Bad Guy | jjk + pjm

Longe

Jimin.

Não sabia onde estava com a cabeça quando decidi que iria perder a virgindade com Jungkook. Estava com meu emocional tão bagunçado e enlouquecido, que vê-lo em minha frente me fez ter vontade de lhe dar algo que talvez o fizesse ficar comigo.

Tolice da minha parte, entendo isso, mas foi um ato de puro desespero.

Conquanto, assim que ouvi a voz do meu pai ecoando no quarto percebi que as coisas seriam diferentes agora. E não seria de uma forma boa. Na verdade, era assustador pensar no que podia acontecer.

Avistei o mais velho junto de minha mãe, os dois me encaravam como se eu tivesse cometido o maior e pior pecado de todos. Jungkook levantou apressado da cama e eu fiquei em pé na sua frente logo após. Ele tentou me colocar para trás de si, contudo eu sabia que deveria protegê-lo agora, e não ser protegido por ele.

— Pelo visto o anel no seu dedo é só uma farsa. — Julgou minha mãe, as palavras me cortaram como uma navalha. — Você prometeu que casaria virgem, Jimin.

O problema mesmo não era exatamente o que eu ouvia, mas ver os olhares decepcionados dos meus pais. Mesmo quebrando uma promessa não conseguia me ver como errado, porque pela primeira vez na vida quis fazer algo porque senti vontade e não porque eles me controlaram ou coisa parecida.

Minha promessa não era uma farsa, tampouco foi da boca para fora.

— Eu não... — Fui interrompido por minha mãe.

— Você ia se deitar com um qualquer só para perder a virgindade! — Outra vez estava julgando, e mais uma vez era por uma mentira.

Jungkook não é um qualquer. Ele não é! E ele mesmo pode se sentir dessa forma, mas eu nunca vou deixá-lo se convencer disso, porque é mentira. O passado de Jungkook o deixou atormentado com lembranças, amedrontado com seus sentimentos, ansioso a ponto de não saber o que fazer para lidar com tudo que passa em sua mente.

Mas isso não significa que ele seja uma pessoa ruim ou que seja um qualquer. Ele é tão incompreendido pelos outros... e até por si mesmo, na verdade.

— Em primeiro lugar, a escolha é minha. Em segundo, Jungkook não é um qualquer. — Disse, mas ouvi o sussurro quase inaudível dele afirmando que era sim.

Mas com ele eu conversaria depois. Agora minha preocupação era outra.

— Você se tornou o que eu jamais esperava, Jimin. — Meu pai falou de forma firme. — Se tornou a nossa decepção...

Jungkook se preparou para falar algo, mas eu o segurei e neguei com a cabeça, olhando para o chão enquanto meus pais deixavam meu quarto em silêncio. E eu não chorei em um primeiro instante, mesmo magoado a raiva era maior e mais forte, mesmo triste o que eu precisava agora era de um abraço e não de alguém somente secando minhas lágrimas.

Virei de frente para Jungkook e não levou dois segundos para que ele me abraçasse com força. E assim eu desabei. Porque Jungkook era como um refúgio, me sentia até estranho por pensar que seus braços eram um lar melhor e mais aconchegante do que minha própria casa.

Por que meus pais não podiam entender meu lado? Era óbvio que antes de me ouvir ou qualquer coisa eles pensariam na promessa que fiz na igreja, na promessa que fiz a Deus.

Só que o Jimin de anos atrás não é mais o mesmo.

E eles não são capazes de ver isso.

Não acredito, também, que Jungkook seja o culpado disso. Jungkook somente me mostrou o mundo que eu quis conhecer. Desde o nosso primeiro contato, eu abri espaço para ele entrar na minha vida. O nosso primeiro beijo, por exemplo, só aconteceu porque eu deixei claro que queria ser beijado por ele.