8

23 1 2
                                    

Sometimes, goodbye, is a second chance. 

 –Shinedown

Pov Stiles, atual.

Ao chegarmos na clínica veterinária da Flórida, o sol já estava se pondo e, torcendo para que Deaton estivesse lá, entramos, mas Scott e Malia bateram em  uma parede de acônito, olho para eles meio confuso e segundos depois sinto alguém me segurar, colocando de leve o que parecia ser uma seringa.

- Oi doutor... - Digo e ele demora alguns segundos para me reconhecer. - Qual é! Nem estou tão velho assim. - Ele me solta e abre o portão para Scott e Malia. 

- Que bom te ver! Finalmente vai aceitar minha proposta de emprego? - Ele diz sorrindo e abraça Scott..

- Bem, na verdade, não vim aqui por isso... - Scott diz se desfazendo do abraço.

- Algo sobrenatural? - Ele pergunta e Scott faz que sim com a cabeça. - Olha quando sai de Beacon Hills foi com o intuito de não me misturar de novo... - Ele explica já dando as costas para nós.

- Mas é pela Allison... - Lydia diz fazendo ele parar.

- O que aconteceu com ela? - Ele pergunta se virando novamente, Lydia  abaixa a cabeça.

- Ela... Ela foi atacada -  Digo com a voz baixa - E não sobreviveu. Isaac, Theo, Liam e Kira estão tentando descobrir o que aconteceu. - Faço uma pausa. - Talvez Chris também.

- E seu pai? - Diz ele, pegando algumas de suas coisas e colocando em uma maleta.

- Ele faleceu há alguns anos. - Engulo em  seco e afasto as memórias. - Vai com a gente?

- Parece que Beacon Hills sempre nos atraí de novo - Diz ele pegando sua maleta recém pronta e saindo da clínica, o seguimos. - Até que enfim trocou de jipe. - Ele diz para mim vendo o único carro que havia no local. Como era a vez de Scott de dirigir ele e Malia foram na frente, eu e Lydia fomos atrás com Deaton no nosso meio. Depois de uns 10 minutos Deaton resolve puxar assunto. 

- E então, Lydia e Stiles, onde estão as alianças? - Ele pergunta olhando para nossas mãos, olho para Lydia que também olha para mim. 

- Não estamos mais juntos - Disse ela aparentado estar calma e prensa os lábios. 

- É uma pena, parecia que iria durar até o fim da vida.

- É, mas afinal de contas era só um amor de verão mesmo. - Falo encerrando o assunto.

- E alguém do grupo já teve um filho?

- Isaac e Allison - Diz Malia e ele parece surpreso. - O nome dele é Ben, tem 7 anos. - Ela pega seu celular e mostra um garotinho, com a cor dos cabelos de Allison e os olhos de Isaac. - Sou a madrinha. - Ela sorri.

- E eu o padrinho. - Digo sorrindo também

- Quanto tempo passaram  vindo para cá? 

- Um dia e meio, mais ou menos. - Diz Scott.

Atualizamos Deaton sobre os últimos anos, Lydia não parecia mais tão zangada comigo pelo o que falei no posto de gasolina, voltamos para o nosso normal, um ignorando o outro. Alternamos o motorista entre eu, Scott e Lydia diversas vezes para nenhum se cansar. Malia ainda não consegue dirigir muito bem, mas dirigiu um pouquinho. E Deaton nos explicou o porquê da parede de acônito, disse que Peter tinha ido atrás dele. Dormi metade do caminho, e também tive um sonho estranho...

Eu tinha acabado de voltar para Beacon Hills, tive que ir para Virgínia para preencher  uma papelada, estava tentando me transferir para Califórnia, para ficar mais perto de Beacon Hills. Cheguei na delegacia e me avisaram que meu pai estava em um tiroteio. Perguntei o endereço e só me disseram quando mostrei meu distintivo. Quando cheguei lá meu pai estava no chão, havia sido baleado mais de 5 vezes, o peguei e levei para o hospital. Melissa me atendeu, ela disse que ficaria tudo bem quando me barraram na porta. Me sentei no chão do corredor, sentindo algumas lágrimas caírem. Naquele momento, me lembrei de minha mãe, de quando havia me sentado e chorado depois de receber a notícia, uma enfermeira veio até mim e me disse: "Perder a mãe na infância é perder o solo onde caminhar. É o último estágio da dor de uma criança.". Me lembro que foi ali que comecei a gostar de citações porque elas mostravam tudo o que eu não podia dizer. Alguns minutos depois Scott chegou e se sentou ao meu lado, ele não disse nada, só ficou ao meu lado. Lydia não apareceu, já não nos falavámos mais, foi ali que percebi que sentia falta dela, do seu abraço, dos seus sorrisos, da sua voz. Havia disfarçado esse vazio, pegando casos atrás de casos, a evitando. Me arrependi de tudo, de tê-la deixado, deixado meu pai, meu melhor amigo, me arrependi de deixar Beacon Hills. 

Horas depois, Melissa voltou, com lágrimas nos olhos. Me levantei com Scott.

- Posso ver? - Pergunto e ela apenas assente, a segui pelos corredores, havia ido naquele hospital muitas vezes, mas nunca havia visto tanta escuridão num só lugar. Quando o vi, deitado naquela cama, com os sinais vitais baixos, segurei sua mão, o mais forte que pude. Olhei para Scott. - Morda ele. - Disse sentindo mais lágrimas molharem meu rosto.

- Stiles... Eu não posso. - Ele disse derrubando algumas lágrimas enquanto nega com a cabeça.

- Ele está morrendo Scott! - Exclamo e olho para meu pai. Scott parece notar meu desespero e assente com a cabeça, ele se aproxima, e morde o braço de meu pai. A principio, nada havia acontecido, mas depois noto seu nariz sangrando, mas era um sangue preto, olho seu batimentos e eles vão caindo cada vez mais.

52...

44...

Olho para Scott que olhava para mim.

- Me desculpa... - Ele diz, vou até ele e o abraço forte - Foi minha culpa. Eu o matei. - Ele diz antes de retribuir o abraço, ouço a máquina apitar e Melissa entra acompanhada de dois médicos e um desfibrilador. 

- Carregue em 350 - O médico diz, não tenho coragem de me virar antes de ser tirado da sala. Algum tempo depois os médicos saem da sala. Peço para Scott me esperar e entro lá, meu pai estava deitado de olhos fechados, calmo, pego a cadeira que tinha e me sento ao seu lado, pego sua mão e olho seu rosto. Como queria que seus olhos se abrissem e ele dissesse, "está tudo bem filho, você ainda me tem", mas não aconteceu. 

Acreditei a minha vida inteira que a morte era a paz no fim da vida. Mas, vendo ele ali, não consegui acreditar que aquilo era mesmo paz. Depois fiquei ali com ele, até que me disseram que teriam que leva-lo ao necrotério. Depois de sair de lá, entrei no meu carro e fui em direção a casa de Lydia, toquei a campainha e esperei, quando ela abriu a porta, estava com  os olhos inchados e vermelhos. Apenas a abracei, estava com saudades. Por incrível que pareça ela retribuiu e ficamos ali.

- Você fica linda quando chora - Disse ainda a abraçando. Pude ver seu mínimo sorriso quando a elogiei.

- Que belo jeito de dizer olá - Ela disse se soltando do abraço.

- Nunca fizemos o tipo de casal normal - Ela sorriu de canto. Fiquei olhando para ela por um tempo, sentindo uma vontade imensa de beija-la, mas foi ela quem deu o primeiro passo. Ela me beijou e foi como se fossemos adolescentes de novo, sem preocupações, apenas adolescentes apaixonados...

Lydia... - Disse baixo ao acordar. Ela estava dirigindo e me olhou pelo retrovisor do carro. - Onde estamos? - Pergunto voltando ao normal e tentando não pensar no sonho/flashback.

Depois de tudo que passamos? - StydiaOnde histórias criam vida. Descubra agora