Capítulo 20: Os Últimos Pensamentos.

2.5K 383 102
                                    

Newt se abaixou perto do rio, e abaixou um cantil na água, colhendo um pouco da água para dentro do recipiente. Hadrian o observou, sentado em um tronco de árvore, que, no passado, cedera ao tempo, e caíra parcialmente no rio.

Seus pés moviam-se em um padrão lento na água corrente gelada, e suas mãos apoiavam seu peso no tronco de madeira. Newt deu um sorriso tímido em sua direção, antes de se levantar, com o cantil cheio.

— Para que essa água? Não temos o suficiente dentro da barraca? — Perguntou Peverell.

— Podem haver dabberblimps na água — Disse Scamander, erguendo o cantil à altura de seus olhos, embora não fosse um recipiente transparente. — Filhotes, eu digo, ou, não sei, alguns outros animais.

— Oh, Compreendo — Os olhos verdes voltaram para a água, e ele observou. — Acha que tem criaturas mágicas aqui, no Colorado?

Newt sorriu gentilmente, de um jeito que parecia de um demônio pronto para aprontar.

— Você não faz ideia dos lugares estranhos que se pode achar estas criaturinhas.

Ele se aproximou de Hadrian, que arqueou a sobrancelha para a aproximação, e sua mão tocou o tronco, ao lado da coxa do estudante. Harry abaixou o olhar para a mão, a expressão confusa, quando arquejou, ao ver os dedos de Scamander acariciando uma criaturinha que piscava lentamente na direção do bruxo.

— Um cava-charco, é claro! — O menino sussurrou, olhando de maneira devotada para a criatura, que se camuflava perfeitamente contra o tronco da árvore.

— Você o conhece? — Perguntou Newt, fazendo um jogo de dedos cauteloso com o animal (e Harry prestou atenção em como ele fazia, caso fosse precisar futuramente), até conseguir capturá-lo para seus braços, iniciando uma conversa unilateral muito gentil.

Hadrian arqueou novamente a sobrancelha, e pulou do tronco, afundando suas canelas na água rasa até os joelhos. Sua pele arrepiou com o gelo da água, e ele caminhou em passos lentos até a margem do rio, seguindo um lufano distraído para onde a barraca deles estava armada.

Peverell terminava de cozinhar algo para o jantar deles – afinal, já começava a escurecer –, quando a cabeça de Newt apareceu da mala, com um sorriso gentil que tanto aquecia o coração de Harry. Era um sorriso inocente e gentil, que fazia Harry acreditar novamente na pureza humana, além de começar a pensar que, talvez, o mundo não fosse um lugar tão perdido assim.

Ainda haviam pessoas como Luna, como Newt, para que ele acreditasse que a humanidade não estava completamente destruída.

— Deixe-me ajudá-lo! — Scamander pediu, correndo para o lado de Hadrian no fogão.

Quando Newt pegou alguns vegetais e hortaliças da mesa, para colocar no balcão ao lado do fogão, Harry sorriu imperceptivelmente, ao ver o anel dourado brilhar contra a luz, em seu anelar esquerdo, marcando o casamento recente.

— Onde ela está, agora? — Perguntou Peverell, mexendo o ensopado de carne no caldeirão.

— Da última vez que eu soube, ela estava em algum lugar do Kansas. Ela é uma auror, você sabe, é complicado saber com exatidão sobre as missões.

— Fora que seria arriscado para Tina revelar sua localização — Hadrian sussurrou, a voz sombria de repente. — Ainda há alguns apoiadores de Gellert por aí, não encontrei uma maneira de localizá-los, ainda.

Newt o observou por alguns segundos, os olhos parecendo sondar sua alma, e Harry desviou os olhos, sentindo seu coração acelerar, se lembrando da maneira como Newt saudara a Morte, mesmo que Hadrian nunca tivesse falado de sua Companheira para ninguém, apenas Hermione. Ele era parecido com Luna, que parecia ver coisas que ninguém mais via, e, interiormente, Hadrian se sentiu intimidado.

Sign Of The Times - Tomarry. [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora