XV

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Depois de um almoço imprevisível como esse, voltamos para o carro e fomos ao tal museu de música. Não era muito longe da lanchonete, mas deu tempo para tocar um CD inteiro da galinha pintadinha.

Quando eu pensava em museus, imaginava partituras totalmente desgastadas em quadros, todos enfileirados e pendurados nas paredes. Mas ao invés disso, havia áreas de interação, com instrumentos musicais diversos; uma sala inteiramente inspirada em antigos teatros, onde deveria haver diversos concertos musicais e teatrais; aspirantes a atores encenando a origem da música com a ajuda de um pianista, que reproduzia melodias apropriadas para cada parte da história, etc... Realmente me surpreendeu, tipo, MUITO MESMO.

Enquanto meu pai procurava por um violão, e Sophie assistia, juntamente a Henry, algumas apresentações, eu observava as paredes do falso teatro. Elas pareciam muito com as originais que são mostradas nos livros de história, deveriam ser mais reconhecidas pelos visitantes do museu.

Dou mais algumas voltas pelos corredores e avisto alguém familiar logo a frente. Esse nariz não me é estranho... Pera--

- Natt? O quê tu tá fazendo aqui? - digo, aparecendo por trás do mesmo e o assustando.

- AAAAAAA CARALHO, ME MATA SEU DESGRAÇADO. - qual a necessidade de se exaltar meu jovem? Estou tão feio assim?

- Pra quê gritar o retardado, aqui é um museu, não uma escola.

- Quem tu pensa que é para vir por trás de mim e dar um susto??

- Não era minha intenção te dar um susto, mas se eu te dei, foda-se também. - digo, colocando as mãos no bolso da calça.

- Coloco o senso aonde menino?

- No cobre.

- Tu não ousou...

- Ousei meu caro, ousei. - sorrio ao ver a raiva dele, mas logo começo a acompanhar os seus passos, pelo simples fato dele estar fugindo de mim.

- Mas e aí? Tá aqui por?

- Eu tô esperando meu pai, mas ele vai demorar bastante ainda.

- Seu pai?

- É, meu pai. Ele é o pianista que ajuda em alguns concertos. Deve estar fazendo a trilha sonora de alguma atuação, não sei. - diz meio entediado, passando a mão pelas paredes como forma de entretenimento.

- Mas você não tem duas mães? Sem querer me intrometer nem nada...

- Uhum, mas eu vim de algum lugar né? Não fui adotado ou coisa do tipo. Meus pais se separaram quando eu era pequeno e minha mãe finalmente encontrou o "amor da vida" dela, isso é meio clichê até... - olho para Natt e o vejo sorrindo bobo. Esse aí não tem concerto no quesito boiolagem - Mas e aí?? Como que está sendo teu dia? Tu tá meio esquisito...

- Ah, meu dia? Sinceramente? Estranho. Ontem mesmo eu dormi na casa do Norman junto com a Emma, e não, não estou afim de entrar em detalhes.

- Totalmente compreensível, continue. - diz aparentando estar super interessado na minha vida.

- Certo. Depois que voltei para casa, de manhã, cuidei do Henry por um tempo. Também fomos em uma lanchonete aqui perto, onde eu quase fui atropelado pelo pai da Emma,.. - quando terminei essa parte, o ruivo me olhou incrédulo.

- PERA, O YUUGO QUASE TE ATROPELOU?? KSKSKSKSKSKS - Não é pra rir da minha desgraça jumento, os de verdade eu sei quem são... - Aiai, isso que dá se aproximar da filha dele, ele fica PUTASSO.

- AÍ QUE TÁ, ele nem me conhecia e já veio me atropelando. Quem em sã consciência faz isso?

- Ele.

Para o Que Der e Vier (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora