Capítulo 26 | A batalha no museu

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A armadura incandescente do guerreiro Celestial conseguiu hipnotizar Otávio, tanto que, mesmo com uma batalha feroz que provavelmente destruiria o museu naquele momento, o garoto não conseguiu se levantar e procurar um lugar para se proteger, já que estava fascinado com o que via. A primeira vez em que Otávio viu um anjo que emanava energia semelhante ao guerreiro foi em um de seus pesadelos, mas agora era real, ele estava diante de um Celestial e sua energia era tão avassaladora que o rapaz se sentiu sufocado com tamanha Aura.

— Ei garoto, vai ficar aí parado por quanto tempo? — Indagou o guerreiro, pouco paciente. Seu cabelo em um corte moicano também exalava energia, tanto que as mechas estavam em brasa como uma fogueira embebida por gasolina após queimar a madeira até as cinzas surgirem. — Garoto!

Otávio despertou de seu devaneio e fixou seu olhar nas criaturas atrás do guerreiro, prontas para o combate. Foi então que ele se deu conta do que aconteceria naquele lugar. 

— Quem é você? — Otávio indagou, fitando o pentagrama Celestial do Anjo. 

— Agora não é hora para apresentações. Vá se esconder e deixe-me resolver esse pequeno problema ali! — O Anjo respondeu grosseiramente e apontou o dedo para os lobos, que agora estavam alinhados, esperando uma oportunidade de ataque. As criaturas estavam sedentas por sangue e loucas para rasgar a carne do rapaz, mas agora, além de querer Otávio morto elas queriam a cabeça do Celestial e fariam de tudo para consegui-la.

— Você tem um nome, certo? — Insistiu Otávio, se levantando e olhando em volta à procura de algo para se esconder.

O guerreiro cerrou os punhos por conta da insistência de Otávio, mas sorriu em desdém e respondeu:

— Sou Yazalon, General de exército do planeta vermelho. Sou quem te deu mais um dia de vida.

O machado em suas mãos ainda ardia em brasa e o guerreiro voltou a fitar os lobos infernais. 

— Planeta vermelho? — Otávio indagou. Com a quantidade de energia que era liberada dentro do museu o garoto duvidou que qualquer lugar que o abrigasse seria suficiente para protegê-lo, mas se ele pudesse ter a oportunidade de pelo menos assistir a batalha até o fim, ele morreria satisfeito.

— É! Nunca ouviu falar de Marte? — Yazalon respondeu, franzindo o cenho. 

— O que? Existe vida em outros planetas?! — Disse Otávio, perplexo com a revelação.

— Saia logo daqui! — Bradou o Anjo, e no mesmo instante Otávio correu e se escondeu atrás de um trator envelhecido pelo tempo.

   As bestas uivavam em uníssono novamente, mas o guerreiro nem sequer piscou ou se sentiu intimidado, pelo contrário, ele sorriu como se gostasse do que estava prestes a começar. Os dois lobos caminhavam de um lado para o outro analisando o território e esperando seu oponente se descuidar.  

— Vamos ver do que vocês são capazes, vermes insolentes! — O Anjo bradou. Yazalon ergueu seu machado, que agora estava flamejante, e sua Aura de fogo começou a deixar o ambiente do museu mais quente. — Aí vou eu!

   O guerreiro lançou seu machado na direção dos infernais a uma velocidade espantosa, e sua arma voou carregada por sua Aura de fogo como um cometa. Os lobos eram grandes e robustos, mas, ao se desviarem com rapidez do ataque inimigo, mostraram que seu tamanho não iria interferir em sua velocidade. O que eles não notaram foi que, no momento em que Yazalon fez sua investida ele desapareceu, literalmente. Otávio foi o único que notou.

O machado passou no meio dos dois infernais e não os atingiu, mas o que eles não esperavam foi que atrás deles Yazalon surgiu em uma bola de fogo e pegou ainda no ar sua arma.

Guardiões de Éter - O Filho do ArcanjoOnde histórias criam vida. Descubra agora