Reencontro no Motel - Capítulo XII

13 0 0
                                    

-Visão da Sara-

2 dias se passaram, estamos a uma terça-feira... desde aquela noite que o Ramiro estava diferente. Acerca de dois dias que não me atende nem me responde às mensagens o que não era costume dele... Ele sempre me respondia de imediato e nunca ficava sem me dizer nada por largas horas.

Estava preocupada, pensei pra comigo se o amava e a resposta veio de imediato... era um não, eu não o amava mas gostava dele, gostava da atenção e da maneira como ele me tratava. Também sabia que ele faria qualquer coisa por mim e isso era reconfortante.. digamos que em tempos como estes... Eu queria tê-lo por perto.

Então, decidi ir ao motel onde o Ramiro estava, levei algum tempo até achar a porta do seu quarto mas assim que o fiz, bati á porta da mesma com a minha mão esquerda e esperei pacientemente que obtivesse uma resposta.

-Término da visão da Sara-

Com cautela, levantei me da cama e fui até á porta, abrindo-a lentamente, porque não estava sequer preocupado sobre quem seria ou estaria a querer saber de mim nestas últimos 2 dias que passei a dormir dentro do motel como se estivesse drogado. Logo eu Ramiro que quando me chego é pra ser de verdade e sem nenhuma exceção, sejas tu inimigo ou não.

-Visão da Sara-

Assim que Ramiro abriu a porta e eu o pude ver bem soltei um sorriso sincero puxando o para um abraço apertado de imediato, quase que como por instinto. Era tudo o que mais precisava nesta santa terra... mas o abraço não me soou ao mesmo que demos no Éden.

As palavras custaram-me imenso a sair como se o meu folego me fosse retirado á força mas consegui dizer isto:

-Ram o que tens andado a fazer que nos deixas te a todos preocupados? Liguei te, mandei te mensagens, áudios... quase me matavas de preocupação.

-Término da visão da Sara-

Com base das palavras da Sara, o meu coração gelou, percebi que tinha errado mas eu não quero abdicar de nada e quero manter-me na escuridão, querendo que ela me engula.. então respondi, num tom frio:

-Sara... Decidi afastar me de tudo e todos desde que me converti totalmente á questão da caça.. como é que me encontraste?

Por momentos fiquei pasmado com a atitude da Sara, apesar de querer estar sozinho e renegado do mundo, haveria uma outra razão pela qual ela veio ao meu encontro?

Notou-se que ela ficou meio estranha com as palavras que eu proferi, ao que ela me respondeu com:

-Eu queria saber como estavas... Não me afastes Ram... Quero estar contigo... Ao teu lado sabes... que posso ser uma mais valia e ajudar te nas caçadas... Tu... Tu fazes me bem...

Após dizer isto, baixou um pouco a cabeça por sentir uma frieza na minha voz, o que não era habitual.

Sem pensar e sem procurar palavras melhores para a ocasião declarei:

-Ouve... Sara... Eu tomei esta decisão para o bem.. o nosso bem.. a nossa alegria.. sugiro que regresses á sua habitação... Sarinha

Os olhos castanhos cor-de-mel da Sara parecia que iam desaguar como desagua o rio que passa na serra, ao que ela me respondeu:

-Mas... Tu.. Eu pensei que tínhamos algo especial...

De seguida a ela ter dito esta frase, dita num tom um pouco mais baixo e até com o falecimento do sentimento á mistura, baixou um pouco a cabeça num ato de tristeza e desilusão imensa...

Para a tentar animar e para que ela entenda o meu lado, tentei expor o seguinte argumento:

-Eu via algo especial... Desculpa Sara... Eu não estou pronto..

Com calma e frieza olhei para o solo como quem procura uma resposta digna para aquele momento.

Com base no meu ponto de debate, ela retaliou com:

Diários de um caçadorOnde histórias criam vida. Descubra agora