Não sei muito bem o que fazer em uma situação como essa. Ele caminha e fica me olhando a cada 5 segundos. Está ficando meio chato já.
Se ele espera que eu puxe algum assunto, está muito enganado, meu orgulho e minha timidez não permitem. Puxo meu fone da mochila e coloco uma playlist para tocar.- Ahn... Faz muito tempo que você se mudou pra cá?
- Na verdade, eu me mudei ontem mesmo. E eu não queria perder aulas, então aqui estou.
- Entendi. Mas você se mudou por?
- Problemas pessoais. - respondo quase de imediato. Não quero mais alguém perguntando sobre isso.
- Certo.
A conversa tinha acabado ali. Pelo menos, era o que eu pensava. Ele olha para algum lugar, cogita algumas vezes, segura minha mão e começa a correr.
- MAS QUE MERD* VOCÊ TÁ FAZENDO?
- Espera aí estressadinho! - fala sarcástico. Mas que desaforado...
Ele me arrasta até uma praça, onde a atravessamos e paramos em frente a uma pequena sorveteria. Por fora, não era muito extravagante. Tinha espaço para umas 3 mesas na parte de dentro, e os quadros pendurados combinavam bastante com o ambiente. Chegamos no caixa e a atendente começa a falar.
- O que vai ser para o casal?
Eu fico perplexo com a pergunta. Não conseguia formar sequer uma frase. POR QUE DIABOS ELA FALOU ISSO?? Olho para Norman e percebo ele olhando para baixo. Mudo meu foco para a mesma direção e vejo que não soltamos nossas mãos até agora. Com um reflexo inesperado, solto imediatamente a mão dele e volto a olhar para a balconista.
- Não somos um casal moça. Somos... conhecidos! Isso, conhecidos.
- Mil perdões! Eu apenas deduzi por causa... Bom, vocês conseguiram compreeender. Mas desculpa mesmo.
- Nada não.
Volto a olhar para Norman e ele estava inexpressivo. Não dava para saber o que ele estava sentindo ou pensando. Era a verdadeira cara de bunda. Parecia estar viajando no mundo da lua.
Chamo por ele algumas vezes, mas nem um "humm" recebia. A atendente parecia estar se divertindo com a cena. Para mim era o completo oposto. Foi idéia dele vir e ele dorme em pé assim??? Aliás, eu vim a força, nem pediram minha opinião.
Havia se passado mais uns 3 minutos e eu já ia desistir, mas Norman acorda do mundo paralelo e me encara de volta. Parecia ter voltado ao normal, já que aquela cara de ** sumiu. O olhar já estava mais brilhante. Ele sorri e começa a falar novamente.
- Bom, gostaríamos de duas casquinhas simples.
- Qual sabor?
- Baunilha para mim. E pra você Ray? - nem parece que eu estava quase ligando pro samu a minutos atrás.
- Chocolate.
- Já já volto com os sorvetes!
Eu preciso de explicações, ou ele vai ficar travando assim toda hora. E mais uma coisa... Dinheiro. Ele vai paga essas casquinhas sozinho. Nem 50 centavos eu tenho aqui.
- Agora eu quero saber. Por que você fica travando assim desgrama??? Eu quase chamei a ambulância e a atendente não parava de rir de mim!
- É uma das formas que eu paro para raciocinar. Desculpa... Mas olha só, em compensação, eu vou te pagar um sorvete!
- Ainda bem, porque eu não tenho dinheiro comigo. - ele começa a rir por isso.
- Justo.
- Mas você estava pensando sobre o quê? Preciso de motivos por ter ficado de bobo assim.
- A... Sobre coisas.
- Entendo. Algum dia, eu vou te obrigar a me contar.
- Algum dia, quem sabe. - fico emburrado com isso.
Assim, a moça nos traz os sorvetes, Norman paga por eles e voltamos a caminhar rumo a minha casa.
Enquanto conversávamos, descobri que às vezes ele ajuda o tio na loja onde o conheci. Não me surpreendi muito, pois já imaginava. A cor favorita dele é azul e pretende estudar direito. Parece ter pensado bastante sobre seu futuro.
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Depois de uns minutos, chegamos e me despeço. Mas antes dele ir embora, Sophie chega do quinto dos inferno e começa a puxar assunto.
- Oi Ray! Como foi seu primeiro dia de aula? - ela para de me olhar e começa a observar o albino que estava no jardim. Parecia meio surpresa. - Já fez amigos e nem me contou??
- Eu acabei de chegar... - prestando zero atenção em mim, vai em direção a Norman e continua.
- Me chamo Sophie, é um prazer em conhecer você. Não conheço muitos amigos do Ray...
- É um prazer te conhecer Sophie. Me chamo Norman. - os dois apertam as mãos e soltam em questão de segundos.
Fica um silêncio meio desconfortável nesse jardim. Ninguém sabia o quê falar, então eu disse a primeira coisa que veio em mente.
- Vamos entrar logo? Eu preciso usar o banheiro, tipo, é uma emergência. - finalmente ela parece acordar do devaneio.
- Claro claro. - ela caminha até a porta e se vira denovo para falar. - Pode vir quando quiser. Será sempre bem vindo!
- Pode deixar que virei. Agora preciso ir, até amanhã Ray!
- Até.
Entro em casa e recebo milhares de perguntas sobre meu dia. Isso será bem cansativo...
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(Ficou pequeno, desculpa ksksksksks
Eu vi q algumas pessoas começaram a ler mas desistiram no meio do caminho. Faz parte né?
Espero q alguém goste :3)✨🎶
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Para o Que Der e Vier (Incompleta)
Fanfiction- Ray não concordava com a ideia de deixar sua mãe e ir morar com seu pai. Mas precisava, pois a prometeu que tudo melhoraria. - Será uma vida nova, em um lugar novo e com amigos novos. - Esperamos que dê tudo certo para esse "emo gótico" (apelido...