Capítulo 27 🌌

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Terras humanas

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Terras humanas

— Você irá para a minha casa

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— Você irá para a minha casa. — Não senti a  pele quente de Lucien quando ele me tocou, nem as palavras que pronunciou logo em seguida, como uma prece. Não, não senti, não ouvi, não. 

    Eu só conseguia olhar para os restos do que um dia tinha sido a minha casa, aonde eu tinha morado quando criança, quando Dulce, a mulher que tinha virado cinzas, não era uma má pessoa, que mesmo nunca falando comigo, ou nunca ousando chegar perto, me dava o que eu chamava de um pingo de felicidade, porque naquela época, era disso que eu precisava, um pouco, nem que fosse um pingo.

    E agora, tudo tinha ido pelos ares, e nem tive tempo para respirar entre um desastre e outro, como uma sequência de desventuras que nunca teria fim, porque era assim.

    E depois, senti o chão sumir, e antes que eu caísse novamente, ele reapareceu. 

    Magia, magia era algo que nunca se perdia, a não ser que fosse arrancada, ou doada.

    — Fadinha?

    Observei à minha volta, tentando achar qualquer coisa que fosse me deixar um pouco entretida, um pouco confusa, ou um pouco anestesiada. Qualquer coisa, gritava, qualquer coisa para me tirar da realidade, não importava o que era, fosse o que fosse.

    — Fadinha?

    A sala era um lugar aconchegante, cheio de milhares de detalhes que a minha visão parecia se recusar a captar, mas eu insisti, porque eu precisava entender, me entreter.

    — Fadinha?

    O chão era feito de madeira, e por um segundo, me permiti fazer uma piada. Qual a ironia se não o filho do fogo tivesse uma casa de madeira?

    — Fadinha!

    Os móveis também eram de madeira, como o teto, e provavelmente o chão do segundo andar. Aliás, as escadas no canto do cômodo, adivinhe? Madeira, madeira vermelha, uma que eu nunca tinha visto tão vida.

    — Fairy! — Senti o seu toque nos meus ombros, e senti ele me sacudir como uma boneca de pano. E ali, eu o olhei.

    — Lucien. — minha voz não saiu mais que um sussurro, eu sabia disso, e também sabia que ele tinha ouvido o seu nome nos meus lábios. — Raposinha. — as vermelhas, que moravam na parte mais afastada da floresta, em lugares escuros por conta da pelagem que chamava muito a atenção, e todo o resto. Parecia adequado o apelido. Adequado até demais para ele. Talvez ele fosse ardiloso como elas, e também manipula suas presas, não deveria ser muito difícil com aquela aparência.

    E Eton. Eton também tinha a pelagem alaranjada, e as listras negras que marcavam como nanquim a pelagem espessa. E agora, completamente queimada.

    Uma piada de mal gosto, para um péssimo momento.

    — Sabe, era para eu estar queimar até a morte agora. Talvez se você tivesse me levado mais cedo, eu estivesse. — murmurei, mas não olhei para ele, não conseguia. — Eton não estaria, sempre solto ele quando chego. — um sussurro, tão baixo que nem mesmo eu ouvi. Mais ouvidos feéricos, ouvidos feéricos eram realmente uma merda. 

    — Fadinha. — ele murmurou. Bufei.

    — Pare de me chamar assim! — rosnei. E o vi espremer os lábios.

    — Fadinha, olhe para mim. — e eu olhei, irritada demais para não o fazer. E ele me abraçou. E eu, finalmente, desabei. Cansada demais para resistir, eu não tinha mais forças para isso, e não teria por muito tempo, eu sabia, porque estava cansada.

    Estava cansada a tanto tempo. Sempre com algo no pescoço. Sempre com algo me impedindo de descansar, e continuaria assim.

    — Vamos, vamos para a cama Fadinha, você precisa de um pouco de descanso, nem que seja só por algumas horas. Vamos.

    E eu fui. Porque estava cansada demais para lutar contra.

    Estava cansada de sempre lutar.

    Estava cansada de sempre lutar

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Voltei caralho!

Witch ● ACOTAROnde histórias criam vida. Descubra agora