YAMAGUCHI
Estava em pé na frente do carro a horas, desde que fugimos do terror da horda. Chorando desde que o carro parou. Eu tinha perdido meu Tsukki de novo. Não consigo entender porque isso aconteceu novamente, não fomos feitos para ser separados.
Em meio às lágrimas, tentava entender porque ele deu uma de herói, ele não era assim, era do tipo que colocava a própria sobrevivência antes de garotas indefesas em uma mata escura. Tinha perdido 4 amigos numa mesma noite. Por que comigo?
Suga me deu um pouco de água e me pediu para confiar neles, que eles iam aparecer, mas era difícil confiar quando as primeiras horas do dia já tinham passado e nenhum sinal deles. Eu olhava atento para aquela estrada, esperando qualquer sinal deles. Minhas lágrimas não paravam de rolar, apesar de estar tentando ser forte. O sol já estava forte, apesar do vento frio persistente. Devia estar próximo do meio dia, minha barriga já me incomodava de fome novamente, mas isso era normal, aprendi a ignorar essa sensação.
- Yamaguchi! Yamaguchi! São eles! - Asahi disse, correndo em direção aos vultos que vinham ao longe, eram eles, os quatro juntos.
Minhas pernas não aguentaram, dei alguns passos e caí no chão de joelhos no chão, tentava me recuperar pra ir em direção ao Tsukki. Ele foi mais rápido, veio correndo na minha direção, abri os braços e ele me puxou em um forte abraço, me tirando do chão.
- Tsukki! Não faz isso de novo! A gente não pode se separar! - Eu sentia que ele estava chorando, enquanto passava a mão pelo meu cabelo.
- Gente, não temos tempo. A gente precisa continuar esse lugar é muito aberto, não é seguro. - Suga falou, a voz dele tinha um pouco de desespero, talvez pelos eventos da noite anterior.
Tsukki me soltou, olhei pra ele, parecia tão cansado. Fui abraçar também Hinata, Natsu e Kiyoko. Verifiquei se estavam bem, sem machucados.
- Não tem como os 4 irem dentro do carro, mas também não é justo, eles precisam descansar! - Asahi falou enquanto segurava Natsu no colo, eles eram muito próximos.
- A gente precisa ir embora... - Suga disse.
Realmente, era uma questão, os quatro estavam esgotados, mas Daichi não podia dirigir para que todos pudessem dormir dentro do carro. Hinata não esperou a decisão, ele já estava lá dentro, deitado no banco de trás com os olhos fechados e a respiração ofegante. Tsukki estava sentado no chão, com a cabeça apoiada nos joelhos...Ele estava tão sujo de sangue, tão cansado. Tudo que ele queria era um lugar confortavel para descansar.
- O Tsukishima vai junto com vocês dois na carroceria, não tem o que fazer. Desculpa, Kei - Suga disse e na mesma hora Kiyoko entrou no carro, ela devia estar esgotada.
Tsukki me olhou chateado, eu sabia que ele estava se sentindo injustiçado. Ajudei ele a levantar.
- Tá tudo bem, você também vai conseguir descansar lá, ok? - Apoiei ele em mim, ele era forte, não escondia bem o cansaço, mas eu sabia que ele queria ajuda.
Sentei ao lado dele na carroceria, estávamos apertados pelas coisas que colocamos às pressas na fuga do acampamento, mas pelo menos não tinha mais uma barraca ocupando espaço...não deu tempo de guardar.
Asahi sentou na borda, tentando não ocupar tanto espaço. Suga começou a dirigir, o vento batia forte na gente. Tsukki estremeceu, coloquei um cobertor em volta dele, tirei os óculos para ele ficar mais confortável e o abracei.
- Eu fui atrás deles e trouxe eles até aqui, por que eles merecem ficar lá dentro no quentinho e eu não? Eu tô congelando aqui.
