10 - Perigo

1.3K 204 95
                                    

HINATA

Pela manhã, Daichi me obrigou a pedir desculpas.

- Eu queria pedir desculpa pelo jeito que te tratei, foi muito errado. Eu gostaria de seguir em frente e começar de novo.

- Você parece uma criança sendo obrigada pelo pai a pedir desculpa. Mas tanto faz, quero acabar com isso. Ta tudo certo.

Ele se afastou, sentando-se ao lado de Yamaguchi, eles estavam sempre juntos.

- Hey, Hinata, me fala, por que você tão aqui? - Noya perguntou.

- Ah, porque tá tranquilo. O Daichi já melhorou, mas a gente pensou que talvez desse de descansar aqui.

- Tranquilo?

- É, por que?

- Porque essa cidade não tá tranquila. Tipo, duas ruas daqui tem uma rua lotada de zumbi, eles tavam comendo um bicho quando eu e o Tanaka passamos, a gente ignorou, mas logo eles se espalham de novo né?

- A gente não sai daqui tem muitos dias...

- Oh...Vocês descuidaram né? Acho melhor preparar o plano de fuga.

- Daichi!!!

Fui correndo até onde ele e o Suga estavam.

- O Noya acabou de me contar que tem uma horda de zumbi umas duas ruas daqui.

- O que??? - Suga disse.

- Isso mesmo que você ouviu, a gente vai ter que ir embora.

- Não se preocupem, vamos preparar as coisas hoje, a gente dá uma analisada na situação e tenta achar mais um carro com gasolina.

- Isso eu acho difícil, tudo aqui parece que já foi mexido antes - Suga disse.

- Tudo bem, a gente da um jeito de ir todo mundo no carro que temos!

- Isso eu também acho difícil.

No outro dia, saímos de volta para o carro, ou pelo menos achamos queríamos conseguir chegar lá.

- Gente, sem pânico, mas olhem pra esquerda. - Noya disse, totalmente em pânico.

Quando olhamos, a rua estava tomada por um mar de zumbis. Eram tanto que preenchiam cada lugar e, com a voz de Noya, todos olharam pra gente. Vindo em nossa direção.

- Por aqui! Corram! - Tsukishima tomou a frente, nos fazendo correr pelo mesmo caminho que vieram. Eu segurei a mão de Natsu enquanto corriamos, vi Daichi ficar pra trás por causa do ferimento recente, mas Sugawara e Asahi tentavam ajudar ele.

- Corram! Eu ganho tempo! - Noya gritou, atirando flechas nos zumbis que se aproximavam de quem tava mais atrás.

- Pra onde vamos? - Yamaguchi gritou.

- Só corre! Tem mais zumbis vindo do outro lado também!

Nós corremos, matando zumbis pelo caminho, quase sendo mordidos. Noya e Tanaka eram os mais afastados, tentando conter os zumbis que vinham atrás. Estávamos sem saída, quanto mais corriamos, quanto mais tiros eram dados, quanto mais zumbis caiam ao chão, mais difícil ficava de fugir.

- Eu só tenho 5 flechas! Não da mais! - Noya gritou eu tremia de medo, mesmo com a adrenalina. Tsukishima estava a poucos metros de mim.

- Corre! Corre! Corre! - Ele disse abrindo a porta de metal de um prédio alto. Corremos pra dentro, subindo as escadas que também estavam cheias de zumbis. Ouvi os gritos de Tsukishima, Tanaka e Asahi, eles tentavam selar a porta com móveis enquanto zumbis tentavam empurrar.

- Pro telhado! Subam lá em cima! - Daichi gritou, ele tentava colocar uma corrente na porta. Suga foi quem nos guiou pelas escadas. Todos pareciam desesperados, eu estava desesperado, mas pelo menos Natsu estava do meu lado. Pelo menos ela estava bem.  

No telhado, estávamos sozinhos, ainda podíamos ouvir os zumbis lá embaixo e ver eles avançando pela rua. Verifiquei novamente se Natsu estava bem de novo.

- Droga, a gente vai morrer aqui! - Suga disse olhando as ruas lá embaixo.

