A casa no lago

(Dia 4) - Vivam por mim!

– Agora nada poderá te salvar. - Disse enquanto um sorriso vitorioso adornava o rosto de Zoro.

Robin segurou a mão sobre o seu pescoço numa tentativa falha de se soltar. A falta de ar novamente fechava sua garganta causando um desespero interno. Faltava tão pouco para que conseguissem, estavam quase lá... Tentou falar algumas vezes, mas estava ficando sem oxigênio. Se esforçou ao máximo que podia para que sua voz saísse.

– Você não sabe o prazer imenso que me dá ver a esperança desaparecer dos olhos aos poucos quando vão se dando conta de que não tem mais saída e só lhes resta o fim... Ver as tentativas frustradas de se salvarem, até que as esperanças escorram como areia em uma ampulheta, lentamente até não sobrar um grãozinho. - O sorriso maldoso se alargou ao ver Robin apertar a mão do esverdeado com mais força e franzir o cenho numa expressão de raiva. – Quer que eu diga como cada um de seus amigos gritaram até a morte, ou como eles lutaram desesperadamente para controlar os próprios corpos?

Robin odiava aquele demônio com todas as suas forças. Queria fazê-lo pagar por tudo que ele havia feito e ela o faria. Ele os subestimou e lhes deu a arma para atirar em sua cabeça e ninguém ali hesitaria em apertar o gatilho. Robin deu um dos seus característicos sorrisos e a entidade não teve tempo de questionar a atitude paradoxal à suas falas, pois uma adaga foi lançada em sua direção e ele foi obrigado a soltar o pescoço de Robin grunhindo de dor pelo objeto perfurando sua pele.

Law sorriu vendo o sangue escorrer pela mão do esverdeado e a ira dominar seu semblante. Não sabia a razão daquele demônio não ser tão forte quanto o espírito era, mas estava pouco se fudendo para a resposta naquele momento. Ele estava fraco e só isso importava para que pudessem vencer. Os olhos totalmente pretos de Zoro se voltaram em cólera para Robin, Ele não daria tempo para brincar com ela dessa vez, quando colocasse as mãos naquele pescoço novamente o quebraria em um segundo.

– Cercul este sigilat - Robin concluiu ainda sorrindo. Com a raiva transbordando, o corpo do esverdeado avançou em sua direção, mas foi impedido ao não conseguir sair do lugar. Os olhos negros se voltaram para o chão vendo um brilho adornar o círculo e se apagar. Arregalou os olhos e sua atenção logo voltou a Robin que já se levantava, sem sorriso, dessa vez.

– O que pensa que está fazendo, sua vadia!? - Ele esbravejou tentando sair do local, sem sucesso. – Eu vou matar cada um de vocês e vou saborear seus sangues, com todo prazer quando eu sair daqui!

– Você errou em subestimar as nossas capacidades, e errou em subestimar a força da sua própria cultura. E é por isso que aqui será seu fim. - A cena que se seguiu foi prazerosa para todos. Os gritos, as ofensas, a cólera. Ver a entidade se debatendo, preso em um corpo sem poder atormentar ou machucar mais ninguém.

Luffy e Law pegaram o corpo de Franky o arrastando para fora enquanto Robin pegava um frasco com querosene deixado propositalmente em cima de uma das caixas. O líquido era usado com frequência para acender lamparinas antigamente. Despejou o líquido inflamável por todo o cômodo.

– O QUE PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO!? - A entidade gritou exasperado ao entender claramente quais eram as intenções do grupo. Robin caminhou lentamente até os amigos e segurou uma das velas que foram acesas no local e pareciam brilhar mais intensamente que o normal. - VOCÊS NÃO PODEM MATAR O AMIGO DE VOCÊS!

– Oe, Robin. O que está dizendo? - Luffy se aproximou exasperado da amiga a segurando pelos ombros. – É do Franky que estamos falando.

– Eu sei disso, Luffy, mas quem já foi possuído e voltou com vida? - O amigo nada respondeu, engolindo em seco. Ela não precisava dizer para que ele soubesse que aquilo estava a destruindo por dentro e era justamente por isso que ele não queria que ela tomasse aquela decisão. – Ele sabia o que poderia acontecer e estava disposto a aceitar isso, e eu disse que não hesitaria e não vou.