(Dia 4) - Não hesitar

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– O que foi? – Perguntou preocupado. Sanji sorriu com os olhos em apenas dois riscos.

– Não foi nada. Eu devo estar imaginando coisas.



Robin mantinha o olhar distante. Milhões de pensamentos passavam em sua cabeça, desde a origem de tudo às possiblidades deles sobreviverem. Não era fácil lutar contra algo que desconheciam e só poderiam arriscar a tentar fazer com que algumas palavras tenham força suficiente para ajudá-los. Ela era uma pessoa realista e, dado aos acontecimentos, suas chances eram muito baixas, mas se eles se entregassem seria realmente o fim, para todos, porque apesar de ínfima, ainda havia uma chance.

– Eu estava pensando no que o Sanji disse ao Zoro. - Franky atraiu a atenção da morena ao lembrar da conversa, nem tão discreta, do casal. – E ele tem toda a razão.

– Eu sei onde está querendo chegar. - O olhar da morena se direcionou à floresta novamente evitando contato visual. – Nós não podemos hesitar em nada. Qualquer momento de fraqueza que tivermos pode custar a vida de todos. 

– E é exatamente por isso que eu quero que se algo acontecer comigo, não hesite em me deixar para trás ou até me matar, como o Sanji disse, não sabemos o que pode acontecer e talvez isso seja necessário para o bem de todos. - Robin evitava olhar para o namorado, ela precisava ser firme e não queria demonstrar fraqueza no momento tão delicado em que estavam, mas Franky a conhecia bem, ele sabia o que ela estava sentindo e pensando através daquele olhar distante.

– Eu sei. - Franky pousou uma mão delicadamente no rosto dela, a virando para si. Robin mordeu os lábios fortemente tentando segurar o choro.

– Você é a única aqui que sabe ler aquela coisa, então você é quem mais vai correr perigo, e principalmente podem usar algum de nós para te atingir, então não hesite. - Robin assentiu ainda com os olhos marejados. – Eu não me importaria de morrer se eu tiver a certeza de que você vai estar viva e bem.

– Eu não vou. - Tentou passar uma firmeza na voz que ela não tinha naquele momento. – Eu te amo.

Franky sorriu e a beijou. Ele tinha um pressentimento ruim sobre o resto do dia, não queria ser pessimista e sim acreditar que todos pudessem sair vivos dali, mas isso seria quase um milagre. Se eles tinham uma chance, tinham que fazer de tudo para se agarrar a ela, até mesmo deixar algum deles para trás, ou todos iriam morrer e eles não poderiam deixar isso acontecer. Por todos que morreram eles precisavam viver.

[...]

Luffy estava sentado entre as pernas de Law no chão. Ambos em seus próprios momentos reflexivos encostados em uma árvore. O pequeno levantou o olhar ao sentir o outro se mexer desconfortável.

– O que foi, Torao?

– Eu estava pensando em algo que esquecemos de falar com o Esqueleto-ya. - O garoto permaneceu em silêncio e Law prosseguiu. – Uma das capacidades daquele espírito é possuir as pessoas, certo?

– Se isso estivesse no livro eles falariam, não? - O garoto perguntou confuso em saber onde Law queria chegar. – Lá deveria estar falando sobre esses espíritos, acho que ele não esqueceria algo importante assim.

– Mas foi o que aconteceu com o Killer-ya. - O corpo de Luffy se virou no mesmo instante para Law. Como eles puderam esquecer aquilo? Não era o Killer naquele precipício, eles sabiam, e o Kid também foi morto por isso.

– I-isso quer dizer q-que... - As palavras travaram no meio da garganta. Seus amigos corriam mais perigo do que antes, ainda mais desconhecendo esse fato.

– Alguém pode ser pego e usado para machucar outros.

[...]

Os garotos subiam devagar as escadas. Zoro estava atento a todo e qualquer barulho ou movimento ao redor. Ele queria pegar o que precisava e sair, mas não podia negar que uma parte sua queria que aquela coisa aparecesse para cortar ela no meio, mesmo que só estivesse em posse de uma faca de cozinha, mas faria ela ser suficiente. O pensamento o fez cerrar os punhos, mas parou ao ouvir um resmungo de dor do loiro.

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