Desde muito cedo, Fairy sentiu na pele a rejeição, e ser uma pequena bruxinha nas mãos de uma mulher que nem dirigia uma palavra a ela, não tinha lhe feito bem, nunca.
Mais as coisas mudam quando a Grã- senhora da corte noturna descobre a ligaçã...
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O sol tinha se posto no horizonte a horas atrás, mais mesmo assim, eu não conseguia dormir.
Eu sabia que Eton não estava longe da minha janela, eu sentia o pequeno gato alaranjado com listras pretas. A pelagem de um tigre.
Inconscientemente, eu observava os telhados a minha frente, procurando alguma ameaça, e não tinha nada, nada que fosse realmente perigoso. A não ser o feéricos a poucos ruas de distância.
As ruas ali eram vazias, sem nenhum humano caminhando por ali. Talvez pelo medo do que viva no escuro, ou somente a vontade de descansar para começar um novo dia em poucas horas. Iria amanhecer, e não demoraria muito. Talvez ainda tivesse meia hora até que o som aparecesse novamente no horizonte, e a rotina começasse novamente, depois a noite, e depois o trabalho. Noite, trabalho, noite, trabalho, noite, trabalho.
Duas semanas. Uma voz gritou em minha cabeça, me lembrando do inevitável. Seriam duas semanas de paz, duas semanas, somente duas semanas. Eu só precisava aguentar duas semanas.
— Você deveria deitar. — Key disse, logo atrás de mim. Me virei para ele, e analisei aquele abdômen por um segundo, depois desci o meu olhar para a minha parte favorita daquele corpo nu. Completamente nu, e duro como uma rocha.
— E eu ia conseguir dormir se deitasse do seu lado? — disse. Ele abriu um sorriso.
— Provavelmente não, sabe como eu posso ser bem persuasivo quando quero. — só existia malícia em sua voz. Malícia pura e cheia de fome.
— Talvez eu devesse mesmo me deitar. — ele abriu um sorriso quase lupino. Key era assim, insaciável, não que eu reclamasse, porque não, não, eu com toda certeza não estava reclamando. — mais seria para dormir. Desculpa meu gatinho, mais Dulce não vai me deixar sair antes da meia noite amanhã. — completei vendo o desapontamento no seu rosto. Abri um sorriso. Era uma brincadeira, uma verdadeira brincadeira, e ele sabia disso.
Nós adoramos brincar.
— Talvez você devesse repensar na minha proposta ruivinha. Você já provou do que eu sou capaz. — ele disse. Quase soltei uma gargalhada.
Sim, sim, como eu sabia. Key era um amigo próximo desde que eu me entendo por gente, desde que Dulce me mandou para as montanhas e eu fui obrigada a aprender a me virar sozinha no meio de uma floresta. E depois de um povoado cheio de perigos e montros para uma criança pequena. Ele e o seu pai tinham me dado um lugar, um propósito, e o conhecimento para que pudesse caminhar sobre as minhas próprias pernas, e eu devia muito a eles.
— Não acho que você possa fazer algo nesse momento. A não ser que deseje ir para outra cama. — ele não se mexeu, nem mesmo fez menção que iria sair da minha cama.
— Você sabe muito bem que eu quero você. — Levantei uma sobrancelha em desafio. Jogos, jogos, jogos. Eu tinha aprendido da pior forma que os Hodgson adoravam jogos, eram movidos por isso, e de certa forma, eu tinha aprendido a jogar como uma Hodgson.
— Não queira jogar esse jogo comigo Key, você mais do que ninguém sabe que não costumo entrar neles sem saber que vou ganhar. — ele abriu mais um dos seus sorrisos felinos antes de falar.
— Então quer dizer. Feiry querida, que entrará nesse jogo? — engoli em seco, sem ter a menos noção da onde ele queria chegar.
— Depende do que porque estamos jogando. É claro. — dei um passo na sua direção, e coloquei os braços para trás. A camisola que eu usava estava justa no meu corpo, e eu sabia que ele já tinha percebido os mamilos enrijecidos. Key se levantou, ficando sentado.
— Talvez devêssemos trazer outra pessoa para a nossa cama. — inclinei a cabeça o observando mais uma vez. Uma proposta dessas, não tinha certeza do porque dela, mais não podia mentir.
— Seria interessante. — comentei e dei mais um passo na sua direção. — se você não se importar, um macho. Gosto de ser adorada. — ele bufou frustrado.
— Vamos logo Fairy! Fique excitada e se deite comigo mais uma vez! — soltei uma gargalhada.
— chega a ser engraçado como você mesmo acaba com os seus próprios joguinhos. — murmurrei com um sorriso no rosto. Talvez tudo fosse mais fácil se eu não estivesse cansada demais para pensar em dois homens me adimirando ao mesmo tempo. Ou estivesse com algum problema.
Observei novamente a janela, o feéricos não estava mais lá.
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