Três: Antes

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Se for pra ser sincera: eu estava entediada

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Se for pra ser sincera: eu estava entediada.

Rylee havia me chamado para ir até o parque com ela, mas esqueceu de me avisar que Davie White, o mesmo que eu flagrara olhando para ela no dia que ela falou com Damien, ia junto. Por isso eu estava sentada na nossa toalha, sentindo o sol na minha pele, e tentando ignorar as risadinhas do casal ao meu lado.

Não que eles assumam que são um casal, longe disso. Eles só já estão andando de mãos dadas, se beijam e não pararam de trocar mensagens o dia todo pelos últimos dias. Mas não, não são um casal não, imagina.

Suspirei, sentindo que morria por dentro. Bem lentamente.

Foi mais ou menos na terceira vez que eu ouvi Rylee sussurrando alguma coisa bem suja para Davie que eu me levantei, murmurei de forma nada eloquente que ia no carro de sorvetes pegar um para mim. Não que eles tenham se importado, acho que nem sequer me ouviram, estavam muito protegidos pela sua bolha de não-namoro.

Andei até onde o moço sorridente atendia várias crianças choronas. Me coloquei na fila, e esperei pacientemente pela minha vez. Já com meu sorvete em mãos, me recusei a voltar até onde meus amigos estavam. Eu tinha certeza que Lee ia querer do meu sorvete, e eu tinha toda pretensão do mundo de me manter o mais longe da saliva de Davie possível.

E Rylee devia ter mais saliva de Davie em sua boca do que dela própria, a esse ponto do dia.

Me abaixei para fazer carinho em um cachorrinho, e aproveitei que já estava perto do chão para me sentar por ali mesmo. Alisei a grama com uma das mãos, e então foquei no meu sorvete, que estava no mínimo maravilhoso. Não parei nem para respirar até que acabasse.

Coloquei o potinho de plástico perto do meu corpo, no chão, e fiquei o segurando com uma das mãos, para não ser arrastado pelo vento forte, e apoiei a outra para trás, a fim de colocar meu rosto no sol. Fechei meus olhos e fiquei curtindo o calorzinho gostoso que fazia.

Era um dos raros dias de sol em Maingreen, e eu queria aproveitar o máximo possível.

"Às vezes eu tenho medo do meu coração, de sua constante fome por seja lá o que ele queira". — Ouvi uma voz rouca dizer a minha frente, perto demais para ter sido com outra pessoa.

Por que me deixou?Onde histórias criam vida. Descubra agora