Homens são assim

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Jungkook.

Acordar sem ter noção de onde está e ainda por cima com a cabeça explodindo definitivamente não é nada bom. É até um pouco desesperador nas primeiras vezes que acontece, mas não é como se eu já não estivesse acostumado com isso.

Nas primeiras vezes em que fiz uma besteira dessas, senti o mundo parar por bons minutos até raciocinar onde estava. Geralmente, era na casa de um estranho, com alguém que sequer sabia o nome deitado ao meu lado na cama, nós dois marcados e sem roupas. Porque, sim, eu nunca ia a alguma festa apenas beber e me divertir.

Eu sempre beijava alguém, no mínimo, e em noventa e nove por cento das vezes acabava transando com um ou mais caras. É uma droga pensar que o lado bonitinho que alguns veem do sexo, de tocar uma pessoa que você gosta, de saber que fazer amor é diferente de simples foder, de compreender a conexão que vai além de um ato carnal, essas sensações, eu nunca vou ter.

Ou assim, penso atualmente. Porque não sinto que conseguiria ver sexo de outra forma, ou outra pessoa, também. É por isso que, até mesmo, sinto medo de Jimin chegar ao nível de confiar em mim para ser o seu primeiro, porque eu não sei ser carinhoso, ainda mais quando durante o sexo jamais foram carinhosos comigo, também. Inclusive na minha primeira vez, que foi horrível.

Ainda confuso, sentei na confortável cama, coçando preguiçosamente meus olhos para poder ver direito onde me encontrava. Certo, esse é o quarto do Jimin, mas... cadê Park Jimin?

Não estava com minhas próprias roupas também. Algo tinha acontecido. Algo que não lembro. Vamos recapitular os acontecimentos.

Eu fui a uma festa, bebi bastante, ingeri algo que não me orgulho, que muitos chamam de bala. Isso não significa nada. Peguei meu celular, tinha trocado mensagens somente com Jimin. O perguntei se ainda tinha salvação... um flash me surgiu na mente: eu transei com um cara, mas voltei para a festa. Então coloquei na boca a bala.

Depois eu pedi ajuda para Jimin após afirmar que sempre precisava dele. A última coisa que me lembro é de ter beijado mais garotos que posso contar, e o momento em que vi Jimin foi o fim. Não lembro de nada depois disso.

— Mas por que eu estou na casa dele? — Perguntei para mim mesmo e então levantei da cama.

Estava adaptado já a acordar na casa de estranhos, mas eu estava na cama de Jimin. E é óbvio que nós dois não fizemos nada, primeiro porque Jimin jamais teria coragem de sequer me beijar enquanto eu estivesse alcoolizado, segundo porque Jimin não me vê como nada além de seu amigo. Amigo... essa palavra soa tão engraçada.

Não parece real, parece quando você fica repetindo várias vezes a mesma palavra e, em determinado momento, ela simplesmente não aparenta mais ter um sentido. É possível de entender isso? É assim que vejo a maior parte das coisas ao redor de mim.

Como se já tivesse feito tudo tantas vezes, que nada mais tem sentido.

Fui ao banheiro e lavei meu rosto. Precisava achar Jimin e entender o que havia acontecido durante a madrugada. Andei depressa, saindo do quarto e caminhando pela casa. Já tinha ido ali, mas não é como se eu soubesse exatamente onde cada lugar ficava.

E, também, estava meio fora de mim ainda, me sentindo mais perdido do que nunca. Porque apesar de acostumado, era a primeira vez onde eu ficava na casa de alguém que eu conhecia, alguém que ao invés de se aproveitar da minha fraqueza certamente havia cuidado de mim. Jimin cuidou de mim... isso também soa irreal, mas, vindo dele, sei que é verdade. Sei que ele de fato o fez.

— Jimin?! — Chamei, adentrando em seguida na cozinha e o encontrando enfim. — Está tudo bem?

— Claro. Por que não estaria? — Ok, só posso ter feito besteira. — Pode sentar e almoçar. Eu fiz para você. — Jimin iria se afastar, mas acabei segurando seu braço. — Me deixa ir.

Bad Guy | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora