Confissões

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Jungkook.

Provocar era uma arte que eu tinha extrema sabedoria. Jimin, coitado, me aguentava dia e noite falando besteiras e todo e qualquer tipo de frase com duplo sentido. Se ainda restava qualquer pureza nele, agora certamente não havia mais nenhuma, pois eu tirei tudo só com minhas palavras.

Cada instante que colocava meus olhos nele só conseguia pensar em tê-lo de novo, de forma romântica ou mais carnal mesmo. Apenas queria beijar cada pedacinho daquele corpo da maneira que ele merecia ser amado, até mais do que na primeira vez se me fosse permitido. Porque Jimin me causa uma série de sensações distintas que me enlouquecem muito. Logo, controlar meus desejos é extremamente difícil.

Eu consigo, claro, mas é difícil.

Já estava há três dias naquele maldito hospital e, sinceramente, não aguentava mais. Jimin lia e fazia anotações, dizia estar trabalhando em algo para impressionar o reitor e conseguir de vez sua transferência, mas a verdade é que isso estava contribuindo gravemente para o aumento do meu tédio — esse que já tinha um nível absurdo de tão alto.

— Por favor, só um beijinho. — Pedi, porque o máximo que ele me havia permitido havia sido um ou dois selinhos a cada dia. Chegava a ser cruel. — Hyung... eu estou com saudade.

Sentei na beirada da cama e observei Jimin respirar fundo, parecia contar mentalmente para se acalmar. E então ele largou seu livro sobre a cadeira em que estava sentado e se aproximou de mim, levando suas duas mãos até meus ombros e deixando nossos rostos pertinho um do outro.

— Você não merece que eu derreta desse jeito só com um pedidinho de nada. — Fez bico, e foi inevitável não encher de selares aquela boquinha tão linda que Jimin tinha.

— Mereço sim. — Afirmei ao abraçá-lo pela cintura. Geralmente eu o pegava com força pela cintura e o trazia para perto, sentindo-o quase mole com meus toques, mas dessa vez o agraciei com muito carinho, recebendo um sorriso extremamente lindo. — Porque você me ama e sabe que é recíproco.

Não era desse jeito que eu planejava, mas... eu disse, não o disse? Eu confessei que o amava e, de quebra, fiz uma indagação escondida para saber se ele sentia o mesmo. Não foi do jeito ideal, mas desde o meu começo com Jimin tudo saiu do nosso controle de qualquer forma, então nem havia sentido em querer que agora tivesse um padrão a ser seguido.

Jimin me encarou e eu não consegui retribuir, mesmo quando ele segurou meu rosto. Me senti travado, não conseguia dizer nada e por alguns instantes parecia prestes a sufocar. A respiração só se tornou mais difícil conforme um pequeno sorriso nasceu no canto dos seus lábios.

— O que foi que você disse, meu amor? — Foi nesse instante que o encarei, pelo que ele disse, e pela forma que me chamou. Jimin estava sorrindo, seu sorriso era minha maior fonte de energia, de felicidade, de paz, de amor.

Respirei fundo, olhando para a janela e percebendo que já era noite. Estava prestes a falar quando o médico entrou no quarto, como em todas as noites, e questionou como eu estava, além das outras perguntas que fazia sempre. O respondi que estava melhor, que me sentia emocionalmente mais forte e que isso se devia à presença do meu anjo. Ele pensou que fosse brincadeira, até eu lhe contar que o anjo era Jimin.

Então o médico riu e disse que era muito bom perceber o quanto meu namorado me fazia bem. E eu sorri, porque pela primeira vez pensar na palavra "namorado" não me deixou aflito. Na verdade, foi muito bom pensar que Jimin poderia ser meu de tal forma.

Aproveitei e pedi permissão para sair um pouco do quarto, afinal não aguentava mais estar ali dentro. O Doutor liberou desde que eu tivesse companhia, e eu nunca troquei de roupas com tanta felicidade quanto naquele instante. Não era só por sair, era por sair com o meu Jimin. Meu Jimin. Meu Jimin. Eu não canso de repetir isso.

Bad Guy | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora