Corte Crepuscular
Aquele não era o meu quarto, mais também, não esperava acordar nele, não hoje pelo menos.O lugar era escuro, devia ser madrugada pela posição da lua.
Respirei fundo, sabendo da presença de outra áurea no quarto. Fogo e luz, ela estava ali, parecia adormecida, não, estava adormecida.
Lucien estava sentado em uma poltrona não muito distante da cama onde eu estava, e dormia profundamente ali, totalmente torto, e com as pernas esticadas. Não foi difícil o vento se encarregar de o colocar em uma posição mais confortável, e não foi difícil levantar da cama. O couro negro dos assassinos não estava no meu corpo, ao invés dele, uma camisa que servia como uma camisola estava no meu corpo.
Passei a mão pelo pescoço, sentindo a familiar vontade de coçar a pele até tirar o couro com as unhas. Odiava aquilo, odiava aquelas tatuagens tão antigas quanto o mundo. E odiava ter duas delas gravadas no meu corpo, a consciência delas estarem ali, como um lembrete constante do que eu deveria fazer, e claro, eu sabia.
E o mais rápido possível, faria isso, cumpriria a minha parte do acordo, e depois, depois eu continuaria vivendo, uma eternidade, e talvez um pouco mais.
Talvez eu encontrasse alguém que quisesse ficar perto de mim. E talvez, eu forma-se uma família. Eu não sabia, e também, agora, não gostaria de saber.
— Você parece pensativa. — ouvi um murmúrio, e me virei para Lucien, ele agora estava acordado, com aqueles olhos banhados a ouro virados na minha direção.
— e você parece cansado. — murmurei de volta, e caminhei, caminhei pelo quarto, até chegar ao banheiro, onde um grande espelho repousava na parede. Lucien estava no meu encalço, mas não dei importância para isso quando desabotoei a camisa, e a deixei escorregar até a minha cintura. Ouvi ele arfar, e soltei um suspiro trêmulo.
E lá estava ela. Como uma cobra envolvendo meu corpo, meu pescoço, as mãos invisíveis, prontas para esmagar a qualquer momento, e desciam, até muito além do pescoço, mais e mais para baixo, em arabescos e pequenos desenhos, flores, penas, chamas, e asas.
Sim, duas enormes asas, que iam de uma clavícula a outra, abertas em cima do peito, e aquele desenho, parecia mais destacado do que os outros, como se clamasse por atenção.
— Com quem que você fez os acordos? — Lucien perguntou, atrás de mim. Eu conseguia ver sua expressão séria, e até mesmo preocupada. — Eu vi a marca aparecer no parto, a do pescoço. Com quem você fez os acordos para salvar Feyre e as duas Bruxinhas?
Engoli em seco, e contei.
— Com alguém mais velho do que a própria mãe. Alguém 1ue não é desse mundo. — senti o desespero me acertar como um soco no estômago. — E eu ainda não sei como farei para cumprir com a minha parte. — sem esperar, Lucien estava ali, abraçado ao meu corpo, enquanto eu me desmanchava em lágrimas e mais lágrimas.
Oh querida menininha burra, procure o que tem as maiores bibliotecas.
Afinal, são nos livros que podemos encontrar as mais poderosas armas.
Oi!
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Amo vocês meus Moranguinhos.
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Witch ● ACOTAR
FanfictionDesde muito cedo, Fairy sentiu na pele a rejeição, e ser uma pequena bruxinha nas mãos de uma mulher que nem dirigia uma palavra a ela, não tinha lhe feito bem, nunca. Mais as coisas mudam quando a Grã- senhora da corte noturna descobre a ligaçã...