Capítulo 23

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Luz. Ao abrir os olhos Alex só conseguia ver uma forte luz acima de si. Cansada, mas ao mesmo tento aliviada por saber que ainda não tinha morrido. Sua memória estava ótima, se lembrava perfeitamente que havia quebrado o pescoço de alguém, mas não tinha noção de a quanto tempo estava ali naquela sala.

Alex olhou para seus pés, o pôde vê-los presos a um tipo de metal, assim como suas mãos, pernas, braços e tronco. Ela fechou os olhos novamente e esperou até que alguém chegasse.

A sala onde ela estava era ampla, totalmente clara e com fortes luzes brancas, era totalmente vazia, só se via aparelhos médicos, era basicamente uma sala de pronto socorro. Haviam muitas câmeras, e Alex estava deitada na cama de metal, nem naquele estado eles ousaram lhe dar qualquer tipo de conforto. Estava ali há dois dias, não totalmente bem, mas já aguentava o trampo.

- Vejo que acordou. - o cientista, acompanhado de mais alguns homens entrou na sala, em resposta, houve silêncio.

- Vejo que já está em boas condições. Tirem-na daí.

Os capangas retiraram as travas de Alex e a forçaram a ficar de pé, prendendo seus braços para trás com algemas e os  segurando. Ela relutou um pouco, mas não se deu ao trabalho, não adiantaria nada. Sentiu um pouco de dor mas se forçou a abrir os olhos, encarando com todo o ódio que podia, bem no fundo dos olhos de Christian.

- Ah, querida! Você não me assusta. - riu

- Eu não te assusto, você mesmo deve fazer isso todos os dias quando se olha no espelho. - ódio era a única coisa que ela sentia.

Christian segurou firme seu pescoço, mas ela continuou imóvel, ficando cara a cara com ele - Se não começar a tomar cuidado com as palavras, vai começar a apanhar de graça - ele dizia cerrando os dentes - entendeu?

Cinco horas depois...

Mais uma vez naquele corredor... Alex estava bem, ela se curava mais aceleradamente, mas ainda sentia dor. O uniforme já era outro, igual ao anterior, seu cabelo trançado estilo boxeadora por ela mesma, eles haviam lhe dado um tempo para se trocar e agilizar no "vestiário", acompanhada claro, pelos seguranças.

Christian abriu a porta com seu dedo e ela pôde ver novamente, a plateia, a jaula e a grande porta vermelha. Não sabia o que enfrentaria dessa vez.

Eles a empurraram para dentro e a porta vermelha se abriu, revelando uma mulher.

Ela tinha cabelos curtos, estava com um uniforme preto com aquele símbolo no peito, aquela mulher tinha um olhar de fúria. Se chamava P87 (Projeto 87). Os mutantes não tinham nomes, mas numerações, não por que haviam oitenta e sete mutantes, mas oitenta e sete era a numeração de experimentos que os cientistas já haviam realizado com eles.

O Projeto 87 parecia confuso, Alex a olhou com um tipo de compaixão, e de repente, sentiu uma forte dor na cabeça, uma dor aguda, a fazendo cair no chão.

Ao olhar para a mulher, a encontrou com os braços estendidos em sua direção e com ódio no olhar. Era uma feiticeira.

Alex se contorcia de dor, suas mãos apertavam sua cabeça com tanta força que estava perto de esmagar seu próprio crânio. Soltou um grito agonizante, que fez a plateia, os seguranças e o próprio Christian se espantarem e tamparem os ouvidos.

- PAAAARE! PARE, POR FAVOR!

- Eu te odeio!

Os olhos da feiticeira tomaram uma tinalidade branca, e Alex começou a gritar mais alto. A sensação que ela tinha era que seu cérebro estava sendo perfurado por milhões de agulhas.

Gritos

Algumas pessoas chegaram a fechar os olhos, enquanto Alex rastejava pela jaula como um verme. A mulher não paravam, só aumentava o grau da dor.

- P87, encerrar batalha. - uma voz foi ouvida ecoar pelos autos falantes. E a mulher parou na mesma hora.

Alex abriu os olhos e pôde ver com dificuldade a mulher entrando pela porta vermelha, antes da escuridão a consumir.

Sete dias depois...

- Está melhor? - Christian perguntou.

- Sim.

Alex estava sentada na cama daquela mesma sala branca, dessa vez com mais conforto e desamarrada, não serviria para nada se morresse. Os seguranças a olhavam atentamente, enquanto ela olhava para as próprias mãos.

- Você ficou seis dias em coma Alexia, vim te explicar melhor o que aconteceu no dia da luta. E bom, não aconteceu nada. - ela o olhou devagar.

- Não compreendo.

- Foram ilusões. P87 estava completamente imóvel. Ela fez você pensar que era uma feiticeira e fez você achar que estava com muita dor, mas eram apenas ilusões. A única coisa real foram os seus gritos. A dor nunca existiu, ela estava na sua mente fazendo você achar que estava sentindo aquilo. Se não a parassemos ela a mataria, e você perdeu a luta

- Mas que merda

- O impacto da ilusão na sua cabeça foi muito forte, sinto que pode ter causado algum dano.

- Se está dizendo que vou morrer por que não me liberta? Não vou servir para mais nada.

- Não vai morrer, não sei o que acontecerá com você ainda, mas não vai morrer.

- Seria um alívio morrer a esta altura

- Eu entendo querida, mas não vai sair daqui tão cedo. Levem-na para a cela.

- Não vê como estou? Você é idiota por acaso? Me deixe ficar boa seu desgraçado, vai acabar me matando!

- Mudei de idéia. Levem-na para o galpão e a pendurem nas correntes. Já estou indo. - ele se aproximou dela - eu disse que se não medisse suas palavras iria apanhar de graça, não foi?

Flame - A Nova VingadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora