Cinco

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Os dias foram passando desde aquele dia, duas semanas exatamente, Eren e eu confrontamos nossos amigos e eles disseram que Petra tinha os desafiados a levar Eren e eu num motel bêbados. E eles obviamente cumpriram. Depois disso eu briguei seriamente com ela, tanto que nem estamos nos falando.

É meio estranho não ir mais para escola, praticamente passei minha vida inteira na escola e agora não terei mais que ir. É meio bad.

- Já enviou sua inscrição numa faculdade? - perguntou minha mãe enquanto fazia um bolo.

- Já, só estou esperando uma resposta.... Pra falar a verdade nem estou tão otimista com a resposta.

- Por que diz isso? Você é tão inteligente.

- Sei lá, eu só não acho que vou ser aceito....

- Em que você se matriculou?

- Gastronomia.

- Ah, claro que será aceito. Você cozinha muito bem, não tem como ninguém não gostar de sua comida - isso é verdade, sei cozinhar muito bem. Faço diversos pratos super gostosos e que mereciam ouro. - Mas se você não for, pode vir trabalhar comigo na loja.

Minha mãe é costureira, ela e suas amigas fazem roupas para uma empresa de estilismo.

Não seria uma má ideia eu trabalhar com costura, seria bom se eu não fosse péssimo para costurar.

- Você sabe que não sei costurar, vou acabar fazendo vocês ir a falência.

- É verdade, deixa quieto. Vá trabalhar com seu pai - meu pai é dono de uma loja de eletrônicos, ele vende celulares, fones e essas coisas.

Iria responder mas recebo uma mensagem no meu celular. Abro e vejo que é Eren.

"Amor, mandei minha inscrição para a faculdade de administrador. Em breve receberei uma resposta, estou super feliz pois o meu curso fica no mesmo lugar que você terá gastronomia."

Que ótimo, poderia agora estudar junto com Eren. Logo em breve poderemos fugir de nossos pais juntos e morarmos em nossa casa com nossos trabalhos, sem depender deles.

- E esse sorriso aí? Tá falando com quem? - minha mãe me olha sorrindo. Para minha mãe, rir vendo o celular significa que você está falando com alguém, e esse alguém seria um contatinho ou um namorado.

- Com ninguém.

- Aham, sei....

- Ah mãe, me deixa - levanto da cadeira e vou para meu quarto.

- Estou de olho em! - ela grita.

De repente sinto um enjôo muito forte, corro para o banheiro e começo a vomitar tudo o que tinha comido. Sinto as mãos de minha mãe em minhas costas, massageando enquanto vômito.

Ao terminar, dou descarga e escovo meus dentes.

- Você está bem?

- Estou... - me sento na tampa do vaso me sentindo fraco.

- Tem certeza? Ninguém vomitar estando bem.

- Estou mãe, deve ser algo que comi.

- Assim espero. Vá se deitar, vou pegar um remédio para dor de estômago.

- Obrigado.

Vou para meu quarto e me jogo na minha cama, será que estou doente? Essa possibilidade é muito difícil, eu nunca fiquei doente, nunca mesmo. Nem quando meus pais pegaram gripe um outro, e eu até bebia a garrafinha de água deles. O que é muito ruim, pois não dá para mentir pra minha mãe dizendo que estou doente e não posso sair.

Então provavelmente é alguma coisa que comi.

Minha retornou com um copo de água e um remédio para dor de estômago. Eu tomei e me deitei para dormir.

×xXx×

Eren...

- Está namorado, filho? - perguntou meu pai olhando para o jornal dele. - Alguma garota interessante no bairro ou até em sua antiga escola?

- Não, não achei nenhuma garota que me atraísse - Até porque não é uma garota que me atrai e me faz ir a loucura. - Estou esperando a pessoa certa.

- Menos mal, assim não engravida essas garotas de hoje em dia.... Na minha época só podia pensar em sexo após o casamento.

- Ora querido, não vamos falar sobre isso agora, estamos em um momento de família - fala minha mãe tomando o seu café.

Estamos tomando café da manhã.

- Só estou comentando, Carla.... É preciso lembrar Eren sempre disso, pois senão ele vai começar a engravidar meninas e sair com garotos. E se não bastar, vai engravidar eles também.

- Grisha, nosso filho nunca engravidaria alguém se antes estar casado, principalmente um homem. Não criei um filho para ficar pegando outros homens - sim meus pais nem sonham que sou gay, e nem tenho a vontade de contar para eles. Eu somente ignoro o que eles falam. - Eren se você aparecer namorando um homem, pode apostar que eu te deserdo na hora.

- Pode deixar mãe... - podem ficar com esse dinheiro também, não quero uma moeda vinda de vocês. - Eu já estou indo, vou para a casa do Jean.

- Pode ir filho, vá com Deus e se cuida. Tome cuidado e não ande com aqueles Ackerman.

- Pode deixar.

Pego meu celular e sai de casa quase que correndo. Olho para a casa da frente sentindo a enorme vontade de entrar lá e ver Levi. Mas a possibilidade de eu ser expulso pelo seu pai é enorme, ele ainda iria fazer um escândalo e isso chamaria atenção dos meus pais, o que causaria uma briga e terei que chamar a polícia.

Seguro a vontade, mesmo que eu esteja muito preocupado, não posso ir até sua casa. Ontem ele me mandou uma mensagem dizendo que passou mal mas que estava bem, provavelmente comeu algo estragado. Assim espero.

Pego um ônibus e sigo para a casa de Jean, felizmente ele mora um pouco perto, então não tenho que andar muito para chegar. Sou amigo de Jean desde que me entendo por gente, por conta dele conheci Armin e de Armin conheci Levi, e aquele foi o melhor dia da minha vida.

Lembro até hoje, 13/04 foi o dia que vi Levi pela primeira vez na minha vida. Lembro que ficarei paralisado e olhando para ele por minutos e babando. Fiquei tão hipnotizado pela sua beleza que não pensei em nada, nem prestei atenção a minha volta. Tudo o que me importava naquele momento era Levi.

Fico feliz de o ter convidado para dançar no baile de primavera. E fiquei mais feliz ainda quando ele aceitou. Achei que ele iria dizer não e rir da minha cara.

Aquele dia foi maravilhoso.

Chego na casa de Jean, e toco a campainha.

- Vamos trem! O sol tá me queimando aqui!

- Calma, que pressa. Nasceu de 7 meses?

- Ah vai se foder, oh esse calor.

Ele mostra a língua para mim.

Entramos no seu quarto, me sento na cama e já pego o controle do videogame.

- Vai pô, vamo jogar logo.

- Já tô indo - ele senta do meu lado. - Ah, esqueci de te falar, valeu pela aquela camisinha. Marco e eu fizemos a festa com ela.

- Camisinha?

- É, aquela que tinha na sua carteira. Você me deu na noite que saímos para beber depois da formatura.... Ah é, você estava bêbado, nem deve se lembrar.

- Ata... Você me deve uma camisinha.

- O que? Mas você me deu!

- E daí? Eu estava bêbado, não se obedece alguém bêbado.

- Tá, depois te pago...

Por algum motivo senti um mal pressentimento.... Também sinto que esqueci algo mas não lembro o que. Mas foda-se, deve ser nada importante, agora só vou me concentrar em vencer do Jean.

Só nósOnde histórias criam vida. Descubra agora