Missão Hatake - Haruno

Uma vida merece ser celebrada

Primeira Parte

Konoha era enfeitada pelos moradores, em celebração dos dez anos de tratado de paz que deu fim à Guerra Ninja. Os combatentes e civis, mortos na guerra, eram homenageados no templo principal da Vila, onde o Hokage deu início as festividades que durariam todo o mês.

Ao retornar para Konoha, após uma missão, Kakashi encontrou a vila colorida e animada. Ele caminhou sem pressa pela rua da cidade que borbulhava em vozes, seguiu na direção do escritório do Hokage, para reportar o sucesso da missão. No meio do caminho, deparou-se com Gai e Asuma, que o convidou para um encontro mais tarde. Só que ele possuía outros planos mais interessantes para aquela noite, os amigos deram um sorriso malicioso, mas ele fingiu não saber do que se tratava.

Ao chegar no escritório, encontrou Naruto sentado em sua cadeira, tentando escrever algo com uma criança no colo. O menino parecia ainda maior desde a última vez que o vira. Kakashi pensou em como as crianças eram impressionantes e cresciam rápido.

— Boruto, não pinta o pergaminho. — O Hokage falou com uma voz amolecida. — Kakashi-sensei, você voltou cedo. Ainda bem, temos muitas coisas para fazer aqui. — Naruto se levantou com o filho enfiando a mão melada de tinta na boca. — Hinata deixou ele comigo pela manhã, para trabalhar. Sabe como é.

— Parece que está indo bem na sua nova missão. — Kakashi avaliou os cabelos loiros de Boruto e os olhos azuis, tal como é o pai e foi do avô, Minato. Mas ele ainda possuía alguns traços de Hinata, como o formato dos olhos e o nariz delicado. Restava saber como ele seria quando se desenvolvesse mais. Mas, pelo que Kakashi observava, havia uma semelhança incrível com o pai. Quem sabe se ele despertasse o Byakugan as coisas não ficariam mais interessantes?

Seus pensamentos foram cortados pela voz do ex-aluno.

— É, acho que sim. As vezes não sei bem o que ele quer quando chora, se está com a fralda limpa e barriga cheia, teria motivos para chorar? — Naruto suspirou, olhando o pequeno nos braços. Kakashi nunca se cansava de ver o pupilo em situações como aquela. — Hein, sensei, Boruto já vai fazer um ano.

— O tempo passa rápido, não é?

— Nem me fala, parece que foi ontem que a Hinata-chan acordava de madrugada, pedindo coisas estranhas para comer. — Ele gargalhou, fazendo cócegas na barriga de Boruto, que riu gostosamente. — Agora esse moleque que está começando a comer umas coisas estranhas. — Naruto fez uma careta e Kakashi entendeu o motivo.

Ele era mais de rámen do que verduras frescas. Ao menos o Hatake sabia que as primeiras refeições de um bebê daquele tamanho seriam coisas saudáveis e amassadas. Era óbvio, já que não possuíam ainda os dentes para mastigar. Então não se achava assim tão especial por saber disso, era questão de lógica.

Agora, sobre os desejos estranhos de senhoras grávidas, Kakashi tinha a lembrança da experiência detalhada por Asuma, quando Kurenai o fez atravessar o deserto de Kemet, para comer os pastéis de figo, feitos em uma confeitaria de Suna.

Novamente, os pensamentos foram atrapalhados, fazendo Kakashi prestar mais atenção no que o Hokage dizia.

— Quero que você e Sakura vão lá em casa para jantar essa noite. É uma coisa que a Hinata-chan está me cobrando já faz algum tempo, e... sabe como as coisas estão intensas nos últimos meses, não é?

Boruto olhava para Kakashi, com uma grande bolha de baba estourando nos pequenos lábios. Ele tossiu em seguida e depois largou os bracinhos gorduchos, cansado e atento ao chão, queria explorar o ambiente.

— Essa noite? — Suspirou, resignado. — Ainda não falei com Sakura desde que cheguei.

— Tem razão, vocês podem combinar e me avisa depois. — Naruto deixou o menino no chão, que engatinhou na direção da porta. Kakashi rapidamente a fechou. — Tem mais uma coisa.