Oito: Depois

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Ver Amelie Sophie Carlile novamente foi como cutucar uma ferida aberta no meu peito com mil agulhas

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Ver Amelie Sophie Carlile novamente foi como cutucar uma ferida aberta no meu peito com mil agulhas. Doeu, doeu tanto que quase me quebrou novamente. Mas foi ver o olhar ferido nos olhos dela fez tudo que estava precariamente colado se estilhaçar mais uma vez.

A dor nunca tinha passado, não para mim. Eu tentei a todo custo me livrar daquele sentimento, aquela auto piedade que parecia corroer tudo dentro de mim, mas não fui capaz. Porque mesmo depois de tudo... ela continuava sendo a única coisa que me fazia sentir.

Eu sempre tive alguns vícios: adrenalina, velocidade, cigarros, álcool..., mas nada no mundo me preparou para o que eu senti por ela. De todos os meus vícios, ela foi o maior. E isso foi o que me levou a ruína.

Porque a abstinência depois... foi terrível, me partiu em mil pedaços que até hoje eu não consegui reunir completamente. Eu me lembro de tentar aplacar a dor, me lembro de álcool, de tentar fazer qualquer coisa me dar a mesma sensação que ela.

Mas nada, nada conseguiu. Nem o tempo conseguiu esmorecer o que ela significava para mim.

Eu tinha certeza que Ames teria ido embora. Ela devia ser uma escritora famosa em Nova York, ou uma jornalista, quem sabe psicóloga... qualquer coisa, mas não achei que ela fosse ficar na cidade. Depois de cinco anos o meu medo já não era mais voltar ali e encontrá-la, o que me mantinha longe eram as lembranças...

Se eu achasse que existia alguma chance de ela estar ali, eu não teria nem cogitado voltar.

Mas eu estava errado, porque, bem ali, estava Ames, parada ao lado de Rylee, que me olhava como se eu fosse um fantasma. Eu não dissera para Ry que ia voltar, achei que ela estivesse em Detroit. Achei que ela também fugisse de Maingreen como o diabo foge da cruz, como eu fazia.

Parece que no final das contas eu não conheço as duas garotas que mais amei tão bem assim, já que me enganei a respeito de ambas.

Ames estava com uma blusa vermelha, e a cor continuava tornando sua pele o maior dos meus desejos, ela continuava linda, com seus cachos longos, que provavelmente ainda eram cheirosos como na época do colégio. Ela ainda tinha o corpo incrível de antes, as coxas finas, cintura moldada, seios pequenos e quadril largo. O seu rosto ainda ostentava seus lábios grossos, sobrancelhas marcantes e sardinhas sutis que eu seria capaz de enxergar a quilômetros de distância. 

Por que me deixou?Onde histórias criam vida. Descubra agora