- Ninguém vai morrer, deve ter um jeito de sairmos daqui! Vamos pensar!

Daichi gritou, tirando Suga da borda do prédio. Noya estava na outra ponta, olhando pelo binóculo.

- A gente tá ferrado, não tem o que fazer. - Tanaka falou.

- E se a gente fizer pontes pra passar por cima dos prédios? - Asahi sugeriu e Kiyoko completou.

- Mas como? Não tem o que usar.

- ...E se eu pular? Eu consigo pular desse prédio pro próximo, lá tem aquelas vigas. Eu posso conseguir carregar pra fazer uma ponte! - Eu disse, mas a ideia não parecia boa.

- Não, isso é muito perigoso. Tem que ter outro jeito. - Daichi falou. Sentei ao lado de Natsu no chão, porque ela chorava. No outro canto do prédio, testemunhei o abraço de Yamaguchi e Tsukishima, eles tentavam esconder o choro no ombro um do outro. Talvez pensassem que iriamos morrer ali.  

KENMA

- A gente devia ajudar eles, pessoal. - Falei pra Kuroo, Bokuto e Akaashi. Nos observamos eles do outro lado da cidade, com binóculos. Estávamos fora de perigo.

- Eles tão em muitas pessoas, ia dar merda. - Kuroo disse.

- Mas eu tenho uma ideia. Vamos enviar uma mensagem pra eles, o Akaashi acerta uma flecha lá né? Ai a gente avisa que eles precisam se camuflar com sangue de zumbi e que eu e o Kuroo vamos usar o carro pra atrair os zumbis pra esse lado, enquanto eles correm pra rodovia. E aí o Bokuto e o Akaashi pegam eles lá com o caminhão e levam pro acampamento.

- Resumindo, colocar a vida de vocês dois em risco por um grupo de desconhecidos? - Akaashi me olhou com a cara que ele fazia sempre, de desesperançoso.

- Confia em mim, vai dar certo. Eles tem um médico.

- Akaashi, o Kenma observou eles todos esses dias. Eles parecem inofensivos, não devem mais ter nem balas o suficiente e um médico seria útil pra gente. Lembra quando o Kenma ficou doente e a gente não sabia nem o que fazer pra passar a febre? - Bokuto disse, ele era muito mais preocupado com tudo.

- E aliados seriam bons. Vocês sabem, sempre é possível achar inimigos por ai.

- Tá! Vamos ajudar eles! - Kuroo concordou a contra gosto e foi carregar sua arma.

- Akaashi, prepara as flechas - Eu peguei o caderno na mochila e escrevi bilhetes explicando o que aconteceria e com um laser pra que eles pudessem sinalizar se concordam ou não com o plano. Eles não tinham muitas opções, era isso ou morrer.

- Kenma, se isso der errado, você vai se culpar, você sabe né? - Akaashi sussurrou pra mim enquanto limpava suas flechas do sangue de zumbi.

- Eu sei, mas tem algo neles que me chama atenção, acho que eles vão ser aliados. Confia em mim, Akaashi - Parei de escrever pra olhar nos olhos dele, sabia que ele confiaria em mim, mesmo não gostando da ideia.

- Pessoal, a gente carregou dois fuzis e quatro pistolas, uma pra cada e os fuzis pra você e o Kuroo. Vê se não desperdiça muito viu? E não morre, porra, não morre - Bokuto falou e me abraçou em seguida, ele era o mais forte e mais abilidoso entre nós, mas também o mais preocupado. Era ele quem fazia questão de cozinhar algo bom e arrumar lugares confortáveis para dormimos, mas não hesitava nem por um segundo se precisasse matar alguém para proteger o grupo.

- Vai dar certo. Confia em mim. Akaashi, tá pronto? - Dei os papéis pra ele colocar na flecha e ele atirou certeiramente no prédio em que eles estavam.

- Espero que não tenha acertado ninguém - Ele disse tentando enxergar a olho nu.

- Não pegou, pegou numa mochila - Eu observava a confusão deles pelo binóculo. Ia dar certo se eles seguissem meu passo a passo. 

Mad World - HaikyuuOnde histórias criam vida. Descubra agora