Não respondi, abracei ele mais forte. Asahi nem conseguia olhar pra gente, ele sabia que tinha algo errado naquilo, Tsukki tava sendo desmerecido em relação aos outros por não estar no grupo a tanto tempo.
TANAKA
- Eles partiram. - Eu observava o grupo que estava a horas parado na estrada pelo binóculo, Noya estava fazendo flechas de madeira ao meu lado.
- O que será que eles foram fazer pra aquele lado? Será que tem alguma cidade?
Dei as costas pra estrada e me ajeitei ao lado dele.
- Acho que sim né, a última cidade que a gente passou foi há muitos dias atrás.
- Fico medo é de cruzarmos com eles, estão em maior número, se forem ruins, a gente não tem chance.
Pensei um pouco, os que chegaram por último pareciam fracos, mas de longe né, talvez a visão do binóculo não fosse tão boa. Dei de ombros pra ele.
- Vamos passar a noite por aqui, amanhã a gente volta a caminhar. - Ele disse. Concordei, mas fiquei em silêncio.
Vi um sorrisinho no rosto dele e sorri de volta, aí vinha coisa.
- Tenho uma piada - ele já ria antes mesmo de falar.
- Conta, vai
- Tá, tá, calma - Noya tentava controlar o riso. - O que pagodeiro foi fazer na igreja?
- O que? - Nós dois riamos juntos, mesmo antes do fim da piada. Entra a gargalhada ele disse.
- Ele foi cantar pá god
Rimos alto, ele ria tanto que seu rosto ficava vermelho, meus olhos estavam lagrimando. Era nosso lance, fazer coisas inadequadas pro momento e o que era mais inadequado que rir na cara do fim do mundo?
Como sempre, ele aproveitou minha distração para pegar garrafas de cerveja na mochila. O otário preferia ter cerveja vencida que comida. Dormimos depois da terceira cerveja, claro, era só o que tinha.
No meio da madrugada acordei com barulhos de zumbi, pareciam perto demais. Cocei os olhos, tentando adequar minha visão a luz, quando consegui, os zumbis já estavam perto demais.
- Noya! Noya! Temos que fugir! - Empurrei o zum com os pés e levantei, chutando Noya de leve para ele acordar logo.
- Rápido!
Peguei a minha mochila e joguei a dele nele. Matei um zumbi com a minha faca, meu rifle não tinha munição há muito tempo. Noya ainda não parecia a par da situação, ele gritava alto demais.
- Noya! Se recompanha! - Puxei ele pela jaquela e fugimos correndo, os zumbis estavam perto demais.
- De onde surgiram esses bichos??? Não tinha nada em 100 metros!
- A gente é muito burro! Aquele grupo devia ta fugindo disso! Como a gente é burro! Vamo morrer por causa de leseira!
Nós corríamos juntos, com certeza gritando demais e atraindo mais zumbis, mas o medo da morte não nos deixava parar.
- Tanaka! Aqui! - Noya entrou em algum lugar no meio da escuridão, segui o som da sua voz, tentando não tropeçar em nada, os zumbis parecem surgir de todo lugar.
Corremos por algum tempo, até que Noya conseguiu subir em uma árvore e me ajudou me puxando pra cima.
- Cara, a gente ta ferrado - Ele disse arfando pelo cansaço da corrida.
- Quando amanhecer, a gente vai ter que sair daqui. Seu merda, a gente dormiu pesado por causa daquelas cervejas!
- Que culpa minha o que! Tava até vencido, não teve nada haver
- Shhh, não podemos atrair zumbis.
Fiz sinal de silêncio pra ele, ficamos quietos, com cuidado pra não se desequilibrar no alto daquela árvore, esperamos a manhã vir.
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Mad World - Haikyuu
FanfictionDois anos atrás, não se sabe como ou porque, pessoas ficaram doentes e começaram a atacar umas as outras. A principio, pareciam canibais, mas eram mortos vivos. A humanidade estava em desgraça e poucas pessoas sobreviveram. Nessa história, você ac...