KUROO
Estávamos há alguns metros dos zumbis, eu estava em pé atirando neles pelo teto solar do carro. Kenma dirigia, ele tinha feito ligação direta no carro e ativado o alarme, o barulho era insuportável, mas importante para atrair os zumbis. Sem que eu esperasse, o carro parou, me desequilibrei, mas voltei a atirar rapidamente, esperando que Kenma voltasse a dirigir.
- Kenma! Rápido! Tão mais perto! - Chutei um pouco ele, mas ele não me respondeu. Me abaixei pra olhar pra ele, sangue. Sangue por todo seu peito. Sangue. Sangue encharcando sua camisa branca. Sangue. Sangue. Entrei completamente no carro, aparentemente uma bala tinha atravessado o vidro, não tinha como ter sido eu. Olhei para a rua na nossa frente, enquanto tentava parar o sangramento no ombro de Kenma com meu casaco, um carro acelerou há alguns quilômetros de nós, fugindo. Um desgraçado.
- Kenma! Acorda! Acorda! Eu vou tirar a gente daqui! - Os zumbis estavam perto demais e aquele alarme estupido não parava de tocar, o plano tinha dado errado. Desci do carro correndo, amarrando meu casaco no peito dele e tirando a minha camisa para colocar no ferimento, na tentativa de absorver mais o sangue, ele tinha desmaiado. Coloquei Kenma no banco do passageiro e comecei a dirigir o mais rápido que eu podia, uma das mãos no volante, a outra pressionava a ferida.
- Por favor, não morre. Não morre. Eu preciso de você, Kenma! - Não pude evitar chorar enquanto tentava encontrar o caminho mais rápido pro acampamento, o resto do grupo já devia estar lá.
- Eles tem um médico, calma, vão resolver isso. Eu tenho certeza! - Quanto mais rápido eu dirigia, mais o caminho parecia aumentar. Tudo já estava encharcado de sangue. Kenma era meu mundo, a maior razão de eu continuar lutando para me manter vivo. Eu não podia perde-lo. Quando finalmente cheguei ao acampamento, todos já estavam na frente, com suas armas prontas, o alarme do carro tinha avisado da nossa aproximação, provavelmente os zumbis nós encontrariam, mas eu não tinha tempo pra pensar nisso. Desci do carro correndo, ignorando as armas apontadas pra mim.
- Kuroo? O que aconteceu? - Bokuto falou, não consegui responder, apenas corri e abri a porta do passageiro, revelando Kenma ensanguentado e pálido.
- Ajuda! Me ajuda! Precisamos parar o sangramento!
- AKAASHI! É O KENMA! PREPARA UMA CAMA! - Bokuto gritou, me ajudando a pegar Kenma de dentro do carro e leva-lo pra dentro da pequena cabana.
- Eu posso ajudar! Deixa eu ver ele! - Um homem de cabelo claro falou, eu não conhecia ele.
- Você é o médico? Salva ele! Salva ele agora! - Gritei.
- Kiyoko! Pega a minha mochila! Rápido! - Ele disse, ajoelhando ao lado da cama para tirar aquelas roupas ensanguentadas, revelando a ferida que não parava de sangrar. Uma garota chegou com uma mochila, dentro alguns remédios, bandagens e coisas do tipo. Bokuto me abraçou, me afastando da cena, eu não conseguia parar de chorar.
SUGA
- Ele tá perdendo muito sangue, a bala ainda tá aqui dentro, a gente precisa tirar!
- Você acha que consegue com as coisas que temos? - Kiyoko disse, os dois tentavam parar o sangramento de Kenma.
- Não, ele não vai aguentar sem anestesia e oxigênio, a do Daichi era mais superficial, a gente precisa de equipamento - A situação era desesperadora demais pra mim, aquele garoto não iria aguentar perdendo tanto sangue.
- Nós vamos atrás, faz uma lista, eu vou conseguir essas coisas. Quanto tempo nós temos? - Akaashi falou.
- Acho que consigo manter ele por umas 2 horas no máximo, ele tá perdendo muito sangue, precisamos fazer a cirurgia.
- Tem um hospital há 200 quilômetros daqui e se formos todos pra lá ao invés de trazer as coisas pra cá? Nós passamos lá, tinha muitos mortos, mas agora temos mais gente, nós conseguimos limpar! - Bokuto falou. Não me parecia uma boa ideia, mas eles não iriam desistir e deixar o amigo morrer.
- Acho que podemos fazer isso! Bokuto, vai preparar o carro. Kuroo, para de chorar, temos que fazer isso pelo Kenma! Daichi, você disse que era policial né? - Akaashi foi até o fundo da cabana e abriu uma porta, revelando uma pequena sala cheia de armas e munição, eles tinham o suficiente para formar um exército.
- Entendi, eu vou armar meu grupo. Não se preocupe, Suga vai fazer o possível pra salvar ele - Ele olhou pra mim, sabia que eu estava desesperado, mas confiava plenamente no meu julgamento.
- Se vamos fazer isso mesmo, vamos precisar nos dividir em grupo. Um grupo vai entrar na frente, pra limpar o caminho. O outro vem depois, levando o ferido. - Tsukishima disse.
- Temos tempo para pensar nisso no caminho. Todos vocês, atenção, eu vou mostrar como usar essas armas - Daichi disse saindo da cabana com muitos fuzis e outros tipos de armas nos ombros, todos estavam lá fora reunidos, aprendendo.
- Suga, você precisa salvar ele. Tá entendendo? Isso só aconteceu porque precisamos resgatar vocês - Kuroo disse, muito sério, como se a culpa fosse minha. Refleti um pouco sobre o acidente...algo não fazia sentido.
- Você atirou nele sem querer? Porque zumbi não atira.
- Não! Eu nunca machucaria ele! E-ele tava bem, ai o carro parou, quando eu olhei, ele já tava sangrando! Eu vi um carro na nossa frente, fugindo, alguém tentou matar ele de propósito.
- Você viu se usava uma máscara?? Foi um grupo de máscara que atirou no Daichi! Pode ser o mesmo! Eles são ladrões! - Lembrei perfeitamente do incidente que tinha acontecido com Daichi, dos mascarados tentando nos matar, sem sucesso. Talvez estivessem perseguindo a gente.
- Eu vou caçar e matar cada um deles pelo que fizeram, mas agora você precisa salvar o meu Kenma, tá entendendo?
Logo depois que ele disse isso, Akaashi avisou que todos estavam prontos para ir, Kuroo e ele me ajudaram a levar Kenma para o carro, era difícil não mexer muito nele, nem podia imaginar a dor que ele sentia, mas me esforçava para estabilizá-lo com os materiais e remédios que tinha. No caminho, fiz perguntas básicas para Kuroo, tipo sanguíneo, alergias, precisava saber dessas coisas para não fazer besteira quando chegasse ao hospital. A vantagem do grupo grande é que eu já tinha duas pessoas em mente que poderiam doar sangue para ele, Hinata e Natsu.
O problema agora era o tempo e a profundidade do ferimento. Eu não era médico, muito menos cirurgião, era só um enfermeiro, nos meus poucos anos de experiência, tinha auxiliado em algumas cirurgias como instrumentador, mas o mais próximo de uma cirurgia que eu tinha participado, foi para salvar Daichi. O medo de falhar me cercava, não queria matar o garoto e também tinha medo que Kuroo surtasse com a morte dele e acabasse fazendo algo contra o meu grupo. Decisões difíceis.
![](https://img.wattpad.com/cover/261182230-288-k963990.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mad World - Haikyuu
Fiksi PenggemarDois anos atrás, não se sabe como ou porque, pessoas ficaram doentes e começaram a atacar umas as outras. A principio, pareciam canibais, mas eram mortos vivos. A humanidade estava em desgraça e poucas pessoas sobreviveram. Nessa história, você ac...