Severe Damage - Imagine Johnny

XVIII: I see you

Severe damage [XVIII: I see you]

Minhas mãos foram parar em sua nuca e eu o puxei para mais perto de mim assim que eu fechei meus olhos e permiti que ele aprofundasse o beijo. Dejun não demorou um segundo para fazê-lo. Não sabia o que estava fazendo, somente que queria muito aquilo. Eu sentia um enorme frio na barriga, eu estava beijando meu melhor amigo e estava sucumbindo aos caprichos da minha mente perturbada que fantasiava diversas vezes há meses atrás como seria realmente beijá-lo.

E era tão doce.

Não pelo fato de termos acabado de comer brigadeiro, mas beijar Xiao estava me deixando embriagada. Sentia-me uma adolescente dando seu primeiro beijo. Sua destra estava sobre a minha cintura, aplicando na minha pele a mesma pressão que seus lábios faziam nos meus, e eu o segurava de leve. Nossas línguas se enroscavam uma na outra num ritmo tranquilo mas muito bom, estavam se conhecendo. Eu estava trêmula, minha mente estava um completo caos e apenas me dei conta que minhas mãos tremiam quando o loiro foi parando o beijo calmamente aos poucos selinhos e me afastou minimamente com calma.

— Torres, você está...? — Afastou algumas mechas que caiam sobre meu rosto, mas seu tom de voz não escondia o quão chocado ele estava.

Pisquei algumas vezes em pane.

Ver aquele semblante aflito em seu rosto quebrou meu coração em mil pedacinhos.

Cai de volta à realidade quando notei que Ten e Yangyang ainda estavam na sala após um deles ter feito barulho ao se mexer, ambos estavam tão chocados quanto Xiaojun e eu senti toda a culpa do mundo sobre mim.

Mais e mais lágrimas começaram a brotar em meus olhos e eu simplesmente desabei. Pensei em levantar e sair correndo pela porta mas nunca o deixaria assim, ele poderia pensar alguma besteira sobre si mesmo Levei meus pulsos até meu rosto e me encolhi sobre o sofá. Eu estava devastada.

— Me desculpe, me desculpe, me desculpe... — Eu repetia como um mantra, incapaz de olhá-lo nos olhos novamente e com uma enorme dor no peito.

Poucos segundos depois que eu me isolei em minha própria bolha, Ten veio até mim rapidamente. Dejun não havia movido um músculo sequer, sua "reação" estava me matando. Eu havia estragado tudo. Eu havia feito merda e perdido uma das pessoas que eu mais amava por simplesmente ser uma vadia estúpida e cega que não enxergava os sentimentos do meu melhor amigo.

"Não acredito que alguém que eu conheci há tão pouco tempo está fazendo tanta falta."

"Quero que seja a mulher mais bonita nesse evento."

"Vai falar em chinês quando ficar bravinha, é? Eu vou adorar".

"Eu queria passar um tempo só com você."

"Eu não recusaria um pedido desses nem por todo o dinheiro do mundo."

"Eu te mimo por gostar muito de você."

Por isso era tão doce, havia amor nele.

— Torres, pare de falar isso, está acabando com a sua garganta. — Ten me repreendeu. Ele não estava errado, minha garganta doía a cada vez que eu falava.

Em momento algum, eu havia parado de me desculpar, sabia que não seria de grande ajuda mas acreditava que era a única coisa que eu poderia fazer no momento.

Dejun se levantou do sofá e instantes depois eu senti suas mãos sobre mim mais uma vez. O que diabos ele estava fazendo? Cessei meu pranto e o observei, em choque, me levantar e andar comigo pelo corredor do apartamento. Merda, ele estava me levando para o seu quarto. Eu fui carregada – ironicamente – em posição de noiva, Jun em momento algum me encarou, fechou a porta do quarto sem fazer muito barulho e me colocou em sua cama.