Tudo havia ficado em paz em Prythian por longos e felizes dezenove anos. Mas isso foi até dois jovens aparecerem para mudar tudo.
Além de terem que lidar com um novo possível problema com Hybern, Adrien, Jesminda, Ayla, Nyx e Luke também tem que apr...
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Luke provavelmente deveria se sentir mal por estar comentando sobre a vida dos outros, mas ele supunha que não tinha problema em fazê-lo já que não estava inventando nenhuma mentira, muito pelo contrário. Estava apenas expondo os fatos, era isso. Pelo menos era o que ele e Catrina diziam a si mesmos quando percebiam que estavam sendo maldosos demais.
Ainda assim, eles continuavam com as conversas. Era terrível serem um casal assim, mas, ao mesmo tempo, incrível. Porque ele sabia que podia contar tudo para Catrina e ela não o julgaria por estar se metendo na vida dos outros. Ela, na verdade, o ajudaria a se meter ainda mais.
Talvez eles fossem piores que Ayla. Ayla, por sua vez, apenas sabia de tudo e estava no lugar certo na hora certa. Luke e Catrina não; eles, no caso, gostavam mesmo era de uma boa fofoca.
Naquela tarde, Luke e Catrina estavam na Corte Primaveril, deitados em meio as flores de uma alta colina, embaixo de uma árvore grande o suficiente para fazer a sombra em que eles estavam embaixo. A mão de Luke segurava gentilmente a de Catrina enquanto ele apenas observava o céu azul, em silêncio após terem ficado uma hora comentando sobre o último barraco entre Adrien e Nyx. Era uma notícia terrível, sim, mas havia sido uma briga com direito a verdades sendo cuspidas e livros sendo atirados na cara. Ele se questionava o que teria acontecido se Phoenix não tivesse intervindo na hora.
-Pensou sobre o convite do Theo?- Catrina perguntou, fazendo os pensamentos de Luke mudarem de foco. Ele apenas torceu o nariz.
Luke não podia dizer que odiava completamente o Rei de Hybern, mas dizer que gostava dele seria demais. Ele era neutro em relação à Theo, principalmente depois de todos aqueles anos terem se passado e muita coisa ter mudado entre eles todos. Ainda assim, ele não se sentia lá muito feliz em ter que considerar o convite de Theodor.
Luke sabia que não teria problema nenhum ir até Hybern, naquela festa. E também sabia a utilidade dela: Theo queria mostrar para todos que, diferentemente dos reis que vieram antes dele, não era um ditador tirano buscando por guerra. Muito pelo contrário, na verdade.
Apesar de Theo ter cometido muitos erros no passado, Luke ficava feliz por ele ter encontrado paz em sua vida após tudo o que havia lhe acontecido. No final das contas, apesar dos erros, Theo também tinha sido vítima das manipulações de sua prima. Luke sabia que haviam tido coisas boas o suficiente na vida de Theo após todos os seus eventos traumáticos para muda-lo. Para fazer com que Theo mostrasse sua melhor versão. E no fundo Luke também sabia que o principal motivo para tudo isso era Nyx, mesmo que todos parecessem se fazer de cegos quanto a isso.
-Não sei se é lá uma boa ideia ir até Hybern, Trina. Não gosto muito disso.- ele comentou.
Catrina soltou a mão dele para se virar, se aproximando mais. Ela o olhou de cima, parte dos cabelos loiros caindo no rosto. Luke esticou a mão e os colocou atrás da orelha pontuda dela, passando a mão com carinho pela bochecha de Catrina em seguida. Pela Mãe, não importava quantos anos tivessem se passado, Luke ainda a amava como se fosse algo novo. E talvez jamais fosse deixar de se sentir assim com ela.
-Nyx foi o único capaz de fazer o Theo se mostrar de verdade, parece até uma piada, né? Eles literalmente tentaram matar um ao outro no passado. - Catrina comentou segurando a mão de Luke em sua bochecha. -Acho que Nyx fez a coisa certa quando decidiu dar uma chance para resolver questões políticas e selar a paz com Hybern. Mesmo que nem precisasse ter sido amigo de Theo, acho que fez bem para os dois a amizade que criaram. Sei que Theo é muito solitário, e esse é o pior sentimento possível. Nyx meio que mudou isso pra ele.
Luke concordava com ela. Qualquer um conseguia ver o quão puro e verdadeiro era a amizade de Theo e Nyx. Podia até ser uma piada cruel da Mãe, mas no final das contas, se era sincera era o que de fato importava.
-Disse isso apenas para me convencer a ir na festa?- Luke brincou, arqueando uma sobrancelha e sorrindo para ela. Catrina deu risada, voltando a se deitar, dessa vez com a cabeça apoiada no peito dele e os braços ao redor de sua cintura. Luke a apertou com força contra si, passando a mão suavemente pelos cabelos loiros de Catrina.
-Talvez. Porque, funcionou?- ela perguntou esticando a mão para passar na asa estendida de Luke. Ele estremeceu levemente com o toque da mão quente e delicada dela. Ele apenas riu.
-Não sei. Talvez sim. Talvez não. O que eu ganho se eu ceder?- ele perguntou a apertando mais contra si. Ela deu um sorriso, passando com calma a mão pelo corpo de Luke.
-Um obrigada?- ela zombou e Luke a deu um peteleco no nariz.
-Você é terrível, Catrina.- ele suspirou e ela riu, se inclinando na direção dele.
-Ainda assim, você me ama.- ela cantarolou antes de grudar seus lábios nos dele.
O jeito que ela o beijava era calmo e carinhoso e Luke amava a sensação dos lábios macios de Catrina contra os dele. Ele jamais se cansaria de fazer aquilo, de ter Catrina em seus braços e poder beija-la daquela forma.
Ela sorriu para ele e Luke sabia que ela sentia o mesmo. Ele a amava tanto, tanto, que as vezes até mesmo se questionava o como aquilo era possível. Ele jamais pensou que sentiria algo assim por alguém e, principalmente, jamais havia achado que seria recíproco.
E, apesar de o relacionamento dele com Catrina nem sempre ter sido apenas felicidade, ele não conseguia mais imaginar sua vida sem ela.
-E só para constar, eu também te amo.- ela disse com um sorriso, beijando a bochecha, o maxilar e o pescoço de Luke. Ele a apertou com força contra si.
Luke agradecia, todos os malditos dias, por ter Catrina ao seu lado. E ele sabia que, não importava o que acontecesse no dia seguinte, ele ainda a amaria. Como a amaria todos os dias que viessem depois dele.
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