Capítulo 04: O Nobre Título e o Funeral.

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Quando Harry acordou no outro dia, seus olhos pesados o alertaram que era muito cedo ainda, mas ele não se importou. Não conseguia se livrar do peso frio em seu peito, ou de seu sangue correndo como fogo em suas veias.

Ele abaixou os olhos para sua tatuagem da Haus Feue, e arregalou os olhos, quando viu o contorno perfeito de suas veias em vermelho, como se, de repente, sua pele tivesse se tornado algo tão fino quanto papel.

Morte — Ele chamou, usando o cântico da Morte, mas desta vez tudo ficou silencioso.

Hadrian resmungou alguns xingamentos, e olhou para o lado, onde Hermione ressonava baixinho. Havia rastro seco de lágrimas em suas bochechas, mas ele estava decidido a seguir o conselho da morte.

Com este pensamento, ele sentiu o frio habitual em sua espinhas, e grunhiu, abrindo a porta. Ao parar no corredor, ele encarou a entidade, que o observava em silêncio.

O que está havendo com o meu sangue? Com a minha pele? — Perguntou, olhando assustado para suas veias visíveis.

Não é óbvio? Você está sendo adotado pela antiga família Peverell. Seu sangue está apenas em processo de mutação, engolindo suas características Potter, sobrepondo-as com suas características Peverell.

Meu olhos? — Harry perguntou, quase que em desespero. Seus olhos eram, literalmente, a única coisa que ele fazia questão de continuar para sempre igual.

O sangue de uma mãe é forte, sobretudo de uma mãe que vendeu sua alma para salvar a do filho. Ela morreu por você, e a família Peverell caminha lado à lado comigo, eles me apreciam. Você me aprecia, Hadrian?

Era um teste, a mente de Hadrian notou. Ela não o chamara de Harry, e havia perguntado algo não retórico, o que significava que ela aguardava uma resposta. Uma resposta que poderia estar certa ou não.

Então ele resolveu ponderar verdadeiramente a pergunta. Ele apreciava a Morte? O que ele apreciava, enfim?

Por muito tempo, ele a tinha como uma companheira, e o que tinha mudado desta vez? Mesmo com seus objetivos concluídos, ele ainda não queria morrer, porque pela primeira vez, ele tinha uma fama só dele, ele tinha uma chance de ser quem ele era, não o Menino-Que-Sobreviveu. Ele apreciava isso, ele apreciava seus próprios objetivos.

Mas havia uma certa beleza na morte, e em todo seu mistério. Havia algo sobre ela que ninguém compreendia, mas que talvez ele pudesse compreender.

— Eu aprecio seu mistério, seu poder de ceifar vidas. É bem claro que eu não desejo ter minha vida ceifada, mas eu não tenho medo. — A figura esguia pareceu mover a cabeça para o lado, e aquele simples movimento o motivou a continuar. — Eu não tenho medo de você, mas não quero morrer, porque eu também aprecio a vida. Não é exatamente um medo, é apenas negação, o desejo de ainda me provar como alguém forte.

Nunca é a hora para os humanos. Este foi o erro de seus antepassados.

Eu quero me provar para você, Hadrian disse, finalmente, os olhos brilhando em determinação. — desde aquele dia no hospital, eu venho pensando constantemente em suas palavras, e cheguei à conclusão de que eu não quero ser fraco. Eu o encarava como uma amiga antes porque eu já me achava forte o suficiente, eu era O Eleito. Neste tempo, eu sou apenas um menino que surgiu no meio do tempo, tendo uma missão cruel de retirar outra vida. Eu na verdade não tinha confiança em mim mesmo, e desde que soube que você estava sempre me observando, eu passei a temer.

Temer?

Eu temi não ser forte o suficiente, um descendente decente da Morte.

Sign Of The Times - Tomarry. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora