Ameaça nas entrelinhas

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Sakura pensou em Hikari durante todo aquele dia. Contudo, sua filha estava muito bem protegida na guarda direta de Tsunade e Jiraya. Ino também estava preocupada com seu filho, mas sabia que no atual momento era melhor que ele continuasse no campo com a avó.

Sakura insistiu em examinar a Yamanka enquanto elas conversavam na sala de interrogatório, onde poderiam ter mais privacidade. Depois que se certificou de que Ino estava bem, ela se sentou e olhou a expressão triste dela.

— O que exatamente aconteceu lá? — Sakura perguntou com a voz baixa, enquanto Ino alisava os cabelos jogados para o lado, como sempre fazia quando estava ansiosa ou com problemas.

— Eu não sei muito bem. — Ela piscou e encarou Sakura. — A relação deles me parece um pouco diferente do que eu esperava.

— Como assim? — Sakura organizou as ideias e recordou-se de como a voz de Amane no microaudio do aparelho parecia incomodada quando ordenou que ele não a tocasse.

— É estranho porque não era o meu corpo, mas a minha consciência. Eu não sei como é a relação deles, mas não é algo que eu desejo sentir novamente.

— Você acha que Amane é conivente em tudo isso, ou está nessa só porque é obrigada?

— Não tenho ideia. O que aprendemos hoje é que não conhecemos as pessoas completamente e isso me assusta. — Ino cruzou os braços. — Eu quero que essa noite acabe logo e que as coisas voltem a rotina de antes. Dar aulas, ir em missões e cuidar do meu filho.

— Se tudo acabar essa noite, prometo levá-la naquela terma que eu falei.

— Noite das mães?

— Sim. — Sakura respondeu animada. — Aposto que Hinata precisa também de um descanso dessa loucura.

— O jantar. — Ino desgrudou as costas da cadeira, recordando-se do jantar que Hinata preparou aquela noite para todos eles.

— Acho que Naruto já deve ter avisado que não poderemos chegar cedo. — Sakura levou a mão ao queixo, na dúvida ela decidiu falar com o Hokage. E ele havia esquecido completamente do jantar, criou um clone no mesmo momento para que ele fosse avisar Hinata. — Não precisa, eu mesma vou. Ino pode ficar aqui se precisarem de algo?

— Claro.

Sakura se aproximou e falou baixinho para ela.

— Aproveita e conversa com o Kazekage, ele parece preocupado com você.

— Não começa, testuda.

Sakura riu.

— Fica bem, e não se preocupe com aquilo, quando tudo acabar, vamos tentar falar com Amane.

Mesmo que Sakura dissesse que não era necessário um clone, Naruto achou adequado enviar um para acompanhá-la.

***

Hinata abriu a porta de sua casa com um sorriso cordial e a gentileza de sempre. Ela então olhou para os lados e viu que Sakura estava sozinha, afinal de contas, o clone de Naruto havia se escondido para manter discrição.

A expressão de Hinata tornou-se um pouco menos animada, mesmo assim, não criou nenhum tipo de alarde ao constatar que Sakura não havia ido ali para jantar.

Ao entrar, Sakura tirou os sapatos, pisando no chão aquecido. Era natural que Boruto estivesse no andar de baixo brincando, o menino passou correndo com um carrinho e mal deu tempo de Sakura falar com ele, já estava correndo de volta de onde veio.

— Podemos conversar a sós? — Sakura perguntou para Hinata, que sugeriu que elas fossem até o andar de cima. Porém, antes de subir, visualizou Boruto pulando no sofá ao lado de Itachi, que não parecia incomodado com a criança. — Olá, boa noite a todos.

Missão Hatake - HarunoOnde histórias criam vida. Descubra agora