"O beijo dele sugou tudo de mim: sanidade, amor, paixão. E, no fim, só me restaram as cinzas. Como as dos malditos cigarros dele."
"Eu sempre tive alguns vícios: adrenalina, velocidade, cigarros, álcool..., mas nada no mundo me preparou para o que e...
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Depois de pensar, eu voltei para o carro, notei que o cheiro dela ainda parecia estar por todos os lados, me inebriando, ou era só minha memória pregando peças. De qualquer forma, era reconfortante. Até mais reconfortante do que chegar em casa e receber um abraço apertado de Rylee.
Ela parecia preocupada, e, claro, a primeira pergunta foi:
— Como Amy está? — ela sempre foi a melhor amiga possível para Amelie. Daquele tipo que daria a vida por ela, facilmente. Rylee era fiel e nunca deixava Amelie sozinha, a não ser que ela mesma pedisse por isso.
Eu assenti, e ela respirou mais aliviada. Ela pigarreou, desviando os olhos de mim.
— O que foi? — perguntei, colocando a mão no ombro dela, que me olhou em dúvida, antes de perguntar, baixinho:
— Ela te contou tudo?
— Sim. Tudo. E eu vi a garotinha — anunciei. Ela pareceu surpresa, e arquejou silenciosamente, com uma expressão culpada.
— Você sabe que eu não podia ter contado, certo? — ela indagou, me olhando preocupada — Não podia contar nada disso. Eu não podia interferir no destino de vocês, nunca teria dado certo.
Ela tinha razão.
Mas... Destino.
Qual era meu destino?
— Ry... Você sabe por que o Bryce fez aquilo com a Amelie? — eu perguntei, porque eu não era leal como ela, e achava que ela devia saber, por mais que fosse ser doloroso.
Eu havia descoberto que fugir da dor nunca adiantava. Ela vai te alcançar, de qualquer forma.
— Teve um motivo? — ela indagou, ainda mais surpresa.
— Ele era apaixonado por você, Rylee — falei, lentamente, sentindo minha garganta protestar. — Ele fez aquilo porque... porque queria se vingar de mim, por ter vocês duas.
Mas Bryce era um idiota, porque eu nunca tive Rylee. Primeiro que ela era livre e espirituosa demais para pertencer a alguém, e segundo que nós éramos espelhos, seria o mesmo que ela se apaixonar por si mesma, nós éramos iguais. Não do jeito que eu e Amelie éramos, de um outro jeito. De um jeito mais calmo e compreensivo, como todas amizades deveriam ser, no fundo.
