Capítulo 7 - Noites agitadas

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03:01, Florença


Scarllet


Eu sempre segui um método de trabalho : pesquisa, busca de fatos e conclusões.
E sempre gostei de como eu sou boa para esse trabalho,mas agora perdida em uma pilha de documentos e possíveis provas espalhadas pela mesa e com o relógio marcando que eu deveria estar em casa a horas atrás eu começo a duvidar de minha capacidade.

Quase uma semana depois de pegarmos Enrico e ainda não sai do lugar,ainda não consegui nem mesmo me arrastar de onde estou. Merda.
Ignorando minha constante vontade de gritar e espancar alguém eu finalmente desisto dos documentos por hoje e sigo em direção a um andar abaixo do nosso querido novo galpão,o frio e a exaustão me perseguem por todo o caminho.

Lembro que provavelmente Rose e Vittorio devem estar se divertindo na sua segunda vez saindo juntos e sinto uma pontada de inveja,de estar me divertindo é claro.
Chego ao local que foi montado para treinarmos tiros onde foi totalmente equipado com isolação acústica, e também foi onde Massimo se " entendeu" com Enrico.
Não sei o que aconteceu com ele,e não fiz questão de saber mesmo ainda enquanto as memórias dele,de nós,de nossos corpos se movimentando em sincronia me perseguiram durante todos os últimos dias.

Solto um suspiro de cansaço e escolho uma pistola qualquer e analiso os alvos. Miro no primeiro, concentrada no ponto principal.
O acerto sem dificuldade nenhuma.

E assim como todas as outras vezes a sensação de adrenalina misturada com o prazer me faz me sentir bem rapidamente.
Sorrio aproveitando a sensação e miro nos próximos alvos e não erro nenhum.

Quase uma hora depois e sem dúvidas bem mais disposta eu organizo as armas e volto para o andar de cima novamente,mas encontro a porta aberta.
Automaticamente minha mão busca minha arma mas é em vão já que ela está dentro da sala,então eu arrisco e entro devagar na sala.

E encontro um Matteo sentado em minha mesa analisando os documentos e com um rosto nublado.

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03:58

Matteo

— Boa noite espiãzinha - digo assim que vejo Scarllet se esgueirar para dentro da sala.

Ela me olha e fecha a cara,quase dou risada mas resolvo me conter.
Sinto o peso do dia agora em meu corpo,e só tendo chegado agora de um dos jantares semanais em família ( que na verdade significam muita gente bêbada,discussões e meus pais,avós e tios tentando bancar cupidos para mim e todos os meus primos) eu me permito descansar,ou era essa a intenção,mas então mudei de rumo.

As vezes dias com os esse acabam sendo mais frequentes,melhores ou piores,mas quando eles acontecem é que como se algo me inquietasse em todos os sentidos como se dissesse  " olhe em volta idiota,você está perdendo algo".
E o pior é que essa sensação costuma estar certa na grande maioria das vezes.

— Boa noite chefe - ela diz se aproximando devagar - não sabia que o senhor viria aqui hoje.

— Nem eu sabia - digo honestamente - em que você andou trabalhando?- digo me referindo às pilhas de papéis espalhadas sobre a mesa.

Vejo ela hesitando, mas logo se senta na cadeira à minha frente e começa a analisar os documentos.
Vejo que seu rosto está mais corado e sua respiração levemente ofegante,minha atenção se prende nesses detalhes por um segundo.

— O'Que você estava fazendo?- não resisto à pergunta.

Ela me encara,depois abre um sorriso discreto.

Through us (Máfia Italiana)Onde histórias criam vida. Descubra agora