Pequenas luzes no céu

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Sakura passou toda a tarde trabalhando com medicamentos. Assim que guardou o último frasco em sua bolsa, ouviu vozes animadas vindo do banheiro. Curiosa, foi ver o que estava acontecendo. Já na porta do banheiro, viu a água escorrendo para o corredor. Ela então buscou um pano para secar o piso, impedindo que a água não se espalhasse.

A música que Kakashi cantava era uma bem conhecida das crianças de Konoha. Falava sobre a lenda do rei macaco que trocou seu cajado por um violão e foi viver na floresta.

Com um sorriso animado, Sakura deparou-se com o marido sentado dentro da banheira segurando Hikari no colo e Kowaba pulando na água junto.

— O que vocês estão aprontando? — Ela viu a espuma se espalhar por todos os lados e poderia jurar que os três carregavam um olhar de culpa. — Como fez essa espuma toda?

Kakashi mostrou um frasco que havia encontrado ao lado da banheira, era o shampoo dela.

— Vem nadar com a gente, mamãe. — Kakashi imitou uma voz infantil e balançou o bracinho de Hikari, que garagalhou com os movimentos realizados.

— Pedindo desse jeito como eu posso recusar? — Ela se aproximou e fez um carinho nas bochechas da filha. Hikari tinha os cabelinhos brancos tomados por espuma e ria sem parar.

Quando a menina começou a espirrar, achou melhor tirá-la da banheira. Kakashi prometeu limpar todo o banheiro enquanto ela cuidava da filha.

Assim que se encontrou seca e quentinha, Hikari aninhou-se no colo de Sakura, mamando até cochilar. Ela então deitou a filha sobre a cama, com cuidado para não acordar, protegida com uma almofada ao lado. Kowaba a olhava, parado do lado da cama. Estava ensopado e molhando todo o chão.

Sakura pegou o secador de cabelo e aproximou-se do cão, ligou o aparelho e o segurou gentilmente pedindo para ele não fugir por causa do barulho do secador. Assim o secou completamente, mas o chão continuava molhado.

— Kowaba, pedi para se secar lá fora. — Kakashi o recriminou e o cachorro subiu em cima da cama com as patinhas sobre o focinho.

— Tudo bem, eu já sequei ele. — Sakura esfregou a mão nas costas do cão. — Hikari dormiu, acho que vai demorar pelo menos duas horas para acordar, se incomoda de chegar mais tarde no festival?

— Ninguém nos recriminaria por isso, não é? — Ele moveu a cabeça, confirmando.

Sakura estalou os dedos, chamando Kowaba para comer, levando-o para a cozinha. Assim que o animal estava satisfeito, ele correu para o jardim animado com a promessa de brincar com ela. Mas o sino da porta tocou, tirando as esperanças do cachorro.

— Sinto muito, preciso ver a porta. — Sakura arremessou a bola de borracha para o cão e foi atender a porta.

— Por onde você esteve todo o dia? — Ino entrou na casa, parando no genkan com suas sandálias de madeira exageradamente alta.

— Ora, boa tarde para você também, Doutora Yamanaka. — Sakura cruzou os braços, olhando para a amiga.

— Boa noite, você quer dizer, passou das seis horas, tem até estrelas no céu. — Ino removeu as sandálias e subiu o degrau, parando no meio da sala. Seu rosto estava bem maquiado, o batom cor malta dava um destaque especial para os olhos azuis. Seus cabelos presos em um penteado alto e elegante, com uma presilha em forma de folha dourada com pequenas pedrinhas brilhosas. A Yamanaka estava deslumbrante no quimono azul turquesa.

Mas nada daquilo parecia combinar com o olhar apreensivo que sustentava.

— O que aconteceu? — Sakura perguntou, preocupada.

Missão Hatake - HarunoOnde histórias criam vida. Descubra agora