Alex
Como meu corpo doía! Eu já estava pendurada ali fazia vinte e quatro horas, quase morta, eu diria.Meu corpo roxo, com sangue seco, meu olho direito completamente inchado, no qual eu não conseguia abrir, tudo doía mais quando tentava me mexer.
Permaneci ali por mais algum tempo, que eu não sei distinguir, já que minha situação não era uma das melhores.
Como eu queria meus amigos aqui.
Parece que minha vida desmoronou, simplesmente desmoronou quando saí de Nova Iorque. Mas como eu iria advinhar? Sinceramente, o destino pode ser bem cruel as vezes, mesmo com pessoas que não merecem.
Como eu queria poder abraçar o velho Stark e dizer como ele é irritante; Revirar os olhos toda vez que Natasha me repreender no treino; Testar milhões de formas de pelo menos arranhar o escudo do Steve, só pra ganhar um Starbucks.
Agora, eu sinto falta de dizer ao meu pai que não sou mais uma garotinha, e que ele pode confiar que não irei perfurar o dedo na ponta da flecha. Tentar levantar o martelo de Thor, mesmo sabendo que posso deslocar o ombro, ou pedir pro Sam fazer aquela coisa estranha com as asas...
Quando você está a beira da morte, tudo parece ter importância.
Abri um pouco meu olho que ainda estava bom, e pude ver aqueles malditos homens entrarem na grande e escura sala.
- Mas que falta de educação, como deixaram a princesa acorrentada por todo esse tempo rapazes? - eles riram
- Talvez assim ela aprenda bons modos senhor. - disse Brian rindo
Nem me esforcei para olhá-los, só continuei ali, esperando mais uma possível surra.
- Já é o suficiente, acho que a senhorita já aprendeu. Soltem-na!
Os homens vieram até mim e destrancaram os cadeados das correntes, me fazendo cair no chão, resultando em um pequeno corte na sobrancelha. Levantei um pouco a cabeça e vi um grande casaco preto pendurado, um dos homens foi até ele, enquanto ele estava de costas, avistei um bisturi no chão, já que tinha caído próximo ao balcão que estavam as ferramentas usadas no dia anterior.
Peguei-o com cuidado para que nenhum dos dois capangas percebessem, a essa altura, Brian e Christian já haviam saído da sala. Um estava ocupado com as correntes e o outro havia jogado o grande casaco para mim, eu o vesti com cuidado, colicando o bisturi no bolso e enfiando a mão no mesmo, tomando cuidado pra não me cortar.
- Levante-se!
Eles me pegaram pelos braços e me levaram até a cela suja e escura, e era exatamente o que me favorecia naquele momento. Me sentei na pequena cama encolhida, enrolada no grande casaco, estava congelando, com fome e suando frio. Os machucados ardiam a cada respiração que eu dava, meus pulmões pareciam pegar fogo e estava começando a respirar pela boca, já que precisava puxar o máximo de ar que eu conseguisse. Caí no chão, tremendo e ainda enrolada, tossindo sangue.
Como aquilo doía!
- Por favor, eu preciso de ajuda! - chamei com a voz embargada por um dos capangas que avistei caminhando perto de minha cela, ele olhou e não deu muita atenção, mas quando eu disse que precisavam de mim viva e não morta, ele repensou sua atitude.
O homem abriu minha cela e encostou em meus braços, vendo o sangue. Quando ia me erguer para que pudesse ficar de pé, puxei rapidamente o bisturi e cravei em sua garganta.
Sangue, havia muito sangue.
Pulei em cima dele com o restante de força que me sobrava e abafei qualquer tipo de som que saía de sua boca, acelerando o processo.
Aquele era o momento em que eu ficava sozinha na ala das celas, e como estava naquela situação, deixaram somente um guarda para me vigiar. Mas não contavam com minha astúcia, pelo visto.
Peguei a arma, e um cartão que estava com ele, passei pela cela, caindo algumas vezes por não conseguir me manter totalmente de pé.
Como o meu pulmão queimava!
- Droga! - falei ao não conseguir respirar. Olhei para um relógio de mesa que havia em cima de uma bancada do galpão, e vi que marcava 03:12, os poderes estavam voltando!
Normalmente eles não esperavam dar quarenta e oito horas para aplicar as doses do antídoto contra os meus poderes, temiam que poderiam voltar antes do prazo, e era isso que estava acontecendo.
Revirei em silêncio e com dificuldade a bancada até achar um frasco escrito "antídoto reverso contra a retirada dos poderes". Pelo visto ainda não tinham pensado em um nome. Injetei em meu braço com uma seringa que encontrei e não parei de me mover, por mais que meu corpo estivesse gritando por socorro.Olhei para o cartão em minha mão com a visão embaçada e fui até uma das quatro portas daquela sala, com o máximo de cuidado passei o cartão, e custou até eu finalmente acertar passá-lo e destrancar a porta, minhas mãos tremiam sem parar, mas o barulho de meus dentes batendo um no outro com certeza fazia mais barulho que todas aquelas tentativas.
Abri a porta e dei de cara com uma sala totalmente escura, entrei nela. Estava vazia, então liguei a luz e vi que era bem pequena. Analisei por completo, ali em cima de uma mesa redonda não tão grande, estavam todos os meus pertences.
Corri até minhas roupas, as abraçando com força, sabe-se lá por quê.
Meu celular!
Apertei com tanta força o botão de ligar que quase o quebrei, mas quando a tela começou a brilhar abri um sorriso. Fui rapidamente até os contatos e liguei para o primeiro Vingador que vi, mas só chamou... droga Stark, atende!
- Alexia? - ouvi sua voz de sono e ao mesmo tempo espantada.
- Tony! Graças a Deus Tony!
- Onde você está? Precisa me dizer exatamente onde está. Estamos procurando por você a dias!
- Tony, me escuta! Eu não tenho tempo pra explicar, mas rastreie a ligação e venha me buscar o mais rápido que puder - a essa altura minha voz já estava embargada - por favor, eu não sei quanto tempo tenho.
Antes de desligar o celular, vi que já eram 03:41, o tempo passou rápido demais.
Fui até a porta e a fechei, daqui a pouco iriam ver como eu estava, e se Tony não chegassem a tempo, seria fim de linha para mim.
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Flame - A Nova Vingadora
Fanfiction|| Em hiatus. || Alexia Clark Barton tem 19 anos, é uma ex agente e filha do gavião arqueiro, Clint Barton. A vida de Alex nunca foi fácil, seu pai foi embora quando tinha 14, e aos 16 perdeu sua mãe, mas ela enfrenta seus medos e responsabilidades...