13 | Exortando em amor

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Acordei na manhã seguinte e estava determinada a esquecer a noite anterior. Era um novo dia, cheio de novas possibilidades e coisas incríveis, só precisava de um pouco de otimismo.

Depois do domingo que me atrasei — que dia! — eu estava mais atenta ao despertador e já não o ignorava, Leti e seu tutorial eram bons mesmo.

Sentei na cama e fiz meu devocional, estava tentando criar aquele hábito desde que chegara ali, era bom começar a rotina lendo a Palavra e falando com Aquele que me guiaria por seja lá o que me reservasse o dia.

— Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Salmos 51:10 — recitei algumas vezes o versículo que estava memorizando naquela semana.

De repente parei de falar, pensando no significado daquele pedido e olhando para minha própria vida.

Engoli em seco, falhando no plano de esquecer a noite anterior. Senti um aperto no coração ao lembrar como fiquei brava e nada inabalável ao ver Gustavo conversando com Carol.

Ele não era meu, por que tinha tomado a liberdade de sentir ciúmes? 

Tá, mas o que raios eles tanto conversavam?!

Balancei a cabeça, ignorando uma luzinha vermelha que piscava em minha mente, e saí do quarto para ir tomar café.

Na mesa as meninas tagarelaram sobre o filme e o que jogaram depois da minha saída, ouvi em silêncio. Terminei de comer antes de todos e fui lavar meu prato e meu copo. Um pouco absorta em pensamentos turbulentos, nem vi que tinha alguém na cozinha, até a voz, que meu coração bobo reconheceria em uma multidão, me cumprimentar com bom humor.

— Oi? Não sabia que tinha ficado invisível. — A risada de Gustavo chegou aos meus ouvidos fazendo meus batimentos cardíacos irem à loucura.

— Acabou de descobrir — brinquei, sem virar para vê-lo.

Me concentrei em lavar a louça enquanto esperava a calma voltar ao meu ser. 

— Nem te vi sair ontem...

Ah, não diga! Por que será? Talvez porque estava de papo com a Carol. Meu coração respondeu e graças a Deus foi só na minha mente.

— Só estava cansada. — Enxuguei as mãos e me virei para ele.

— Terminei de ler teu livro — disse, me animando.

— Uau, você é rápido! Gostou?

— Bastante! Seu gosto literário é bom mesmo, deveria fazer umas indicações no seu blog.

— Seu pedido é uma ordem — fiz graça, fazendo-o rir. — Estou quase terminando o teu, é muito bom também, diferente dos que leio normalmente, mas ainda assim estou apreciando a leitura.

Ele sorriu, passando por mim para lavar sua louça. Um silêncio confortável recaiu entre nós, fazendo minha mente viajar enquanto o observava de modo discreto. Ali, tão perto, ele deixava meu coração ainda mais balançado.

Quando acabou, o rapaz manteve a atenção em mim por alguns instantes, tive a impressão que dava para ler todos os meus pensamentos só de olhar para meu rosto. Talvez desse para ver corações subindo em volta da minha cabeça e os sonhos de um futuro fantasioso passando por ela. Lá no fundo, desejei que ele lesse mesmo meus pensamentos e soubesse o quanto gostava dele.

Quando abriu a boca para dizer alguma coisa, foi interrompido pela chegada de alguém. Ninguém mais, ninguém menos que...

— Oi, Carol! — Gusta cumprimentou com sua simpatia característica.

Tinie e o retiro de verão (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora