Catrina ia ser assassinada. Enquanto ela tentava em vão esconder o rasgo que havia feito em uma das pinturas favoritas de seu pai, ela se perguntou onde estava com a cabeça ao pensar que aquilo de treinar a pontaria dentro de casa seria uma boa ideia.
Vou morrer vou morrer vou morrer ela pensou enquanto tentava colar aquela tira da pintura que havia saltado para fora. Ela sentiu o cheiro tão familiar de seu pai e o coração deu um salto.
Fudeu.
Ela nem teve tempo de pensar direito antes de Tamlin cruzar o corredor. Catrina se jogou na frente da pintura e forçou um sorriso.
-Oi, pai! Achei que só fosse voltar mais tarde!- ela disse, um sorriso meio desesperado no rosto. Tamlin franziu o cenho.
-Trina, porque sinto que você aprontou alguma coisa?- ele disse cruzando os braços. Merda pensou ela. Catrina deu um suspiro e deixou que ele visse o estrago. Tamlin engasgou e arregalou os olhos. -Como você fez isso?
-Desculpa, pai.- ela disse tentando conter a risada vendo a cara horrorizada dele. -Eu estava treinando com o arco que tia Aly me deu.
-Pelo Caldeirão, Trina, quantas vezes ela te disse para você não tentar usar aquele arco illyriano sem ela? Você podia ter se machucado!
Fazia o coração dela aquecer todas as vezes que Tamlin, ao invés de brigar com ela por alguma merda que Catrina havia feito, ficava preocupado e com medo dela se machucar. Ele era, sem sombra de dúvidas, um bom pai para ela. E como ela não o consideraria bom após ele adota-la e cria-la como se fosse filha de sangue? Como se ela fosse tudo o que mais importava na vida dele? Ela o amava, o amava de verdade, apesar de saber que o pai havia cometido e talvez ainda cometesse muitos erros.
-Desculpa.- ela disse tentando conter o sorriso. Tamlin suspirou.
-Um dia você ainda me mata.- ele resmungou e ela riu, o dando um abraço apertado.
-Aliás, Adrien disse que ia vir aqui hoje, você está sabendo, né?- ela disse se afastando um pouco para olhar nos olhos verdes de seu pai. Tamlin assentiu.
-Sim. Tem certeza que vocês não tem mesmo um romance?- ele perguntou arqueando a sobrancelha.
-Pai, pelo amor, né. Não que eu nunca tenha tentado, mas, pela Mãe, não.- ela disse rindo e Tamlin balançou a cabeça. -Ele já deve ter chegado. Estou ouvindo ele balançar inquieto as asas.
-E agora Lucien o mandando parar quieto.- disse Tamlin e eles riram antes de começarem a caminhar até a porta.
Quando abriram a porta, Catrina saiu de casa somente para se jogar nos braços de Adrien. O macho deu risada, a segurou e a girou.
-Oi tio Lu!- ela disse ainda rindo, ainda nos braços de Adrien. Lucien sorriu para ela.
-Não vão muito longe.- disseram Tamlin e Lucien quando os dois começaram a se afastar em direção a floresta. Obviamente, nenhum deles deu ouvidos.
Eles estavam no meio da floresta quando Adrien puxou Catrina e a segurou, fazendo ela dar um gritinho, antes de irem para o céu. Ele riu e ela deu um tapa nele.
-Pra onde?- ele perguntou e ela sorriu.
-Ah, você sabe.- ela disse apertando a bochecha dele.
Adrien deu risada e voou até o lugar sagrado deles. O alto de uma colina, embaixo de uma imensa árvore. O lugar onde, quando eram menores, iam para se esconder de tudo e de todos. Todos aqueles que não entendiam o como eles dois eram diferentes.
Catrina se deitou no meio das flores com um suspiro feliz e Adrien deitou ao lado dela, as asas largadas. Ele deu outro suspiro.
-Você está bem?- ela perguntou virando de lado para ver o amigo. Ele deu um sorriso fraco.
-Defina bem.
-Parou de sofrer por amor?
-Você realmente acredita nisso?- ele disse e ela deu risada.
-Como um dia pude tentar ter algo com você?- ela disse fazendo Adrien rir. -Você é tão gritantemente gay que chega a ser entediante.
Adrien olhou para ela e riu. Depois da segunda vez que Adrien deu um fora nela, Catrina começou a perceber que, talvez, o problema não fosse ela. Talvez o problema fosse outro. E foi quando ela descobriu.
-Se fosse tão óbvio assim, Trina, você não seria a única a saber.- ele disse e Catrina cutucou a barriga dele.
-Bom, talvez se você contasse para alguém, pudesse, sei lá, fazer com que abrissem logo os olhos.- ela disse e ele fez uma careta.
-Se depender de mim, as únicas pessoas a saberem disso vão ser você e Astéria para sempre.- ele resmungou.
-Adrien...- ela começou, mas ele suspirou pesadamente para fazer ela calar a boca.
Ela sabia, ah, Catrina sabia muito bem o como Adrien era sentimental. Porque ele era uma pessoa extremamente boa. E deixava ela chateada ver o quanto seu melhor amigo tinha que sofrer. Por ser do jeito que era, por não ser aceito pelos illyrianos e viver com o medo de não ser aceito pela família por gostar de machos, apesar de Catrina saber que Alynia e Lucien o amariam até mesmo se ele pedisse para ajudarem ele a esconder o corpo de um Grão Senhor. E tinha Jess, Jess que já havia deixado claro para todos que gostava de machos e de fêmeas. Porque para ela, pelo menos, Adrien não queria contar? Será que ele tinha medo da reação da gêmea? Mas Catrina sabia que Jesminda o amaria da mesma forma, afinal, Adrien era a pessoa que Jesminda mais amava no mundo, apesar da fêmea estar grudada com Luke quando não estava grudada com Adrien.
-Eu te amo independente das suas escolhas, você sabe, não sabe?- ela disse e Adrien sorriu, apertando a mão dela contra a dele.
-Ah, eu sei. Sei que você me ama pra caramba. O que é que dizem? Ah, é, que os melhores amigos para uma fêmea são os gays. Você já achou um para chamar de seu, Trina.- ele disse e ela riu, o dando um peteleco no nariz.
-Terrível, Adrien, você é terrível.
Eu simplesmente AMO a Catrina e amo esse capítulo
Tá ai o porque Ayla e Adrien nunca vão ficar juntos KKKKEspero que estejam gostando!
Vejo vocês no próximo capítulo!
~AnaData: 17/03/21
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A Court Of Darkness And Redemption • ACOTAR
FanficTudo havia ficado em paz em Prythian por longos e felizes dezenove anos. Mas isso foi até dois jovens aparecerem para mudar tudo. Além de terem que lidar com um novo possível problema com Hybern, Adrien, Jesminda, Ayla, Nyx e Luke também tem que apr...