Capítulo 17 🌌

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Terras Humanos

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Terras Humanos.

     Eu não dormi. Mas Lucien, esse dormiu assim que deitou a cabeça no meu travesseiro, caindo em fim em um sono profundo, que no momento, eu invejava profundamente.
    Talvez estivesse tão cansado quanto eu, e provavelmente a mais tempo que eu também, a imortalidade na maioria das vezes  era uma maldição, e às vezes, eu desejava ter o mesmo tempo de vida de um simples humano, imaginar centenas de anos pela frente me fazia querer vomitar.
    Ele não levantou quando eu me levantei, provavelmente nem sentiu a cama se mexer embaixo do seu corpo. Ele também não se mexeu, quando eu sem querer derrubei uma adaga no chão, enquanto colocava o couro negro dos assassinos. Nem quando fechei a porta atrás de mim, e a ouvi ranger mais de uma vez.
    Amanhã, pensei, amanhã colocaria óleo em todas as dobradiças, as que importava pelo menos, as que eram rotas de fuga à noite.
    Como o esperado, as ruas estavam vazias, pelo menos, as longe do centro do vilarejo, aquelas ainda estavam acordadas como o dia, cortesãs procurando trabalho, homens procurando bebidas cada vez mais fortes, e bares abertos entupindo os clientes de álcool.
    Mas não era para lá que eu iria.
    O pequeno papel parecia queimar na palma da minha mão, e cada vez que eu corria para mais longe, a adrenalina invadia as minhas veias.
    Eu gostava disso, eu gostava da adrenalina, do vento batendo no rosto, bagunçando minha cabeça, reorganizando meus pensamentos, me colocando no lugar. Adorava como o vento trazia os segredos, e como ele também levava.
    Janis Joplin, esse era o nome do homem que eu estava . E não foi difícil encontrá-lo no meio das milhares de pessoas naquela enorme aldeia. Mesmo grande, o lugar tinha a aparência de um lugar sujo, e incrivelmente, me lembrava os estepes Ilyrianos, o que não foi nada bom para o meu estômago vazio.
    Ele vestia roupas caras demais para o lugar onde estava, e tinha um longo manto nas costas, que chegava a arrastar no chão. Por estar longe, não conseguia ver perfeitamente as suas feições, a não ser o olhos negros e os cabelos quase loiros.
    Devia ter seus cinquenta anos de vida, e parecia não ser muito praticante de exercícios físicos. Ele não era forte, nem ao menos parecia ter peso o suficiente para se manter em pé, mais tinha uma postura elegante o suficiente para disfarçar o resto que faltava.
    Janes estava em uma sacada, da maior e melhor casa ali, observando o que eu deduzia ser um festival, ou algo assim, parecia distraído, mais eu tinha sido treinada por um assassino, e conhecia aquele olhar, ele estava observando as ações de todos ao seu redor, até da mulher ao seu lado, que parecia brincar com a barra da manga do vestido esvoaçante, e eu rezei para a mãe, para que não tivesse nada ali, que ela estivesse escondendo, que pudesse ser prejudicial para a minha missão.
    Me movi, e com calma e rapidez, entrei no meio das pessoas. Alguns homens perceberam a minha presença, mais eu sabia que estavam muito bêbados para olhar uma segunda vez na minha direção. O caminho até a grande casa foi fácil, algumas pessoas estavam dançando, mas a maioria estavam em grandes grupos, conversando, e foi por eles que eu passei até chegar no meu destino.
    Na frente da casa, tinha um homem escorado perto da porta, ele se mostrava desinteressado, mas olhava a cada dois minutos em volta, procurando qualquer coisa que representasse o mínimo de ameaça.
    Eu esperava guardas em volta de Janes, ele era um homem rico, vinculado com um dos assassinos mais poderosos das terras mortas, e um dos poucos que não tinham se aliado às rainhas. Era de se esperar que ele tivesse alguém em seu escalço, principalmente, quando ele parecia não poder nem mesmo dar um soco em alguém. Não tinha como se defender sozinho.
    Dei a volta na casa, percebendo mais dois homens em volta dela, fazendo o mesmo que o homem na porta da frente. Então eu deixei que eles me vissem.
    Um a um, eles foram deixando os seus postos para trás, me seguindo para uma parte distante da casa, onde as únicas pessoas ali, estavam bêbadas demais para sequer pensar em intervir, e eu deixei que eles viessem.
    Primeiro foi uma adaga, que passou tão perto da minha cabeça, que eu me perguntei quem os treina para tentar me atingir desse jeito.
    Eu me virei, e abri um sorriso, vendo os três posicionados um do lado do outro, em uma barreira para a saída da viela sem saída. Os três estavam com armas nas mãos, preparados para ir para cima, os três juntos.
    Eles tinham percebido o couro em meu corpo, sabiam quem eu era, ou tinham uma noção disso. Mas não falaram, nada quando começaram a correr na minha direção, nem quando o primeiro desferiu um soco no meu rosto, que eu por muito pouco consegui desviar.
    Era frenético, três contra um. Três brutamontes contra só uma assassina, mas eu não era uma simples assassina, tinha anos dentro daquela fortaleza, e sabia que conseguia transformar os três em pó. Mais eu queria diversão, e por isso, deixei que se animasse um pouco, acertando um soco na minha bochecha. E então...
    Então eu senti, uma presença marcante e quase ofuscante pular em cima dos três homens. Foram precisos alguns golpes, e os três homens enormes e com anos de treinamento, caíram no chão com nada mais do que alguns segundos de diferença.
    Falar que eu estava somente surpresa era um eufemismo, eu estava próxima do Pânico quando percebi os cabelos longos, e completamente vermelhos balançarem contra o vento frio da noite.
    E essa sensação só piorou quando recebi a sua total atenção. Aqueles olhos laranjas como puro derretido, tão brilhantes como fogo, e luz, sim, luz, muito luz.
    Aquilo é raiva menina tola, muita, e muita raiva.
    Raiva que vai fazer você se queimar, queimar tanto que virará algo pior do que cinzas.
    — Você. — Sua voz não era nada mais do que um sussurro rouco e potente, que me fez tremer.
    Um arrepio.
    — Você. Eu vou matar você.
    Engoli em seco.

Oi meus moranguinhos! Voltei cambada!E a todo vapor, logo logo sai mais um capítulo!

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Oi meus moranguinhos! Voltei cambada!
E a todo vapor, logo logo sai mais um capítulo!

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