Tudo havia ficado em paz em Prythian por longos e felizes dezenove anos. Mas isso foi até dois jovens aparecerem para mudar tudo.
Além de terem que lidar com um novo possível problema com Hybern, Adrien, Jesminda, Ayla, Nyx e Luke também tem que apr...
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Theo talvez tivesse metido sua prima e ele mesmo em uma enrascada.
Apesar de a grã feérica, Catrina, ser uma pessoa gentil e bondosa o suficiente para abriga-los, Theo sabia que aquilo não iria durar muito. Ela era a filha do Grão Senhor; uma hora ou outra, ou ele iria descobrir, ou ela mesma contaria para ele, e ai seria o fim. Na melhor nas hipóteses, seriam chutados de volta para Hybern. Na pior, morreriam. Nenhuma delas agradava muito o metamorfo.
E Amy estava machucada. Ela tinha quebrado o braço na fuga e, graças ao maldito veneno feérico que aqueles soldados tinham usado neles, o braço dela ainda não havia se curado completamente. Naquele momento, ela estava dormindo tranquilamente na pilha de cobertores que Catrina tinha levado para eles.
Theo precisava descobrir logo o que fariam. Para onde iriam. Porque Hybern estava na cola deles, na cola de Amy, e Theo não era inocente de pensar que algum dos Grão Senhores de Prythian iriam arriscar uma nova guerra por causa de dois adolescentes.
Com a cabeça latejando de dor, ele deu um suspiro pesado e se sentou. Ele não dormia direito fazia dias. Apesar de seu poder ter voltado, ainda assim não estava forte o suficiente para Theo arriscar uma briga com alguém.
Mas claro que o universo parecia querer ferrar ainda mais a vida de Theo. Ele sentiu o cheiro de grama e sabia que Catrina estava se aproximando, mas...
Mas ela não estava sozinha; Theo levantou em um pulo, deixando que as garras crescessem em suas mãos. Amy acordou também e se levantou com uma careta de dor, e Theo a colocou atrás dele. Se fosse para ter uma luta, ele lutaria. E torcia para sua prima fugir e escapar com vida caso fosse o caso.
Catrina apareceu no campo de visão de Theo e, ao lado dela, um macho alado ruivo e uma grã feérica. Theo rosnou ao ver as chamas brancas na mão do macho. Ah, ele provavelmente morreria, mas morreria depois de fazer uma estrago no belo rostinho daquele macho que o olhava com um sorriso sarcástico.
-Ah, pelo Caldeirão, da para os dois se acalmarem?- disse Catrina irritada. -Adrien não vai machucar vocês, Theo. Adrien, pare com isso. Agora.
O macho bufou, mas fez o que Catrina mandou e cruzou os braços, avaliando Theo. Theo fez o mesmo; não se importava em sequer saber quem era aquele macho, se ele queria uma briga, ele teria uma briga.
-Theo, Amy, estes são Adrien e Jesminda. Eles vão ajudar, apesar de não parecer.- disse Catrina fuzilando o macho ao seu lado com o olhar. Ele revirou os olhos.
-Certo. Eu não sei quem vocês são, mas se vieram de Hybern já é o suficiente para fazer com que eu não confie em vocês.- disse o macho e Catrina engasgou.
-Adrien!
-É mesmo? Você acredita no que quiser. Mas não fizemos nada de errado nem nada para machucar vocês, mas estou avisando, morceguinho, se você ficar de palhaçada pra cima de mim vou te mostrar o como o soco de um hyberiano pode doer.- disse Theo com um sorrisinho cruel. O macho, Adrien, sorriu de volta.
-Chega, vocês dois, que saco. Ninguém aqui vai sair no soco.- disse Catrina puxando Adrien para perto dela, talvez com medo que ele fizesse alguma idiotice.
-Você está bem?- perguntou a outra fêmea, que até então não tinha dito nada. Ela estava olhando para Amy e Theo sentiu vontade de colocar Amy para trás dele novamente, mas não fez nada.
-Não, porque vocês estão parecendo que querem nos matar e eu realmente não estava afim de morrer hoje.- ela respondeu com um tentativa de sorriso.
-Perdoe meu irmão gêmeo. - ela disse com um meio sorriso. -É que não confiamos facilmente nas pessoas.
-Isso é inteligente da sua parte.- disse Theo com sarcasmo. A fêmea o lançou um olhar tão cortante que o fez estremecer. Quem era essa garota?
-Queremos ajudar vocês. Mas precisamos saber de tudo. - ela disse cruzando os braços e ficando com uma expressão tão séria quanto a do irmão. -Catrina está arriscando a integridade da Corte dela por vocês. É o mínimo que podem fazer. Nos dizer a verdade.
Theo abriu a boca para começar uma sessão de mentiras muito bem articuladas e contadas, algo que ele sabia fazer de melhor, afinal, ele era de fato um hyberiano. Mentir, manipular e enganar fazia parte dele. Mas não fazia parte de Amy, por isso ele se desesperou quando ela disse:
-Está bem.
Ele olhou para Amy, tentando transmitir tudo o que pensava para ela com um simples olhar. Ele sabia que ela tinha entendido bem. Eles tinham aprendido a como se comunicar assim já que em muitas situações que enfretaram falar em voz alta poderia leva-los a morte. Ela assentiu para ele e Theo suspirou, mas não protestou. Aquela não era a história dele para ser contada, e se Amy queria dizer a eles a verdade, bem, era um direito dela. Porque era a vida dela que estava em risco maior e não a dele. E se ela acreditava, nem que fosse por um segundo, que eles poderiam ajuda-los, bem... Então Theo teria fé nela.
-Eu... Eu nasci um pouco antes da guerra de Hybern contra Prythian. Meu pai... Ele era um lunático. Ele fazia coisas que nem mesmo o Rei de Hybern sabia fazer, e talvez por esse fato o rei o tenha colocado em sua proteção e o dado tantos benefícios naquela epóca. Quando eu nasci, meu pai pressentiu a guerra vindo. E sentiu que algo ruim fosse acontecer. Não só com Hybern, mas com o Rei que ele amava. Ele viu como seria a morte do Rei, mas sabia que se tentasse impedir, o mundo entraria em colapso e todos morreriamos. Não da pra brincar com essas coisas.
Amy respirou fundo e Theo sabia, pela Mãe, ele sabia que Amy revelaria a pior parte daquela história. A parte que fazia tantos soldados a estarem caçando como se ela fosse algum tipo de troféu. Ela deu um sorriso fraco antes de completar.
-Meu pai ligou a alma do Rei a minha quando eu era um bebê. Então, apesar dele esta morto agora, tem um jeito de traze-lo de volta. Eles querem me matar para trazer o Rei de volta. É por isso que Hybern está atrás de mim. E é por isso que preciso da ajuda de vocês.
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Boa tarde, meu povo! Tudo bem com vocês? Espero que sim!
