XII

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Recapitulando. Estávamos eu, Emma e Norman em uma festa do pijama para comemorar o aniversário do albino. Assistimos filmes, comemos muita porcaria, conversamos sobre a vida e afins. Até aí tudo bem, certo?
O real problema começou, quando decidiram jogar "verdade ou desafio", o jogo que mais ferra as pessoas no mundo. Obviamente não seria diferente nesse caso.

No início, fizemos perguntas e desafios simples, por exemplo: "já roubou doce de tal loja?", "te desafio a ligar para alguém que já ficou", ou até mesmo "mostre seu wattpad". Mas uma certa ruiva esperou até o final do jogo, para propor um desafio. E agora eu fiquei sem saída.

- Não faço nada que você não queira. - Norman diz, chegando cada vez mais perto. - É só dizer não.

- Eu... - ele está próximo demais e isso não é bom.

- Você?... - fala próximo do meu ouvido.

É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Um albino praticamente grudado a mim, esperando por uma resposta; uma fujoshi implorando por um "sim"; e minha mente rodeada de pensamentos sem sentido. EU NÃO CONSIGO RACIOCINAR DIREITO POXA.

- AAAAAAAAAAAA eu desisto desse desafio, desculpa mesmo.

- Mas por quê??? - Emma grita do outro lado da sala.

- Não sei! Essa é a questão.

- Tá amarelando Ray??? - a fúria dela aumentou, que maravilha.

- Desculpa Norman... Não vai ser dessa vez que você vai perder esse BV. - dou uma risada fraca, olhando para baixo.

- Tá tudo bem, eu acho. - diz já se afastando, com a decepção bem nítida. Isso só faz eu me sentir um lixo, obrigado insegurança que habita em mim.

- Pensa pelo lado positivo, não vai perder com um problemático como eu!

- Eu não me importaria se fosse com um "problemático" como você... Mas vida que segue! - consigo distinguir um sorriso forçado de longe, e esse é com certeza um.

- Mas--

- Bora dormir antes das 4 da manhã, se não, dá problema. - fala, se dirigindo as escadas.

- Claro.

- Eu não acredito que vão fazer c* doce e fingir que nada aconteceu!! Vocês não merecem um cupido como eu.

- Emma, eu nunca pedi ajuda de cupido pra você.

- "Eu nunca pedi ajuda pra você". - começa a me imitar com uma voz infantil, mas nos segue até o quarto.

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Enquanto eu separava uma coberta para mim, Emma já dormia atirada por cima do colchão e Norman olhava para o teto, observando as estrelas que estavam coladas no mesmo. Não sei se em algum momento nós vamos falar sobre o ocorrido de agora a pouco, mas se falarmos, espero que ele não esteja com raiva de mim. Eu ainda não os conheço muito, então tudo é possível.

Pego o edredom e o levo até meu colchão, que ocasionalmente ficava do lado da cama do albino. Enquanto arrumava tudo certinho para tentar dormir, Norman começa a falar.

- Você não precisa se culpar, insegurança é algo natural do ser humano. E se não quiser tocar nesse assunto, tudo bem por mim. - fala enquanto se vira em minha direção.

- Certo... - digo sem saber como responder.

O sorriso fraco foi mútuo entre nós dois. Eu quero falar alguma coisa mas não consigo colocar em palavras, e isso tá sendo um inferno! É difícil acontecer um momento como esse para desabafar... Antes que ele virasse para o lado e dormisse, crio coragem e sento na beirada da cama.

Para o Que Der e Vier (Incompleta)Onde histórias criam vida. Descubra agora