9. Adora amara Mara, Mara adora Adora

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Autora falando:

Bom dia Brasil, boa tarde Itália!

Juro que me segurei pra não fazer o trocadilho no título, mas... (mentira, nem me segurei). POV de Adora e o famigerado encontro da Catra com a Mara hue hue

Boa leitura <3


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Adora sabia que isso ia acontecer. Não importa o quanto tenha se preparado, o quanto disse inúmeras vezes para si para resistir. Até ficou relativamente firme enquanto Catra se arrumava tão bem para o encontro, enquanto ela falava ao telefone com Mara para saber exatamente as coordenadas do barzinho no qual tinham marcado. O problema mesmo foi quando ela entrou naquele lugar e avistou a sua irmã acenando para ela.

Aí que toda a faceta de estar lidando bem com a situação simplesmente desfez. E já estava começando a ficar ciente do motivo. Talvez nunca tenha sido egoísmo, ou preocupação. Era ciúme mesmo, Catra esteve certa desde sempre. Só que o gosto dessa vitória ela não irá sentir.

– Realmente... – A mais baixa cochichou virando discretamente o rosto para a fantasma que só ela enxergava. – Tua irmã é um mulherão.

– Vê se segura esse fogo no cu, nós temos uma prioridade aqui – Adora apontava para si e revirava os olhos com desdém para a reação da outra.

– Claro, madame... – Para não parecer mais doida do que provavelmente já aparentava, a morena decidiu não ficar parada no meio do caminho e foi andando na direção da pretendente. – Vou lá falar com ela.

Sua irmã era linda, seria tola em tentar força opinião contrária. Os cabelos castanhos longos, quase sempre num rabo de cavalo trançado, e o coração tão grande que não caberia medir. Os olhos acinzentados radiantes e o sorriso que acalma qualquer angustia pela frente. Linda mesmo, por dentro e por fora.

Até mesmo quando era viva, Adora sabia que a competição era acirrada ao definir quem chamava mais atenção no ciclo de potenciais amores, principalmente quando neles habitavam interesses em comum. Foram raras as vezes em que elas acabaram se interessando pela mesma pessoa, sempre resolviam nos melhores termos possíveis entre elas quem investiria ou não.

Só que nesse caso atual chegava a ser injusto.

Adora era quem passava a maior parte do tempo com Catra, era quem a conhecia e sentia uma conexão quase transcendental com ela. Adora até a consolou nesse período em que apareceu repentinamente, foi essencial para a reconciliação dela e da família.

De que adianta toda essa vantagem? De que adianta se, no final das contas, era Mara que estava naquele bar, linda num vestido de verão azul claro, prestes a conversar frente a frente, fazer planos, tocar em Catra?

O que garantia o pouco de dignidade que a restava nessa atração ridiculamente platônica era o fato de que, talvez, só talvez, Catra tenha parecido estar um pouco mais interessada em priorizar a Adora acima de qualquer crush por Mara. Era ridícula essa competição que criava dentro da própria mente, estava ciente disso. E estava realmente se esforçando para que esse pequeno gigante ciúme não tirasse sua vontade de falar novamente com a irmã.

Até que o clima inicial não foi tão tortuoso. Ao longo das conversas casuais entre as mulheres vivas, a loira se via rindo da risada da irmã, se via orgulhosa ao ouvi-la falar entusiasmada do curso de biomedicina que estava prestes a terminar. Apesar da perda de Adora, que ela fez questão de frisar como uma das mais difíceis de sua vida durante o diálogo, tudo caminhava para que os sonhos dela dessem certo. Foram algumas horas leves de Catra conhecendo Mara e vice versa.

Eu e o seu fantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora