Severe Damage - Imagine Johnny

II: trouble maker

Severe damage [II - trouble maker]

Eu nunca estive tão constrangida, Nakamoto e Seo me encaravam com extrema curiosidade e eu estava entretida demais com o andamento do salão para perceber. Eu queria cavar um buraco e sumir, era o mais sensato a se fazer. Com o rosto pegando fogo e nervosa, sorri amarelo para os dois que me retribuíram com um leve aceno e voltaram a conversar entre si.

Por um momento, eu pensei que fosse desmaiar.

Os olhos do japonês ainda brilhavam quando meu olhar cruzou com o seu, já os do meu chefe eram tão profundos quanto um poço, não refletia algo mas sim tinha uma energia que te puxava para eles. Confessava que havia me perdido neles durante um instante, eram idênticos aos de Mina, mas logo mantive minha postura com medo do pior afinal ele era meu chefe.

"Eu estou muito ferrada, meu Deus do céu!", pensei, virando toda a água da garrafa garganta abaixo e meu corpo para o balcão.

Taeyong continuava seu serviço com uma destreza absurda e muita calma, parecia muito concentrado também, tanto que não trocou uma simples palavra comigo. Afastou-se durante um tempo para preparar algumas bebidas quando Jaehyun veio deixar o pedido, que, a propósito, não disse nada a mim também.

– Estranho... – Murmurei em português.

Não era o feitio dele passar por mim sem soltar uma piadinha ou pegar no meu pé, acreditava que Jaehyun fazia isso pelo simples fato de eu não estar babando seu ovo depois das suas tentativas de aproximação. Ele era bonito mas não me daria o luxo de ficar flertando no meu primeiro dia.

Havia algo errado.

E buscando isso, lembrei-me de Ten e Kevin falando que Jaehyun foi o causador da bagunça na cozinha mas que o mesmo não cometia erros como tal... Será que ele colocaria sua própria pele em risco apenas para me testar no meio dessa confusão? Notei que ele era abusado mas não sabia se chegaria a esse ponto.

– Engraçado que sempre que eu deixo você sozinha, você fica viajando no seu próprio mundinho, Torres-ssi. – Engoli seco e voltei-me para o homem do outro lado do balcão.

– Aigoo... Você não é nada delicado, Xiaojun-ssi. – Resmunguei baixo, vendo-o sorrir de canto. – Pode encher pra mim de novo, por favor? – Encarei-o, colocando a garrafa no balcão.

– Com essa carinha pidona, eu faço qualquer coisa que você me pedir. – Riu fraco e pegou a garrafa, não demorando para enchê-la e me devolver a mesma. – Traumatizada?

– Você não faz ideia. – Virei meu corpo novamente para o salão e encontrei Ten ido de uma ponta a outra tranquilamente, ele parecia um bailarino. – Como foi assistir a minha performance desastrosa?

– Ah, pare, não vi nada de desastroso ali. Você me pareceu muito simpática e atenciosa, nem parece a mesma pessoa com quem eu estou falando agora. – Brincou e eu, quase, rolei meu olhos. – Talvez tenha sido desastroso o atendimento com o amigo do chefe mas pelas 30 olhadas que ele deu pra você desde que eu cheguei aqui, acho que você fez um bom trabalho.

– O quê? – Não me atrevi a olhar para a mesa 6 e passar por aquela situação novamente.

– 31 agora. – Ouvi-o rir. – Não dá pra ouvir nada daqui então estou aqui se você quiser me contar como foi.

Eu tinha vontade de bater minha testa no balcão só de pensar em ter que verbalizar meu atendimento com Nakamoto Yuta.

– Posso ficar te devendo essa? É que eu não estou muito confortável para dizer isso agora...