Tudo havia ficado em paz em Prythian por longos e felizes dezenove anos. Mas isso foi até dois jovens aparecerem para mudar tudo.
Além de terem que lidar com um novo possível problema com Hybern, Adrien, Jesminda, Ayla, Nyx e Luke também tem que apr...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Abigail ia acabar enlouquecendo naquela casa. Não que ela não gostasse, muito pelo contrário. Mas, ainda assim, o coração dela ia parar na garganta toda vez que via Jean tentando voar ou pulando do topo da escada. O medo dela de que ele caísse e arrebentasse a cara no chão era maior do que o pensamento de que "ele é um illyriano, se acabar se machucando, vai se curar logo". E, afinal, ele era filho dela. Então Abigail supunha que era normal estar sempre tão preocupada com ele. Principalmente quando Roland parecia outra criança de cinco anos.
Pelo menos Roland tinha gasto toda a energia de Jean naquela tarde já que o filho deles estava dormindo tranquilamente naquele momento. E pelo jeito tinha gasto as próprias energias também já que estava largado no sofá, do mesmo jeito que ficava quando tinha tido um treino particularmente difícil e exaustivo.
Abigail apenas riu, balançando a cabeça. Apesar das preocupações que ser mãe trazia, ela amava cada segundo daquilo. Amava ainda mais sua família e o macho que estava deitado exausto no sofá.
Ela caminhou até ele, se deitando encima de Roland, seu peito pressionado contra o dele. Roland sorriu, a apertando em seus braços com carinho.
Abigail suspirou, esticando a mão para tocar no rosto de seu marido. Ele se inclinou na direção do toque dela, fechando os olhos suavemente enquanto deixava que as asas envolvessem os dois. Ela amava quando ele fazia aquilo.
-Ele dormiu?- Roland perguntou e Abigail riu.
-Sim, amor, ele dormiu.- ela respondeu e Roland deu um suspiro aliviado.
-Graças ao Caldeirão, ele ia acabar me dando um ataque cardíaco se eu tivesse que passar mais cinco minutos correndo pela casa.- Roland disse com divertimento fazendo Abigail rir.
-Quem você quer enganar, Roland? Você é ainda pior que ele.- ela disse e Roland a cutucou na barriga.
-Você me ama mesmo assim.- ele disse e Abigail se inclinou para encostar a testa na dele, segurando o rosto de Roland com carinho em suas mãos.
-De fato, eu amo.- ela disse o beijando com calma.
Não importava quantos anos estivessem juntos, toda vez que Roland a beijava, Abigail ainda sentia como se fosse a primeira vez. Sentia o estômago se revirar daquela forma engraçada que sempre fazia quando Roland estava com ela. Ela o amava tanto. Sabia que jamais poderia viver sem ele, sem aquilo.
-Você é tudo pra mim. - Roland disse colocando o cabelo loiro dela atrás da orelha, apesar de Abigail saber disso há muito, muito tempo. Ela sorriu para ele.
-Eu sei.- ela disse baixinho, o beijando, o beijando e o beijando. Roland riu.
-Você se lembra de um dia essa casa ter ficado tão quieta assim?- ele disse enquanto passava a mão com calma pelas costas de Abigail.
Fazia dias. Meses. Talvez até mesmo anos. Jean era uma criança sem nenhuma paz e, apesar de não ser filho biológico de Abigail e Roland, ele era tão parecido com Roland que era até mesmo engraçado. E Abigail os amava tanto, tanto, um tipo de amor que ela sequer sabia que era capaz de sentir. Ela olhou para seu parceiro e riu.
-Deveríamos aproveitar, então. - ela disse se aconchegando mais em Roland, deitando a cabeça no ombro dele. Roland deu um sorrisinho malicioso para ela.
-É mesmo?- ele perguntou, se virando mais no sofá e quase caindo. Abigail riu, o segurando. Roland beijou o pescoço dela com suavidade. -Aproveitar como?
-De preferência...- ela começou, subindo a mão pelo peito dele. -Tirando uma soneca. Pelos deuses, fazem dias que não durmo direito porque Jean cismou que tem um bicho papão morando embaixo da cama. E ele vive dizendo "mamãe, me deixe mata-lo com sua espada". Pela Mãe, Roland, ele está passando muito tempo com você!- Abigail reclamou e Roland deu uma gargalhada. Ela sorriu; amava ver aquele brilho nos olhos de Roland.
-Ele tem a sua coragem, sabia? Com essa idade eu realmente era medroso. - Roland disse segurando o resto dela nas mãos. -Mas você não. Sempre foi corajosa, não é, Abbs?
Ela teve que ser. Havia tido uma infância horrível até conhecer seus pais. Até que eles a tirassem de lá, até que ela encontrasse sua verdadeira casa: a Corte Noturna. E sua verdadeira família: Aisha e Azriel.
Agora, Abigail, ainda assim, precisava ser corajosa. Porque não era fácil ser uma humana vivendo entre os feéricos, e era ainda mais difícil viver entre os illyrianos. Porque nem tedos eram como Roland e Teddy. A maioria era como Thery: tentava aceitar mas, no fundo, não aceitava tanto assim. Apesar do macho ter mudado muito nesses vinte anos de convivência com Abigail.
-Talvez.- ela disse dando de ombros. Roland riu, a apertando com força em seus braços, a fazendo dar uma risada suave.
-Eu te amo tanto.- ele disse e Abigail sorriu, se inclinando para beija-lo. Amava o como os lábios de Roland eram suaves contra os seus, amava o como suas bocas pareciam se encaixar perfeitamente, se completar.
-Eu também te amo, amor.- ela disse acariciando a bochecha dele com carinho. -Muito.
-Amo quando você diz isso.- Roland disse e Abigail riu. Já sabia o que ele diria a seguir. -Porque...
-Esperei tanto para ouvir e, ainda assim, achei que nunca escutaria. Sim, Rol, eu já conheço seu discurso besta. Eu não era tão ruim com você!
-Você era sim. - ele retrucou, passando a ponta do nariz pela curva do pescoço dela antes de a morder levemente, a fazendo suspirar. -Humana má e perversa.
-Illyriano babaca e arrogante.- ela retrucou e Roland riu. -E lindo e perfeito. Droga, eu te amo mesmo.
-Ah, eu sei. - Roland disse, a apertando com força contra si. -Não viveria sem mim.
E ele estava certo. Profundamente e terrivelmente certo. Não que Abigail precisasse se importar com isso, não; pois eles teriam, de fato, toda a eternidade para ficarem juntos.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
