Onze: Antes

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Quando eu vi Rylee pela primeira vez, logo notei que ela era uma coisa e tanto

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Quando eu vi Rylee pela primeira vez, logo notei que ela era uma coisa e tanto. Era bonita, de verdade, com seus cabelos loiros e olhos infinitamente azuis, ela poderia parecer uma Barbie, se quisesse. Mas não, bem longe disso, ela parecia justamente o oposto de uma Barbie. E fazia questão de deixar isso o mais claro possível com suas roupas rasgadas e insolentes, seu cabelo metade verde, e os muitos piercings e tatuagens que ela adquiriu ao longo dos anos.

A verdade é que a personalidade de Rylee sempre foi compatível com a minha. Talvez tenha sido a tristeza com um quê de raiva dela que tenha sido facilmente identificada como igual a que eu tinha. Ou a rebeldia. Ou a vontade de explodir tudo. Ou, ainda mais provável, uma mistura de tudo isso.

Até mais do que Ames, Rylee sempre me entendeu.

No início, não nos falávamos tanto assim, ela mantinha certa distância, porque é isso que ela faz com pessoas em geral, e isso inclui o namorado da melhor amiga dela. Ainda assim, mesmo naquela época eu já achava o humor ácido dela hilário. Ames sempre foi mais doce, ela acendia e incendiava tudo quando queria, mas em geral, ela era mais calma e comedida, mais serena.

Não foi difícil entender porque ela escolheu Rylee como amiga, e eu como namorado, nós dois sempre soubemos como acender Ames, de jeitos diferentes, mas igualmente eficazes. Rylee fazia a amiga sair da zona de conforto, ao passo que eu levava o desconforto até ela.

Depois do dia do refeitório, Rylee não falou mais diretamente comigo em público por algum tempo, exceto cumprimentos e palavras dispensáveis. Na maior parte do tempo ela fugia assim que eu aparecia, querendo escapar de qualquer tipo de atenção positiva, de acordo com Amelie. Até que um dia, após eu deixar minha namorada na porta da sala dela e ir diretamente para o ginásio para matar uma aula fumando um cigarro e pensando na vida enquanto rabiscava uns desenhos, eu vi Rylee sentada nas arquibancadas, com um cigarro os lábios.

Andei até ela, e me sentei ao seu lado, ela estava de olhos fechados e fones de ouvido com alguma música agressiva e alta tocando. Ela nem tirava o cigarro da boca, só tragava e soltava pelo nariz. Encostei no joelho dela, para chamar sua atenção, e, mais rápido que um raio, ela me deu um soco, ao mesmo tempo que seus olhos se abriam rapidamente.

Por que me deixou?Onde histórias criam vida. Descubra agora