Capítulo 19 | F.D.P (Funerária descanse em paz)

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 A matriz da F.D.P (Funerária Descanse em Paz) situa-se em Viradouro, mas como se trata de uma organização secreta, sua base fica no subsolo do único arranha-céu da cidade. A edificação possui dezessete andares e mais de duzentos degraus, entretanto ele nunca foi finalizado por problemas judiciais envolvendo a construtora, o que ocasionou na interrupção do projeto que iria disponibilizar mais de trinta apartamentos. Por estar abandonado por tantos anos o prédio esquelético foi o escolhido como local ideal para uma organização secreta de coveiros extremamente habilidosos.

Após conseguir fugir da furiosa vizinhança do cemitério, Ivan estacionou o furgão de frente a fachada da funerária. Ele não desceu do veículo de imediato, pois precisava organizar as informações que obteve durante sua missão que por pouco não saiu de seu controle. O fato de Olavo ter seu corpo possuído mesmo já estando sob domínio da não-morte, era algo extremamente perigoso, sem contar na mensagem que ele havia deixado: Eles tiraram tudo de mim, agente Bravo, e pagarão caro por isso.

Ficou claro para o agente Bravo que, além dos problemas de seu Neto, também teria que resolver suas pendencias do passado pois ele não poderá fugir para sempre.

— Droga! Virei um imã de atrair merda? — Murmurou, saindo do carro.

O agente atravessou a Rua São João e parou diante de uma pequena construção do tamanho de uma casa, onde anos atrás funcionava o correio da cidade. Agora o lugar servia como recepção de fachada. Por fora era uma funerária convencional, com um pequeno letreiro de letras brancas não muito chamativas e com portas de vidros, onde era possível ver algumas cadeiras escuras e alguns caixões à amostra.

Ivan entrou.

No interior, atrás de um balcão oval, estava Natasha Yang, a recepcionista. Ela estava debruçada sobre o balcão e teclando no celular.

— Parece que alguém está tendo uma noite bem animada. — Ivan comentou, indo até a máquina de café. A recepcionista tirou os olhos da tela e fitou o agente.

— É, pura diversão. — Ela ironizou. Seu cabelo estava preso em um coque que, bem provável, estivera mais arrumado horas atrás. Por detrás das lentes de seus óculos, seus olhos pareciam estar irritados, mas com o ar condicionado ligado e silêncio total no ambiente Ivan não a julgou por estar visivelmente sonolenta.

— Se quiser trocar de lugar comigo eu aceito sem pensar! — O agente falou, sorrindo e se sentando em uma das cadeiras. Tomou um gole de café e se aconchegou no assento.

— Não, obrigada. Não quero sair por aí explodindo a cidade. — Natasha comentou, lançando um sorriso travesso ao agente. Meio sem graça com o comentário o agente também riu.

— Tô vendo que as notícias correm rápidas! — Ele falou. Seu celular vibrou. O pegou e quando viu quem era, desligou na mesma hora. — Que saco murcho! Não posso descansar nem por um minuto.

Não passou nem 20 segundos e o celular de Natasha também vibrou em cima do balcão. Ela atendeu.

— Sim, vou passar para ele. — Ela falou, entregando o celular ao agente. Ele franziu o cenho e pegou o aparelho, confuso e um pouco desconfiado.

— Eu estou vendo você pela câmera! — O General falou do outro lado da linha. Ivan havia se esquecido de que quase todo o prédio era monitorado 24h.

— Me desculpe General, a bateria do meu celular acabou! — Ivan disse, mentindo descaradamente. Do outro lado da linha o General berrou, fazendo a ligação ficar inaudível. — Ok! Tô descendo.

Lúcio encerrou a ligação.

— Não quero trocar de lugar com você nem a pau! — Natasha falou, rindo.

Guardiões de Éter - O Filho do ArcanjoOnde histórias criam vida. Descubra agora