinham um ao outro, então havia algo porque lutarem.

– Ele está certo, Luffy-ya. O mais lógico é pensar nesse caminho, porque ele é o mais provável de acontecer. - Law, Zoro, Robin e Franky compartilhavam esse mesmo pensamento pois a possibilidade mais concreta era que todos morressem, seria sorte se eles continuassem vivos. Não estavam lutando contra qualquer coisa, era algo além do alcance deles, algo que eles não tinham o conhecimento e mal sabiam se o que fariam iria realmente funcionar.

– É, Luffy. Precisamos estar dispostos a ser deixados para trás, ou pior, deixar alguém para trás, se quisermos sobreviver e realizar o desejo de nossos amigos. - Franky também tinha a confiança de que Robin conseguiria realizar o plano e os salvar, mas não era tão otimista. Ele sabia que ter esperanças de que todos sairiam bem dali só tornaria tudo mais doloroso quando não acontecesse, eles precisavam estar preparados e cientes do que viria a acontecer.

– Então vamos fazer uma promessa. Uma promessa de que iremos até o fim e iremos sobreviver. - Luffy queria fazer aquilo por todos, ele queria lutar pelos amigos. Ele sabia que Robin era capaz de salvá-los e eles estariam ali, preparados para protegê-la e saírem todos bem. Eles eram capazes de fazer isso, e Luffy não tinha nenhuma dúvida da capacidade dos amigos, ele estava determinado àquilo. – Vamos chutar a bunda daquele espírito e sairemos daqui. Viveremos sem arrependimentos, viveremos pelas pessoas que amamos e ficaram para trás. Custe o que custar.

Luffy estendeu o punho para o os amigos, carregando toda a convicção que tinha nos olhos. Todos queriam sobreviver e ver os amigos bem e Luffy sabia disso, eles só precisavam acender aquela chama dentro deles, fazê-los acreditar que eram capazes de vencer a guerra. Aos poucos, um por um, colocou os punhos ao lado do pequeno. Querendo ou não, Luffy sempre conquistava o que queria e eles não tinham nada a perder de qualquer forma, aquela seria a batalha de suas vidas e eles fariam o melhor que conseguissem, custe o que custar.

[...]

– Acho que temos tudo que precisamos para dar início ao plano. - Robin comentou com o livro em mãos. Sua mente já havia trabalhado em tudo que teriam que fazer e como fariam.

– Só precisa nos dizer o que devemos fazer. - Franky afirmou se levantando também, estralando os dedos das mãos, ele estava pronto e com uma imensa vontade – assim como todos ali – de socar aquele espírito até os confins da terra.

Luffy e Zoro concordaram de imediato compartilhando da mesma vontade de fazer aquele ser sobrenatural pagar e mostrar a ele que ninguém, absolutamente ninguém, mexe com seus amigos e sai impune.

Logo todos estavam de pé, a postos, prontos para fazer o que precisava ser feito para dar um fim àquilo. Eles tinham uma chance e se agarrariam a ela com toda a força que lhes restara, fazendo de tudo para usufrui-la bem, porque eles estavam preparados e nada podia pará-los. Estavam dispostos a dar o seu melhor por aquela oportunidade, porque eles definitivamente sairiam vitoriosos daquela nova batalha que travariam.

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