𝐀𝐯𝐢𝐬𝐨 𝐍𝐞𝐜𝐞𝐬𝐬𝐚́𝐫𝐢𝐨: »o nome dos pais da Hermione são fictícios, porque eu não encontrei os reais.«
Quando Oliver mostrou-lhes o quarto de hóspedes, sequer ficou surpreso quando Hermione transfigurou um objeto qualquer para uma segunda cama de solteiro, ao lado da de Harry. Eles se deitaram, e Oliver avisou que estaria saindo brevemente em busca dos itens que precisava para ajudá-los.
Os dois não confiavam no homem, e não hesitaram em trancar portas e janelas com feitiços intensos de proteção. Após isto, Hermione lançou um abaffiato não verbal, e se sentou de pernas cruzadas no meio de sua cama, observando Harry deitado na outra cama, olhando para o teto de maneira letárgica.
— Desculpe por mais cedo — Ela pediu, surpreendendo o garoto que estava obviamente distante agora. Ele voltou seu olhar para ela, na intenção de ouvi-la. — Eu, como sempre, estou sendo irritante com minha superproteção, mesmo sabendo como isso te sufoca às vezes.
Ela viu Harry ponderar por alguns instantes, e suspirou, retirando lentamente sua fiel bolsa do corpo, jogando-a na direção do amigo, que a pegou com um reflexo impecável, usando a canhota. Era a vez dele dormir com ela.
— Sou eu quem deve pedir desculpas — O Potter disse, quando a moça já estava se deitando. — Você está aqui comigo, como sempre fiel a mim simplesmente por quem eu sou, porque eu sou seu amigo. Eu fui rude e indelicado diante seu cuidado, você só quer me proteger, Hermione. E está tudo bem, eu prometo que vamos sair dessa, está bem?
Estava escuro, e, mesmo sem poder vê-la, ele sabia que ela chorava. Mesmo antes do soluço dolorido, ele sabia que ela chorava.
— Não temos para onde voltar, Harry. — Ela sussurrou, a voz abafada pelos cobertores. — Estamos presos no passado, longe de tudo e de todos. Por que todos morreram.
— Não se preocupe, Mione. Vamos deixá-los orgulhosos, vamos vingá-los. Eu prometo.
Harry sentiu um déjà vú amargo no coração, e piscou com força, tentando retirar a mente do rosto mutilado de Neville a poucos metros dele, o encarando com olhos vazios e sem vida.
No meio da noite, ele não soube bem qual dos dois acordou o outro com os gritos de pavor. Supôs que, talvez, ambos estivessem presos em um pesadelo do natal de 2003. Quando Hermione escapuliu para o seu abraço trêmulo, ele sentiu suas lágrimas e sussurrou:
— Tente viver novamente, Mione, você é uma bruxa sensacional. Deixe o lado sujo para mim, e permita-se viver uma segunda vez, certo? Você merece.
Ela não assentiu, mas segundos depois estava dormindo, e, embora resmungasse algumas coisas, Harry não se preocupou. Ele, na verdade, estava preocupado com o desejo intenso de não adormecer novamente. Ele realmente não precisava ver o cadáver de Draco e de Scorpius novamente.
(☯)
Quando se sentou na mesa, Oliver parecia estranhamente alegre para quem ouvira o desastre que assolaria o mundo bruxo sessenta anos à frente. Então, quando ele olhou para as duas crianças britânicas em sua frente, os olhos azuis gelo agitando-se rapidamente de felicidade, Harry finalmente disse, mal humorado:
— Que é que você tem?
— Meu álibi para vocês é perfeito! — Ele disse, empolgado, e Harry franziu o nariz e a testa, tentando não dizer algo rude sobre a alegria matinal do homem. — Eu realmente adoro experimentos, sobretudo com famílias que já não existem mais.
Harry engasgou.
— Desculpe?
— Sim, sim, Harry. Há tantas famílias puro-sangue que deixaram de existir, chega a ser ridículo o nível de facilidade que tive para arranjar uma história mentirosa para minhas duas crianças protegidas.
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Sign Of The Times - Tomarry. [CONCLUÍDA]
FanfictionAlguns anos após o final da Batalha de Hogwarts, Harry Potter é mandado de volta a 1937, com um último objetivo antes da paz definitiva: Se aproximar do futuro fiel seguidor de Grindelwald, aquele que assolaria o mundo mágico com sua crueldade. Com...