21 - a decisão foi tomada

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AKAASHI

A chegada de Bokuto e do grupo que o acompanhava foi agitada. Além de toda a alegria de terem voltado bem e sem nenhuma baixa, a novidade que traziam causava estranheza. Depois que eles se limparam, todos nos reunimos para discutir nossas opções.

Kageyama estava tão cansado da jornada que se sentou no chão, apoiando as costas na parede. Hinata sentava em uma das mesas com Natsu ao seu lado. Kiyoko e Tanaka estavam agitados, querendo contar logo sobre a descoberta que tinham feito, enquanto Bokuto sentava em um banco me abraçando pela cintura, apesar de não assumir, é claro que ele estava cansado.

- Então vocês acharam essa mensagem com um mapa pra um lugar que promete segurança e acham que isso é verdade? - Kuroo disse, ao seu lado Kenma estava sentado analisando o mapa encontrado, ele ainda se recuperava do ferimento e seu tempo de cama tinha o deixado mais fraco que nunca.

- Isso. Parece real, a gente poderia ter segurança lá - Kiyoko disse, mas pelos rostos ninguém concordava com ela.

- Kiyoko - Daichi suspirou - Isso parece mais perigoso que seguro. E se forem aqueles mascarados? É melhor seguimos nosso caminho sem nos apegar a isso

- O inverno tá chegando. Você lembra como foi ruim da última vez, nós quase congelamos! - ela não conseguia conter seus sentimentos, principalmente o medo. Durante o inverno, com as temperaturas baixas e a chuva incessante, era ainda mais difícil sobreviver.

- O meu grupo já tomou uma decisão, não vamos pra esse lugar. Preferimos nos arriscar e seguir na estrada em busca de um lugar nosso do que ir pra um lugar que pode ser só uma mentira - Kuroo disse calmamente depois de ouvir a minha opinião que já tinha sido discutida com Bokuto.

- Somos um único grupo agora, não podemos nos separar. Eu sei que esse lugar parece uma farsa enorme, mas nos somos muitos! Podemos lutar se for preciso. E se eles tiverem um médico de verdade? Mantimentos pro inverno - Suga disse, ele tentava manter a esperança, mas olhar pros olhos vazios dos amigos o fazia perceber que a esperança tinha morrido faz muito tempo.

Eu também me sentia assim, aceitei o destino de fugir enquanto puder a muito tempo atrás, a única coisa que me restou foi a certeza de que Bokuto estará ao meu lado.

- Viu? O Suga entende! - Tanaka disse, ele parecia desesperado - No inverno os monstros continuam os mesmo, mas nós ficamos fracos, com fome, não tem animais pra caçar, a chuva apaga o fogo e a falta de um teto nos faz congelar nas madrugadas.

- E qual a garantia que a gente tem que esse lugar também não passa pelas mesmas coisas? - Daichi falou e, em seguida, um pesado silêncio preencheu o ambiente.

- Por que vocês não votam? Assim acaba essa discussão - Bokuto propôs, ele se encolheu ao meu lado, deitando no meu ombro suavemente e esperando que eu acariciasse seu cabelo, o que fiz prontamente.

- É uma boa ideia, Bokuto - Daichi disse, olhou para Suga em busca de aprovação - Quem quer tentar ir pra essa terra prometida ai, levanta a mão

Ajeitei os óculos, conferindo os votos. Suga, Kiyoko, Tanaka e Natsu tinham suas mãos levantadas enquanto os outros desviavam o olhar, envergonhados e, de certa forma, com medo.

- Hinata? - Natsu olhou para o irmão, implorando pelo apoio dele.

- Minha flor, eu sei que você pensa que tô fazendo isso sem pensar, mas nós temos que continuar na estrada, não poderia viver sabendo que te coloquei em perigo - o ruivo disse se abaixando a altura da irmã e logo em seguida dando um abraço pesaroso nela. Bokuto apertou minha mão, ele sempre foi do tipo que sente a dor dos outros mais do que a própria dor.

- Desculpa, Kiyoko, mas já tá decidido - Daichi não lamentava, mas se compadecia com o sofrimento da companheira.

- Nós temos que sair daqui né? Em quantos dias? - Asahi perguntou.

- O mais rápido possível. Vamos nos organizar, o pessoal que tinha saído pode descansar. Asahi e Noya, vocês podem ir ver os carros? Quero que contabilizem quanta gasolina temos, por favor

- Tá, deixa com a gente! - Noya respondeu.

- Aí aproveitem para verificar se o carro está em bom estado pra usarmos. Yamaguchi e Tsukishima, confio em vocês para separar toda a comida que temos, quero saber por quanto tempo vai durar.

- Sem problemas, a gente resolve - Yamaguchi respondeu, sorrindo.

- Quando eu e o Asahi terminarmos, vamos sair pra caçar, ok? - Noya disse, Asahi não parecia um bom caçador, mas Noya definitivamente era. Ele trazia animais pequenos e pássaros para nos alimentar sempre.

- Eu e Suga vamos separar os suprimentos médicos. É isso, podem ir - Daichi disse e, sem hesitar, todos se separaram indo cumprir suas funções em duplas ou indo para os quartos descansar. O afeto entre eles era visível, mas a indiferença se destacava na maioria das vezes.

- E nós? O que vamos fazer? - Bokuto perguntou, ele ainda estava grudado em mim. Kenma jogou um pano sujo nele para provocar.

- Boiola!

- Kashi, olha o Kenma! - Bokuto reclamou, jogando o pano de volta, os dois tinham um sorriso discreto no rosto.

- Podíamos ir conferir quanto de armas e munições ainda temos - Kuroo disse se aproximando de Kenma e dando beijinhos leves em seu rosto, o loiro não parecia muito afim, mas no fundo gostava.

- Isso, temos que fazer um inventário - completei - Vai ser uma jornada perigosa, não acha?

- Claro que vai, benzinho, mas não se preocupe, vamos ficar bem - Bokuto disse, me agradando com carinhos nada discretos.

- Eu sei que juntos a gente sempre consegue se livrar dos problemas, mas tô preocupado com algo - Kenma disse, todos nós o olhamos esperando que continuasse - Desde que me feri, fiquei muito fraco. Já não consigo correr como antes, tô com medo de nos atrasar.

- Kenma, minha vida, se você não conseguir correr, eu te levo nas costas. Você nunca vai nos atrasar, entendeu? - Kuroo disse, ele estava certo apesar do sentimentalismo.

- Isso! Nós 4 somos um time, até o último minuto! - Bokuto se animou, indo até os dois e os abraçando, mas logo voltou para perto de mim.

- Você é a luz da minha vida, sabia? - falei baixinho, ele não pareceu me ouvir.

- Benzinho, se eu não pudesse correr, você me levaria nas costas? - ele perguntou, me fazendo rir.

- Olha, meu amor, eu tentaria muito, mas você é um baita homem, entende? - sorri, fazendo carinho nele.

- Eu te levaria nas minhas costas até o fim do mundo! - Ele disse me beijando, o brilho nos seus olhos sempre me encantava.

- Já estamos no fim do mundo, bestas! - Kenma provocou, mas isso só gerou uma discussão animada enquanto nos levantamos e irmos conferir as armas. Partir daquele lugar era nosso objetivo, independente das dificuldade que enfrentaríamos, saber que estávamos juntos me trazia conforto, principalmente com Bokuto ao meu lado. O apocalipse não seria o mesmo sem Bokuto Kotaro. 

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Vocês tão gostando? Tem perguntas? Queria responder as duvidas e curiosidades de vocês, pode ser sobre o passado dos personagens, coisas que aconteceram na história que deixaram vocês curiosos ou qualquer outra pergunta. Vamos conversar! 

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