13. Mantenha distância. Substância altamente (gay) apaixonada

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Autora falando:

E vamos de lágrimas e angústia hoje? POV Adora, a fantasminha camarada.

Boa leitura <3


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Micah tinha abraçado mesmo essa ideia de que Adora era mágica. Eram teorias seguidas de teorias sobre como não seria possível uma mera humana desenvolver as habilidades como ela desenvolvia, tão rápido assim. Toda vez que se esbarravam pela casa, ele sempre a perguntava mais sobre as sensações, sobre as tais energias que sentia e começava a comparar com as que ele sentia ao utilizar magia. Adora estava começando a acreditar, mesmo, que tinha sim algum sangue mágico correndo em suas veias, ou pelo menos tinha enquanto era viva.

E a afirmação repetitiva de Micah era:

"Não conheço outra maneira de se ter uma ligação tão forte assim entre seres de planos diferentes. Não é uma situação comum, e o que não é comum, 99% das vezes só pode ter magia envolvida, e pra ser magia, a única alternativa é um pacto entre mágico e humano. Não sei como e qual ainda, mas tem coisa aí."

Até mesmo aproveitou esse interesse repentino do pai da amiga em saber sobre sua ancestralidade para tirar algumas dúvidas a respeito de intensidade de sentimentos ser relacionado à magia.

Tudo bem, ele poderia não ser a pessoa mais adequada para falar coisas desse tipo. Porém, tinha a impressão de que se tentasse essa conversa com Glimmer, logo ela conectaria à Catra, e, consequentemente, chegar aos ouvidos dela.

Ele também era um mensageiro em potencial. Por isso, foi bastante cuidadosa ao abordar o tema com o homem mais velho. Primeiro perguntou sobre até que ponto a magia pode intensificar relações, sentimentos, essas coisas. Como a loira desconfiava, ele afirmou que muito, já que seres mágicos podem ou ter muita intensidade no que sentem ou muita frieza. Sem meio termos.

Até aonde foi, já ouvira o suficiente. Decidiu ficar só na superfície, não foi mais específica nas perguntas e muito menos mencionou Catra como exemplo. Para ela já estava óbvio que nesse aspecto de 8 ou 80, seu caso era 80 multiplicando por 1000 quando se referia à morena dos olhos coloridos.

Esse ponto específico, no entanto, era um assunto que normalmente trataria com sua irmã, sua confidente de longa data. A única coisa que a impedia mesmo era a atração que sabia que Mara também sentia por Catra. Era quase uma emboscada contra a felicidade de sua irmã falar que ama tanto alguém por quem ela está interessada.

E, sim, era amor.

Não era um envolvimento raso ou uma precipitação causada só pela intensidade de seu coração potencialmente mágico. Vinha acima disso, vinha antes disso. Era amor, o mais genuíno, o mais difícil de admitir, o mais doído de sentir.

Quantas vezes precisou se cuidar em dobro para não ser descoberta olhando para ela enquanto dormia ou estudava concentrada? Quantas vezes precisou segurar a própria boca para que não escapasse nada muito repentino, uma fala que a entregaria? E os olhares bobos que já nem conseguia mais disfarçar?

Seu tempo, antes ilimitado, agora estava curto. O quanto antes precisavam descobrir o que realmente tinham de ligação, para, o quanto antes, ir embora de vez e deixar Catra em paz. Quanto mais os dias passavam, mais tinha certeza de que essa seria a única solução. Alguém como ela, tanto tempo morta, jamais poderia voltar à vida. Seu destino não era viver com Catra, seu destino é, pelo visto, libertá-la do passado. Assim que descobrisse como, faria esse sacrifício por ela. Pelo amor de sua vida, que só percebeu em morte.

Eu e o seu fantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora