Mad World - Haikyuu

4 - Reecontro

TSUKISHIMA

Olhei a lua pela segunda noite, era lua cheia. Será que a pessoa que me resgatou apareceria? Não poderia responder, finge não acreditar nisso, mas no fundo, só me restava a esperança. Dormi naquele carro de novo, olhando as estrelas e desejando que meu Tadashi Yamaguchi estivesse bem.

Acordei assim que os primeiros raios de sol bateram no meu rosto, naquela estrada, era preciso estar atento, sempre apareciam zumbis pelos arredores. Saí do carro e me alonguei, era desconfortável dormir num espaço tão pequeno. Esperei que dois zumbis chegassem mais perto antes de matá-los, não queria me esforçar muito. Peguei a lata aberta e comi junto com salgadinhos de pacote que encontrei, lembrei da minha mãe e sorri. Ela sempre queria que ele comesse coisas saudáveis. Agora não dava mais.

Esperei e esperei, andando em volta do carro vendo se enxergava alguém ao redor. De repente, avistei, parecia uma miragem. Um homem de cabelos tão claros que pareciam brancos e outro homem, mais alto, com cabelos castanhos e uma barba crescendo. Empunhei minha arma, por precaução, o homem de cabelos longos fez o mesmo, apontando a arma dele pra mim. Já o outro, levantou um pano branco.

- Foi eu que ajudei você, pode abaixar a arma. A sua febre passou?

A calma com que ele falava me incomodou, tentei resistir, mas percebi que não tinha nada a perder. Abaixei minha arma e guardei no coldre na perna. Levantei as mãos em sinal de paz.

- Eu to melhor. Quem é você? - Eles se aproximavam cada vez mais, o homem não abaixava a arma, eu já estava ficando nervoso.

- Eu sou Sugawara, esse é meu amigo Asahi. Qual seu nome? Você tá sozinho? Nós temos um acampamento, poucas pessoas, mas tem comida para uns dias. Você ainda tá meio pálido, posso te ajudar, sou enfermeiro.

O homem atrás dele parecia puto, muito puto, a ponto de me matar. Meu coração batia cada vez mais rápido. Eu estava morrendo de medo, mas não queria transparecer.

- Kei, eu to sozinho, não me importo com quem vocês são. Eu vou.

- Sério?? Que bom, Kei! Mas, pra garantir, vai ter que me dar suas armas de fogo.

O homem gentil tinha mostrado a cara, provavelmente iam me matar, mas não tinha nada a perder...Eu acho. Tirei a arma da perna e a da cintura, jogando no chão na direção deles. Suga abaixou e pegou as armas, Asahi finalmente me tirou da mira dele. Eu deveria estar grato?

-Vamos, não quero perder muito tempo aqui.

Os dois viraram de costas, que burrice, eu poderia matá-los agora, só precisa correr e cravar a faca na garganta deles. Pensei, mas não fiz, peguei minha mochila e os segui em silêncio, era importante manter o silêncio para não atrair ninguém.

Eu prestava atenção no caminho todo, tentando decorar esse caminho, não queria me perder caso precisasse fugir.

- Nós estamos em maior número que você, então melhor não tentar nenhuma gracinha. Eu posso parecer bonzinho, mas acabo com você se mexer com minha família. - Suga se aproximou de mim e colocou o braço pesado sob meus ombros enquanto caminhávamos, ele tinha um sorriso no rosto, mas o olhar era ameaçador.

- O que eu poderia fazer? Não tenho uma arma. - Me fiz de vítima, era o melhor a se fazer. Ele sorriu e voltou a andar mais na frente.

Asahi falou algo com ele que não consegui ouvir. Andamos por mais alguns minutos até que enxerguei o vulto de algumas pessoas. Um ruivo baixinho segurando uma arma enorme, do tipo que meu irmão usava no exército. Ele também apontou a arma pra mim quando viu. Uma menina e uma mulher estavam sentadas em um carro, a menina, ruiva também, entrou dentro do carro, enquanto a morena empunhou uma pistola.

- Quem é esse mané?? - O ruivo falou, quem ele pensa que é pra me chamar de mané?

- Hinata, pode abaixar a arma. Nós o resgatamos. Ele se chama Kei, vai nós ajudar okay? Kiyoko, pode abaixar a arma também. Ajuda o Asahi a fazer algo pra comermos. Kei, como você já viu, Kiyoko, Hinata e a pequena é a Natsu. Encosta um dedo neles, um dedo, e eu te mato.

Ele era muito protetor, definitivamente. Todos sorriam, Kiyoko me cumprimentou, Hinata apenas seguiu seu caminho. Fui com Kiyoko pra perto da fogueira. A barraca estava ali perto, Suga entrou lá e não saiu, devia ter alguém lá. Ajudei ela a preparar algo pra comer, quase um banquete, a conversa foi limitada a instruções.

- Tá pronto, vou chamar os outros. Pode começar a comer se quiser, só lembra que são 8 pessoas pra comer.

Oito? Então haviam duas pessoas dentro da barraca, ela chamou todos, menos Asahi, que ficou de guarda. Ouvi a barraca abrindo atrás de mim, enquanto Hinata e Natsu sentavam à minha frente. Uma voz estridente surgiu. Meu coração parou por um segundo.

- TSUKKI! - Era a voz de Yamaguchi, seguida de um abraço apertado e confortável por trás.

Me virei e segurei o rosto dele, as lágrimas corriam pelos nossos rosto, tentei verificar se ele estava machucado, se todas as sardas ainda estavam no rosto dele, mas não conseguia mais enxergar direito, abracei ele o mais forte que podia.

- Yama, me desculpa, me desculpa. Você me encontrou! - Yamaguchi tirou meus óculos, não conseguia deixar de tocar nele, eu não estava acreditando.

- Tsukki! Você tá bem? Meu Deus, você voltou. Eu precisava tanto de você, você tá vivo. Eu te amo, eu te amo

Yamaguchi beijava meu rosto, nossas lágrimas não paravam de rolar, estar nos braços dele de novo parecia um sonho.

- Então eles se conhecem né? - Acho que foi Hinata quem disse. Suga respondeu.

- Que lindo de se ver. Que bom que se encontram, agora podemos confiar nele né, Yamaguchi?

- Sim! Sim! Ele é confiavel, é meu amigo, vamos ficar com ele!

Yama estava grudado em mim e, sinceramente, não me incomodava.

- Eles são tão fofos né, Asahi? - Natsu disse, acho que Asahi relaxou, porque o peguei nós espiando com um sorriso no rosto.

Soltei Yamaguchi e ajoelhei aos pés de Suga, por impulso. Eu precisava daquilo.

- Obrigado! Obrigado por salvar meu Yamaguchi e obrigado por me salvar! Obrigado!

Continuei chorando, apesar de odiar chorar na frente de outras pessoas, Yamaguchi me ajudou a levantar e, quando olhei, Suga me deu um abraço apertado.

- Não se preocupe. Agora você é um de nós, sei o quanto é importante pro Yamaguchi.

Mesmo em êxtase pelo encontro, Yamaguchi teve um insight. Eu conhecia aquele rosto, ele era muito inteligente para ficar calado.