19. Sonho dentro do meu sonho que sempre quis sonhar

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Autora falando:

alo alo graças a deus!

Vamos ver o que que a Catra tá achando dessa gracinha da Adora de entrar nos sonhos dela? POV da gata.

Boa leitura <3


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Naquela noite do detalhamento do plano, Catra não ficou tão satisfeita assim.

Não ficou tão confiante como Adora parecia estar. Também não se opôs e nem nada. Apenas anunciou que estava cansada demais e subiria para tomar uma ducha para pôr as ideias no lugar um pouco antes de dormir.

O jeito que falou foi direto, seco, um indicador mais do que o suficiente para deixar claro que não queria companhia, nem mesmo a de sua amiga fantasma. E assim teve seu momento de solitude para melhor raciocínio e posterior descanso.

Não demorou muito para chegar no seu quarto, se jogar na cama e fechar os olhos. Pensou que dormiria fácil porque a cabeça estava pesada de tanta informação. Foi justamente o contrário, tudo o que estava sentindo no momento, o medo incontrolável misturado com a frustração por não ter mais outra opção não a deixava pegar no sono.

Rolou de um lado para o outro e tudo o que conseguiu foi um crescente aperto no peito.

Estaria mentindo se dissesse que não queria tentar. Não era esse o problema. Tentar, na verdade, era tudo o que mais desejava. Ainda assim, não era motivo o suficiente para amenizar o terror pelo qual passaria se tudo desse errado.

Perder Adora na tentativa de tê-la? Nem fazia sentido!

Naturalmente sua mente a levou para a lembrança do sonho que tivera com a loira, no qual podiam se tocar, no qual acabou confessando coisas demais para ela e fez o que vinha querendo fazer há tempos. Não foi a primeira vez que sonhara com Adora. Só que nunca tinha sido uma experiência tão real, tão sensitiva, tão verdadeira.

Será que foi uma peça de sua própria cabeça para mostrá-la o que poderia ter caso siga à diante com o plano?

Talvez não devesse deixar a aflição dominar tanto assim, talvez devesse ter mais coragem, ser mais determinada, assim como Adora foi ao afirmar que não desistiria. Aliás, não devia tirar o direito dela de escolher o que quer fazer só porque estava insegura. O medo era problema seu, não dela.

Era só que... Catra estava tão cansada de perder tudo que conquista.

Era sempre uma rasteira dolorosa quando se enchia de esperanças em relação a uma nova chance, uma nova felicidade. Tinha a constante impressão de que não podia ter um segundo de alegria que algo a sabotava. Ou ela própria a sabotava. Foi assim quando achou que seria feliz ao ser adotada, ou quando achou que estava satisfeita com sua vida monótona de trabalho-faculdade-casa.

Adora, até agora, tinha sido sua alegria mais duradoura. E se o destino quisesse acabar com ela também? Assim como fez com todas as outras felicidades?

Aos poucos, foi ficando fisicamente impossível controlar o sono que tanto custou vir. Os pensamentos turvaram-se em um breu, em um silêncio. Assim, adormeceu. Mente preocupada, e, acima de tudo, corpo esgotado.

Por longos minutos, Catra teve a sensação de que não estava sonhando. Nada vinha à sua vista, era tudo preto. Até que seu quarto começou a formar o cenário. Não estava mais na posição na qual, de fato, deitara, e, sim, sentada na cama.

Adora abriu a porta e a claridade incomodou um pouco seus olhos, até mesmo precisou posicionar o braço na frente deles para evitar uma dor de cabeça.

Eu e o seu fantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora